Tempo de leitura: 7 minutos
Colossal!!! Esse é um ótimo adjetivo para resumir a partida que fez a seleção brasileira diante do Uruguai. Foram quase 60 minutos históricos do time verde-amarelo, que pressionou e por vezes esteve à frente dos Teros no placar. Foi somente no fim do jogo que os favoritos uruguaios deslancharam, conseguindo, sob protestos brasileiros relativos à arbitragem, abrir grande vantagem no placar e selar a vitória em 39 x 18. Placar que nada diz sobre o que foi a peleja.
O Brasil abriu o placar logo aos 11′, com penal chutado por Juli Menutti. De forma alguma inferior aos uruguaios, o time brasileiro chegou a mandar um drop goal na trave.O Uruguai arrancou o penal do empate aos 25′. Aos 36′, o Brasil anotou seu primeiro try no torneio, com Gregg, colocando vantagem sobre os uruguaios! 8 x 5! Fenomenal momento brasileiro no torneio. Mas a seleção pecou nas penalidades, permitindo que o Uruguai virasse o jogo antes do intervalo, por meio de três penais e um try, de Gaminara, no apagar das luzes. 17 x 8 no intervalo.
Na segunda etapa, o Brasil começou brilhante. Da Ros, o Ige, fez o segundo try brasileiro, 18 x 15 para Los Teros. Aos 60′, o Brasil permitiu que os uruguaios ampliassem a vantagem, por meio de outro penal. E simplesmente liquidaram o jogo nos minutos finais, com três implacáveis tries, mostrando a nós brasileiros que a trilha ainda é longa para o sucesso. Leiva, um penal try e o artilheiro Pablo Buenos (que fez quatro tries no Paraguai) fizeram os tentos finais.
É bom notar que a seleção brasileira recebeu nada menos que quatro cartões amarelos: Lucas Duque, Antonio Goros, Luis Figallo e Danilo Lima.
O rugby brasileiro deu mais uma demonstração de evolução técnica. O placar de 39 a 18 para os uruguaios, marcou o maior número de pontos que o Brasil conseguiu fazer no adversário em 60 anos de confrontos. O Uruguai é a segunda força do rugby no continente e estreou na competição com contundente vitória em cima do Paraguai por 102 a 6. O Brasil sentiu o cansaço da dura partida de abertura (derrota por 25 a 6 para o Chile).
"Jogar duas partidas nesse nível num espaço de tempo curto é muito difícil para qualquer equipe do mundo. Contra o Uruguai demos mais um passo buscando aproximação aos nossos adversários da América do Sul. Os uruguaios são a segunda. força do continente e estiveram perto do Mundial deste ano na Nova Zelândia. Ou seja, o Brasil vem reduzindo diferenças e estou imensamente satisfeito. Sabemos que podemos mais e vamos sempre com respeito e humildade buscar nosso espaço", comentou Antonio Martoni, Gestor de Alto Rendimento da seleção masculina.
Pela primeira vez na história do confronto, o Brasil liderou o placar durante 37 minutos de jogo (8 x 6, com penal convertido por Julian Menutti e try anotado por Daniel Gregg). Nos minutos finais do primeiro tempo, sofreu um try, um penal e foi para o intervalo com desvantagem de 17 a 8. No início da segunda parte, a seleção brasileira fez outro try, através de João Luiz da Ros, desta vez convertido por Julian, e encostou no placar (15 x 17). As seleções se alternaram no campo ofensivo, mantendo pontuações em ambos os lados com um placar parcial de 20 a 18, devido a outro penal convertido por Julian.
Na segunda metade da etapa final, o Brasil sentiu o cansaço e sofreu com a perda temporária de jogadores por cartão amarelo, culminando com o placar final de 39 a 18 para o adversário.
Sami Arap, presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) aprovou a postura brasileira. "Assim como ocorreu contra o Chile, o Brasil jogou ofensivamente, ciente de que o adversário era superior tecnicamente. Entretanto, podemos notar uma mudança substancial de postura técnica no campo de jogo. O Brasil deixa para trás seu histórico defensivo e passa a atacar seus adversários em igualdade de condições. É importante ressaltar que o Brasil disputou essa competição com apenas um jogo amistoso contra a Seleção da Província de Misiones, na Argentina. Dando volume de jogos internacionais para nossos atletas, alcançaremos nossos objetivos".
O Brasil alinhou com Danilo Lima, Daniel Danielwicz, Julio Figalo (Lucas Croffi), Vitor Medeiros, Antonio Górios (Reges Comoreto), João Carlos Orioli, Pedro Rosa, João Luiz da Ros, Felipe Claro, Lucas Duque, Moisés Duque Julian Menutti, Fernando Portugal, Daniel Gregg e Rafael Dawailibi. Os cartões amarelos foram para Lucas Duque, Antonio Górios, Julio Figalo e Danilo Lima.
A comissão técnica, liderada por Rodrigo "Toto" Camardon, que conta com o auxílio de Juan Rapetti, técnico dos fowards, além de Nei Vasconcelos e Paulo Meireles, gostou da apresentação.
"O objetivo da equipe era o de ser protagonista do jogo, e isso conseguimos. No entanto é difícil manter um padrão de jogo com 14 jogadores por 40 minutos. O Brasil mostrou que é capaz de superar grandes adversidades", disse Toto. Rapetti também lamentou o fato de a seleção ficar com jogadores a menos durante a partida.
"Foi um jogo muito duro, para as duas equipes. O Brasil jogou uma partida muito boa em toda as suas linhas. Em grande parte do jogo roubou a bola do Uruguai. Foi muito difícil jogar 40 minutos com 14 jogadores, o que influenciou o resultado final",
Na sexta-feira, o Brasil encerra a participação no campeonato contra o Paraguai, que perdeu por 71 a 3 para o Chile na primeira partida do dia. o Chile atropelou o agonizante Paraguai que, em meio à crise política, não vem conseguindo por em campo seu melhor rugby. 71 x 3 para Los Cóndores.
No Sul-Americano de 2010, Chile e Uruguai classificaram-se para um triangular contra os argentinos, que será disputado logo após a primeira fase do torneio de 2011. Com os resultados de terça-feira, Uruguai e Chile já estão garantidos para enfrentar a Argentina novamente em 2012.
O melhor resultado brasileiro foi o vice-campeonato em 1964, quando a competição continental ocorreu em São Paulo (SP). Ano passado, a seleção terminou no quarto lugar.
A delegação brasileira, que conta com 25 atletas e comissão técnica, passou seis dias em Foz do Iguaçu (PR), com hospedagem, alimentação e local para treinamentos. Antes, realizou diversos períodos de concentração.
Campeonato Sull-Americano A – Puerto Iguazú, Argentina
Chile 71 x 3 Paraguai – encerrado
713
Brasil 18 x 39 Uruguai – encerrado
1839
BRASIL. Danilo Lima, Daniel Danielwicz, Julio Figalo, Vitor Medeiros, Antonio Gorios (c), Joao Carlos Orioli Junior, Pedro Rosa, Joao Luiz da Ros, Felipe Claro, Lucas Duque, Julian Menutti, Fernando Portugal, Daniel Gregg, Rafael Dawailibi.
Suplentes: Marcelo Danesin, Pedro Manzini, Jardel de Mendoça, Felipe Zeni, Thiago Maihara.
Substituições: 14 ST’ Antonio Gorios por Reges Comoreto, 35 ST’ Julio Figalo por Lucas Croffi.
Comissão técnica Rodrigo Camardon, Juan Rapetti, Nei Vasconcellos.
Tries: Daniel Gregg (30′) e João Luiz da Ros (51′)
Conversões: Julian Menutti (1)
Penais: Julian Menutti (1)
Carões amarelos: Lucas Duque, Antonio Goros, Luis Figallo e Danilo Lima
URUGUAI. Alejo Corral, Martín Espiga (c), Carlos Arboleya, Pedro Crosta, Mathias Palomeque, Manuel Gaminara, Diego Magno, Matías Braun, Guillermo Lijtenstein, Matías Arocena, Pablo Bueno, Juan de Freitas, Adrían Lewis, Santiago Arocena, Ignacio Inchausti.
Substituições: 9 ST’ Juan de Freitas por Alberto Román, Alejo Corral por Rodolfo de Mula, 10 ST’ Santiago Arocena por Leandro Leivas, 20 ST’ Matías Braun por Ignacio Barcos, Pedro Crosta por Cristofer Soares de Lima, 31 ST’ Carlos Arboleya por Francisco Jiménez, 35 ST’ Martín Espiga por Arturo Avalos.
Comissão técnica: Sebastían Piñeyrua y Pablo Lemoine.
Tries: Manuel Gaminara, Leandro Leivas, penal try e Pablo Bueno
Conversões: Matías Arocena (2)
Penais: Matías Arocena (4)