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Sábado e domingo de decisão para a Seleção Brasileira Feminina. A cidade francesa de Clermont-Ferrand receberá a sexta e última etapa da temporada 2016-17 da Série Mundial de Sevens Feminina, com muito em jogo no Stade Gabriel-Montpied. O torneio terá transmissão ao vivo na World Rugby TV.
Na parte de cima da tabela, só um desastre tirará o título geral das mãos da Nova Zelândia, que soma seguros 14 pontos a mais que o Canadá, segundo colocado. Isso significa que, caso o Canadá seja campeão na França, a Nova Zelândia precisará apenas de um 8º lugar para ser campeã. Em outras palavras, as Black Ferns já serão as campeãs mundiais de 2016-17 se avançarem no sábado às quartas de final do torneio.
Já na parte de baixo, o Brasil terá o desafio de permanecer na elite mundial. Ao final da temporada, a 11ª colocada entre as 11 seleções fixas do circuito será rebaixada e o Brasil ocupa hoje justamente o 11º lugar, 4 pontos abaixo da penúltima colocada, Espanha. Para as Yaras assegurarem a permanência entre as melhores seleções do mundo precisarão obrigatoriamente ir às quartas de final, uma vez que se a Espanha acabar em 12º (último) lugar o Brasil precisará no mínimo de um 8º lugar para conseguir seu objetivo. Caso a Espanha acabe acima do 12º posto, o Brasil terá que obter o melhor resultado de sua história no circuito, isto é, ultrapassar a barreira do 8º lugar, que até hoje foi a melhor colocação já obtida pelas Yaras em torneios da Série Mundial de Sevens.
Ainda haverá mais uma disputa interessante em Clermont: 2 vagas na Copa do Mundo de Sevens de 2018. O torneio, que passará a ser disputado sempre 2 anos após os Jogos Olímpicos, será realizado no ano que vem em São Francisco, Estados Unidos, com 16 participantes. Já estão garantidos os 4 melhores da última Copa do Mundo de Sevens (Nova Zelândia, Canadá, Espanha e Estados Unidos), disputada em 2013, em Moscou, na Rússia, ao passo que a Série Mundial de Sevens 2016-17 valerá outras 4 vagas no torneio.
Austrália, 3ª colocada no momento no circuito, e Rússia já garantiram matematicamente no torneio passado suas classificações. Fiji e França, no entanto, estão praticamente asseguras, pois as francesas têm hoje 10 pontos a mais que a Inglaterra, primeira seleção de fora da zona de classificação à Copa do Mundo. As demais 8 vagas sendo disputadas a partir do segundo semestre pelos torneios continentais.
O que esperar de Clermont e das Yaras?
No Grupo A, somente um desastre tirará o título e o primeiro lugar da Nova Zelândia, que terá a companhia do convidado Japão (promovido a seleção central do circuito para a próxima temporada), Irlanda (que já não briga por nada) e os Estados Unidos (que também têm poucas ambições restando, mas já pensam na preparação para 2018). Para não correr riscos, o técnico Allan Bunting chamou a experiente Gayle Broughton, para se somar a Niall Williams, Ruby Tui e Tyla Nathan-Wong.
No Grupo C, a França está pronta para subir um degrau diante de sua torcida, precisando de pouco para atingir seus objetivos, mas com ambição. As francesas terão como principais rivais as australianas, que estão incomodadas com o fato de não terem vencido nenhum torneio desde o Rio 2016. Com isso, as Pearls estão desde já entre as favoritas, precisando de um encerramento forte de temporada, já que no ano que vem o objetivo serão os Jogos da Commonwealth em casa. O time que foi a Clermont é forte, com Sharni Williams, Emilee Cherry e Charlotte Caslick. Fiji é outra força do grupo, que segue forte, mesmo após ter derrapado no torneio do Canadá. A Espanha fecha a chave e o Brasil estará torcendo por derrotas das espanholas, que, de fato, cairão em uma chave complicada.
O Brasil terá como oponentes no Grupo B Canadá, Rússia e Inglaterra. O Canadá é a equipe mais forte e é candidata ao título, tendo sido a única seleção que vence uma etapa na atual temporada além da Nova Zelândia. O time canadense é forte, com a capitã artilheira Ghislaine Landry, mas estará sem alguns nomes importantes que estiveram com o XV do país na semana passada na Nova Zelândia. A Inglaterra também não contará com várias atletas importantes e o Brasil já olha com ambição para seu jogo contra as Rosas, pois em Sydney, em fevereiro, as Yaras conseguiram bater uma Inglaterra que não muito diferente da que deverá estar em Clermont. Já a Rússia vem muito forte, tendo abocanhado título da primeira etapa do Grand Prix Europeu. O que significa mesmo que para o Brasil o jogo com as inglesas parece ser o mais acessível na busca pelas quartas de final, ainda que as Yaras tenham feito jogo bom contra as russas na etapa do Canadá.
O Brasil é hoje uma equipe madura e tem 7 atletas olímpicas no elenco: Paulinha, Baby, Claudinha, Haline, Raquel, Luiza e Izzy, além da experiência de Maíra. A perda de Edninha para a etapa é claro que preocupa, mas não será fatal. As Yaras têm jovens promessas (ou já realidades) ascendentes, como Bianca, Mille e Leila, que formam uma boa mistura com as atletas experientes. Muita expectativa e apreensão pela frente.
Yaras: Beatriz “Baby” Futuro (Niterói), Bianca Silva (São José), Claudinha Jaqueline Teles (Niterói), Cleice Lopes (São José), Isadora “Izzy” Cerullo (Niterói), Haline Scatrut (Curitiba), Leila Silva (SPAC/Leoas), Luiza Campos (Charrua), Maíra Behrendt (SPAC), Milena “Mille” Mariano (São José), Paulinha Ishibashi (SPAC), Raquel Kochhann (Charrua);
Clermont Sevens – 6ª etapa da Série Mundial de Sevens Feminina – em Clermont-Ferrand, França
Grupo A: Nova Zelândia, Estados Unidos, Irlanda e Japão
Grupo B: Canadá, Rússia, Inglaterra e Brasil
Grupo C: França, Austrália, Fiji e Espanha
Sábado, dia 24 de junho
07h00 – Estados Unidos x Irlanda
07h22 – Nova Zelândia x Japão
07h44 – Rússia x Inglaterra
08h06 – Brasil x Canadá
08h28 – Austrália x Espanha
08h50 – França x Fiji
09h44 – Estados Unidos x Japão
10h06 – Nova Zelândia x Irlanda
10h28 – Rússia x Brasil
10h50 – Canadá x Inglaterra
11h12 – Austrália x Fiji
11h34 – França x Espanha
12h28 – Irlanda x Japão
12h50 – Nova Zelândia x Estados Unidos
13h12 – Inglaterra x Brasil
13h34 – Canadá x Rússia
13h56 – Fiji x Espanha
14h18 – Austrália x França
Domingo, dia 25 de junho
07h00 – Quartas de final
07h22 – Quartas de final
07h44 – Quartas de final
08h06 – Quartas de final
08h28 – Semifinal do Challenge Trophy
08h50 – Semifinal do Challenge Trophy
10h06 – Semifinal pelo 5º lugar
10h28 – Semifinal pelo 5º lugar
10h50 – Semifinal pelo Ouro
11h12 – Semifinal pelo Ouro
11h34 – Decisão do 11º lugar
11h56 – Final do Challenge Trophy
12h50 – Decisão do 7º lugar
13h12 – Decisão do 5º lugar
13h34 – Disputa do Bronze
13h59 – FINAL – Disputa do Ouro
*Horários de Brasília
Seleção | Pontuação total | Etapa 1 | Etapa 2 | Etapa 3 | Etapa 4 | Etapa 5 | Etapa 6 |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Nova Zelândia | 116 | 20 | 16 | 20 | 20 | 20 | 20 |
Austrália | 100 | 18 | 14 | 18 | 16 | 16 | 18 |
Canadá | 98 | 10 | 20 | 16 | 18 | 18 | 16 |
Rússia | 66 | 16 | 8 | 10 | 12 | 12 | 8 |
Fiji | 66 | 12 | 12 | 12 | 14 | 4 | 12 |
Estados Unidos | 62 | 2 | 18 | 14 | 8 | 10 | 10 |
França | 60 | 8 | 10 | 8 | 6 | 14 | 14 |
Inglaterra | 37 | 14 | 3 | 3 | 10 | 6 | 1 |
Irlanda | 34 | 4 | 6 | 6 | 4 | 8 | 6 |
Espanha | 19 | 3 | 2 | 4 | 3 | 3 | 4 |
Brasil | 13 | 1 | 4 | 2 | 2 | 2 | 2 |
*tabela com somente as equipes fixas |
- Rebaixamento para o 11º colocado;
- Pontuação: 1º lugar, 20 pontos / 2º, 18 pts / 3º, 16 pts / 4º, 14 pts / 5º, 12 pts / 6º, 10 pts / 7º, 8 pts / 8º, 6 pts / 9º, 4 pts / 10º, 3 pts / 11º, 2 pts / 12º, 1 pt.
Foto: Brasil x Espanha – Dubai 2016 – World Rugby