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O primeiro grande torneio de 2021 vai começar. Nesse sábado, dia 06, terá início o Six Nations Championship, a máxima competição de seleções da Europa. Inglaterra, França, Irlanda, Gales, Escócia e Itália se enfrentarão até o dia 20 de março em busca da taça, com transmissão de todos os jogos pela ESPN.
Os olhares estão sobre as duas seleções favoritas em 2021, França, sensação do momento, e Inglaterra, atual campeã, mas a Irlanda nunca pode ser descartada, enquanto Escócia e Gales correm por fora e a Itália joga para quebrar jejum de vitória que vem desde 2015. O torneio também será um laboratório para as demais competições previstas no continente, como a Eurocopa, e nesse link, você poderá conhecer as melhores odds das casas de apostas que estão de olho no torneio – https://apostagolos.com/apostar-eurocopa/
Quem será o campeão do Six Nations 2021? Falta 1 semana para o torneio começar e terá transmissões da @ESPNBrasil.
Em campo a partir do dia 06/02 🇫🇷🏴🏴🏴☘️🇮🇹
— Portal do Rugby (@portaldorugby) January 30, 2021
O Six Nations é disputado no sistema de pontos corridos, com os times se enfrentando apenas uma vez, num total de 5 rodadas:
- Cada vitória rende 4 pontos ao vencedor. Empates valem 2 pontos e derrotas 0;
- O Six Nations tem ainda sistema de ponto bônus. Uma equipe que faz 4 ou mais tries numa partida ganha 1 ponto extra na classificação. Uma derrota por diferença de 7 pontos ou menos também rende 1 ponto extra;
- A equipe que vencer todos os jogos na competição ganha o título máximo: o Grand Slam;
- Para evitar que o time que vencer todos os jogos perca o título (por conta do sistema de pontos bônus), o vencedor do Grand Slam ganha 3 pontos extras na classificação;
- O último colocado fica com o título irônico da Colher de Pau (Wooden Spoon). Não há sistema de rebaixamento na competição;
História
O Six Nations Championship é o torneio de seleções mais antigo do mundo, fundado na temporada 1882-1883.
- Entre 1882 – 1909, a competição era chamada de Home Nations Championship, com apenas 4 participantes: Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda;
- A França passou a disputar a competição em 1910, tornando-a o Five Nations Championship. Os franceses foram excluídos após 1931, mas retornaram em 1947;
- Em 2000, a Itália foi admitida na competição, que virou o atual Six Nations Championship;
As equipes
Escócia
2020: 4ª colocada
Treinador: Gregor Townsend
Pontos fortes: A Escócia evoluiu. Tem um abertura fenomenal em Finn Russell e um dos melhores fullbacks do mundo, Stuart Hogg, ao passo que o ponta Van der Merwe atrai as atenções pela potência. Pra além disso, os escoceses estiveram em 2º lugar no ranking de turnovers e tackles dominantes de 2020 na Europa e nomes como Jonny Gray, Jamie Ritchie ou Hamish Watson sendo peças confiáveis no pack, assim como o ascendente primeira linha Sutherland;
Pontos fracos: Apesar da evolução no jogo de contato, a Escócia segue com um ataque pouco efetivo (apenas 7 tries em 5 jogos no último Six Nations) e o técnico Gregor Townsend vem sendo criticado por ter esgotado suas ideias. O time ainda peca no banco, com pouca profundidade de elenco para brigar pelo título;
França
2020: Vice campeã
Treinador: Fabien Galthié
Pontos fortes: O time mais falado do momento, a França tem uma profundidade de elenco impressionante, por conta de um trabalho na base que vem frutificando. Os Bleus voltaram a jogar seu melhor rugby, aberto e envolvente, com gênios como o scrum-half Dupont, os 3/4s Teddy Thomas e Gael Fickou, os terceiras linhas Alldritt e Ollivon. Olho ainda no abertura Carbonel, muito bem falado. O treinador Galthié parece ter reencontrado o caminho do sucesso para os Bleus, que ainda vem apresentando uma defesa fenomenal, com os melhores números de tackles em 2020;
Pontos fracos: Algumas ausências por lesões preocupam (Ntamack fará falta, assim como Vakatawa). A pressão sobre a França por um título é grande, já que os Bleus não vencem nada desde 2010, e ela se soma à expectativa de sediar o Mundial de 2023. O elenco é muito jovem para lidar com tantas pressões e a isso ainda se soma o tradicional excesso de jogos que os franceses têm no rugby de clubes. A tabela não ajuda a França, que visita Irlanda e Inglaterra;
Gales
2020: 5ª colocada
Treinador: Wayne Pivac
Pontos fortes: Talento Gales tem. Quarto colocado do Mundial 2019, Gales conta com atletas de alto nível que estavam até recentemente obtendo bons resultados. A liderança de Alun Wyn Jones e nomes experientes como Faletau, Tipuric, Biggar ou North animam sempre o torcedor de que tempos melhores podem vir e há jovens ascendentes de alto nível como o ponta Josh Adams, o terceira linha Weinwright ou o pilar Rhys Carre;
Pontos fracos: Gales vive um momento de falta de inspiração e falta de identidade. Pivac tentou manter aspectos do plano de jogo do antigo treinador Warren Gatland e buscou acrescentar ideias novas e nada deu certo até o momento. A forma dos times galeses no PRO14 também não inspira que a renovação se torne inspiradora e a pressão só aumenta;
Inglaterra
2020: Campeã
Treinador: Eddie Jones
Pontos fortes: Melhor time da Europa em nos últimos anos e liderado pelo melhor treinador do mundo, na visão de muitos, Eddie Jones. A Inglaterra é uma máquina que conta com um elenco estrelado e muita profundidade de talentos para utilizar, a ponto de nomes em alta da Premiership serem sistematicamente preteridos por Jones. Maro Itoje, Jamie George, Billy Vunipola, Owen Farrell e Jonny May estão entre os melhores do mundo em suas posições, enquanto nomes como Henry Slade, Jack Willis e Tom Curry são estrelas ascendentes. A Inglaterra dominou o índice de tackles dominante e tem formações fixas extremamente sólidas;
Pontos fracos: Apesar de tantos craques, a criatividade inglesa foi posta em xeque recentemente. Henry Slade é um nome de gala para dar qualidade ao passe no centro, mas a dupla Ford e Farrell para 10 e 12 vem recebendo críticas, enquanto Ben Youngs não tem um reserva unânime para a camisa 9.
Irlanda
2020: 3ª colocada
Treinador: Andy Farrell
Pontos fortes: Com Leinster, Munster e Ulster sempre dominantes no PRO14, a Irlanda tem profundidade de elenco impressionante. O pack verde é poderoso, com nomes destacados e ascendentes como Herring e Kilcoyne na primeira linha, James Ryan, na segunda linha, e Caelan Doris, na terceira linha, aclamados. CJ Stander, Peter O’Mahony combinam-se com Doris para oferecer um breakdown destrutivo. Na linha, nomes novos como Keenan e Larmour empolgam, sobretudo quando somados a Ringrose e Lowe. A Irlanda é a seleção capaz de encarar com igualdade Inglaterra e França, mas não desfruta no momento do mesmo status – o que, na verdade, pode ser bom para os irlandeses. A tabela ajuda a Irlanda, que recebe França e Inglaterra;
Pontos fracos: A Irlanda ainda vive um processo de transição de uma geração vitoriosa, que decepcionou na última Copa do Mundo. Algumas posições ainda são discutidas, sobretudo as camisas 9 e 10, nas quais Murray e Sexton não têm substitutos unânimes ainda. Os momentos ruins de criatividade no time verde já foram vistos recentemente e a dependência do técnico Andy Farrell com relação a esses veteranos preocupa;
Itália
2020: 6º lugar
Treinador: Franco Smith
Pontos fortes: Juventude. No caso da Itália, esse é um ponto forte, com o M20 italiano nos últimos tempos sugerindo que os Azzurri finalmente poderão ter tempos melhores, conforme nomes bons da nova geração, como o abertura Garbisi ou o segunda linha Cannonne;
Pontos fracos: Todos. A Itália é sem dúvida o time mais fraco e vai a mais um torneio com o peso de não vencer um jogo sequer no Six Nations desde 2015. Para piorar, os Azzurri perderam seus melhores jogadores, Polledri e Minozzi, por lesões;
Tabela
- 1ª rodada:
- Dia 06/02 – Itália x França, em Roma – Árbitro: Matthew Carley (Inglaterra);
- Dia 06/02 – Inglaterra x Escócia, em Londres – Árbitro: Andre Brace (Irlanda);
- Dia 07/02: Gales x Irlanda, em Cardiff – Árbitro: Wayne Barnes (Inglaterra);
- 2ª rodada:
- Dia 13/02 – Inglaterra x Itália, em Londres – Árbitro: Mike Adamson (Escócia);
- Dia 13/02 – Escócia x Gales, em Edimburgo – Árbitro: Matthew Carley (Inglaterra);
- Dia 14/02 – Irlanda x França, em Dublin – Árbitro: Luke Pearce (Inglaterra);
- 3ª rodada:
- Dia 27/02 – Itália x Irlanda, em Roma – Árbitro: Mathieu Raynal (França);
- Dia 27/02 – Gales x Inglaterra, em Cardiff – Árbitro: Pascal Gaüzère (França);
- Dia 28/02 – França x Escócia, em Paris – Árbitro: Wayne Barnes (Inglaterra);
- 4ª rodada:
- Dia 13/03 – Itália x Gales, em Roma – Árbitro: Andrew Brace (Irlanda);
- Dia 13/03 – Inglaterra x França, em Londres – Árbitro: Jaco Peyper (África do Sul);
- Dia 14/03 – Escócia x Irlanda, em Edimburgo – Árbitro: Romain Poite (França);
- 5ª rodada:
- Dia 20/03 – Escócia x Itália, em Edimburgo – Árbitro: Jaco Peyper (África do Sul);
- Dia 20/03 – Irlanda x Inglaterra, em Dublin – Árbitro: Mathieu Raynal (França);
- Dia 20/03 – França x Gales, em Paris – Árbitro: Luke Pearce (Inglaterra);
Histórico desde 2000
Ano | Campeão | ||
---|---|---|---|
2000 | Inglaterra | ||
2001 | Inglaterra | ||
2002 | França | Grand Slam | |
2003 | Inglaterra | Grand Slam | |
2004 | França | Grand Slam | |
2005 | Gales | Grand Slam | |
2006 | França | ||
2007 | França | ||
2008 | Gales | Grand Slam | |
2009 | Irlanda | Grand Slam | |
2010 | França | Grand Slam | |
2011 | Inglaterra | ||
2012 | Gales | Grand Slam | |
2013 | Gales | ||
2014 | Irlanda | ||
2015 | Irlanda | ||
2016 | Inglaterra | Grand Slam | |
2017 | Inglaterra | ||
2018 | Irlanda | Grand Slam | |
2019 | Gales | Grand Slam | |
2020 | Inglaterra | ||
2021 | - |
Histórico desde 1883
País | Títulos totais | Títulos desde 2000 | Grand Slams | Tríplices Coroas | Colheres de Pau | Participações | % títulos/participações | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Inglaterra | 29 (10) | 7 | 13 | 26 | 25 | 124 | 23,4% | |
Gales | 28 (12) | 6 | 12 | 22 | 21 | 126 | 22,2% | |
França | 17 (8) | 5 | 9 | - | 18 | 91 | 18,7% | |
Escócia | 15 (9) | 0 | 3 | 10 | 33 | 126 | 11,9% | |
Irlanda | 14 (9) | 4 | 3 | 11 | 36 | 126 | 11,1% | |
Itália | 0 | 0 | 0 | - | 16 | 22 | 0% |
- Até 1988, quando duas ou mais equipes terminavam empatadas em primeiro lugar em número de pontos o título era dividido entre essas duas ou mais seleções. A partir de 1989 critérios de desempate foram adotados para definir apenas um campeão por ano;
- Grand Slam = Quando uma equipe vence todas as partidas do torneio;
- Tríplice Coroa (Triple Crown) = Quando Inglaterra, Escócia, Gales ou Irlanda derrotam todos as demais nações dos Ilhas Britânicas. França e Itália não disputam a Tríplice Coroa;
- Colher de Pau = Quando uma seleção perde todas as partidas na competição;
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Histórico:
1883 - 1909 - Home Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda);
- Inglaterra não participou em 1888 e 1889; 1885, 1897 e 1898 não foram terminados;
1910 - 1914 - Five Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França);
1915 - 1919 - Interrupção pela Primeira Guerra Mundial;
1920 - 1931 - Five Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França);
1932 - 1939 - Home Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda);
1940 - 1946 - Interrupção pela Segunda Guerra Mundial;
1947 - 1999 - Five Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França);
- 1972 não foi terminado por crise política na Irlanda;
- 2000 - hoje - Six Nations Championship (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda, França e Itália);