Tempo de leitura: 5 minutos

Hoje damos sequência à nossa série de retrospectivas de 2015 com um olhar sobre o ano das nossas seleções! Foi um ano de contrastes, com a alegria da maior conquista do nosso rugby feminino, a medalha de bronze dos Jogos Pan-Americanos, mas com a decepção da derrota em casa para o Paraguai no Sul-Americano de XV. Foi um ano também de realizações fora de campo, com uma bem sucedida organização da Série Mundial de Sevens Feminina em Barueri, pelo segundo ano seguido com as melhores do sevens feminino mundial visitando o país, e de um empolgante recorde de mais de 10.400 torcedores na partida entre Brasil e Alemanha, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Mas também de preocupação pelo andamento das academias de alto rendimento, que começaram o ano promissoras e encerraram 2015 com dúvidas no ar após o fechamento da unidade de Curitiba.

 

Seleção feminina é bronze no Pan!

- Continua depois da publicidade -

A temporada de 2015 da seleção brasileira feminina, do técnico Chris Neill, teve saldo positivo, com a conquista da tão aguardada medalha de bronze dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, com direito a transmissão em TV aberta pela Record News. No Canadá, as Tupis, que já são decacampeãs sul-americanas (e que não puderam em 2015 defender o título continental, pela ausência de um genuíno Campeonato Sul-Americano de Sevens), ganharam os olhares de todo o Brasil, com vitórias vistosas sobre Argentina, Colômbia e México, tendo seus esforços reconhecidos mais do que nunca fora do meio do rugby.

 

O ano, no entanto, teve muito mais do que apenas o Pan. Em fevereiro, o primeiro torneio do ano foi em casa, na Arena Barueri, que recebeu pelo segundo ano seguido uma etapa da Série Mundial de Sevens Feminina. O torneio teve público semelhante ao de 2014, mas subiu em termos de organização, com mais atrações para o público. Em campo, as Tupis superaram 2014 e igualaram sua melhor campanha na história do circuito, o oitavo lugar. Na primeira fase, o Brasil arrasou Fiji e China, perdendo apenas para a Austrália. No domingo, a expectativa de uma vitória histórica não se confirmou, com derrotas para França, Estados Unidos e Rússia, mas que não diminuíram a boa impressão deixada pelas Tupis. A Nova Zelândia se sagrou campeã e premiou o público com haka e selfie coletiva.

 

O desempenho do Brasil no torneio seguinte, nos Estados Unidos, em março, foi o mesmo oitavo lugar, com vitória sobre a China na primeira fase. Mas, o restante da temporada foi de perigoso declínio, com 10º lugar no Canadá e último lugar na Inglaterra, encerrando 2014-15 com derrotas para China e África do Sul, que vinham mal no circuito. O desempenho preocupante foi controlado no Pan, com a conquista do bronze, mas em agosto veio o momento mais baixo, com mais um insucesso no Torneio Qualificatório para a temporada 2015-16 da Série Mundial Feminina, com o Brasil outra vez perdendo a vaga como seleção fixa do circuito. No torneio realizado na Irlanda, as Tupis não resistiram a Japão, Gales e Irlanda, ficando longe da classificação necessária.

 

Já a temporada atual, 2015-16, começou com a preparação vitoriosa no Valentin Martinez, no Uruguai, e com a largada da nova temporada em Dubai, onde o Brasil arrancou uma importante vitória sobre a Irlanda para recuperar confiança.

 

Nota ainda para a boa participação das Amazonas, a segunda seleção do Brasil, no torneio aberto de Amsterdã, terminando com o 11º lugar, após vencer clubes holandeses e a Suíça, mas perder para Irlanda e Escócia.

 

Sevens masculino do Chile a Hong Kong, do Canadá ao Quênia

O ano de 2015 começou muito positivo para a Seleção Masculina de Sevens, do técnico Andrés Romagnoli. Os Tupis conquistaram dois importantes resultados nos torneios de janeiro, com classificação ao Pan de 2015 obtida no torneio de Mar del Plata, na Argentina, que incluiu empate com o Chile, e classificação ao Hong Kong Sevens, garantida no torneio de Viña del Mar, com direito a vitória sobre os anfitriões chilenos e sobre a seleção de desenvolvimento do Canadá.

 

Com a classificação em mãos, o Brasil foi à China em março jogar a segunda divisão mundial em Hong Kong e estreou com vitória sobre a tradicional seleção da casa. Os Tupis caíram por mais um placar de apenas um try de diferença contra o Uruguai na sequência, mas fecharam o grupo vencendo o México. No jogo decisivo de quartas de final, contudo, o Brasil perdeu por um ty de margem para o Zimbábue, saindo de cabeça erguida do torneio.

 

O Brasil ainda foi a Londres como convidado da última etapa da Série Mundial de Sevens, flertando com vitórias contra Escócia e Quênia, que acabaram não acontecendo, mas provando a evolução da equipe. Em julho, os Tupis foram a Roma para seguirem se preparando para o Pan e terminaram com o quinto lugar do torneio.

 

No Pan, o Brasil começou com boas atuações diante de Canadá e Argentina, mas perdeu mais uma vez por um try para o Uruguai. A equipe ainda venceria o México, mas acabaria em sexto com derrota para o Chile, também por um try.

 

O ano do masculino de sevens se encerrou com a primeira viagem dos Tupis à África, com campanha sem brilho no Safari Sevens, no Quênia, e terminou com boa atuação em torneio em Rosario, na Argentina, com as primeiras vitórias brasileiras sobre as seleções das fortes províncias de Tucumán e Rosario.

 

XV vive decepção em Bento e recorde no Pacaembu

No primeiro ano inteiro sob o comando de Rodolfo Ambrosio e com os atletas treinando nas academias de alto rendimento, a seleção de XV sofreu. A temporada 2015 começou com dois amistosos contra clubes na Argentina, servindo de valioso termômetro para a sequência do trabalho. No Sul-Americano, as dificuldades deram as caras. Após derrotas esperadas para Uruguai (48 x 9) e Chile (32 x3) fora de casa, os Tupis sofreram um duro revés: derrota em casa, em Bento Gonçalves, para o Paraguai (17 x 11), em jogo que a vitória paraguaia foi incontestável e o Brasil muito aquém do esperado.

 

O retorno da seleção a campo se deu em novembro, em amistosos inéditos contra a Alemanha. Os amistosos foram um sucesso retumbante fora de campo, com públicos excelentes em Blumenau (casa cheia) e Pacaembu (recorde de público na história do rugby brasileiro, com mas de 10.400 pessoas presentes). Evolução contra os alemães houve, sobretudo no scrum, que se mostrou uma máquina poderosa a favor do Brasil, mas ainda com muitos erros e problemas criativos os Tupis sofreram duas derrotas (29 x 12 e 31 x 7). O ano se encerrou com a única vitória da equipe, sobre a Colômbia, por 44 x 0, no Canindé, em partida de domínio absoluto e esperado dos Tupis, em duelo que valia a permanência brasileira no Sul-Americano A.

 

Curumins de cara nova seguem na frente dos paraguaios

A Seleção Brasileira M19 teve um calendário curto, com a estreia do técnico argentino Damian Rotondo no comando. Com o trabalho nas academias ganhando sequência, o Brasil foi em julho à Argentina para amistosos e teve sua grande provação em agosto, encarando o Sul-Americano M19, no Paraguai. E o resultado foi positivo. As derrotas para Chile (32 x 3) e Uruguai (27 x 12) eram naturais, mas o placar encurtou de forma animadora contra os Teritos com relação a 2014. O grande desafio foi a última partida, contra os donos da casa, e que terminou com alegria brasileira: vitória elástica por 32 x 12 em solo paraguaio.

 

Beach Rugby virando tradição

O ano foi encerrado com a segunda edição do Desafio Internacional de Beach Rugby no Rio de Janeiro, que começa a ganhar cara de potencial tradição a ser incorporada definitivamente. Nas areias, deu o esperado: título do feminino, vencendo todas as oponentes sul-americanas (Argentina, Uruguai e Colômbia), mas dificuldades do lado masculino, com derrotas para Argentina, Itália e Portugal, mais desenvolvidas. O mais importante esteve fora dos jogos: a divulgação do rugby na cidade olímpica. Agora, é aguardar por 2016!

 

2 COMENTÁRIOS