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Está tudo pronto para a Seleção Brasileira Feminina pisar pela primeira vez na palco dos Jogos Olímpicos de 2016! Nesse fim de semana, dias 5 e 6 de março, o Estádio de Deodoro, ainda em construção, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, receberá seu primeiro evento, que servirá como teste para o Rio 2016, como parte do Aquece Rio. E o torneio escolhido para inaugurar o palco é o Sul-Americano Feminino de Sevens, que chega à sua 12ª edição!
O evento não terá transmissão de TV e não terá acesso ao público, por conta das obras que estão em andamento, mas o torcedor das Tupis – e de todas as seleções sul-americanas, claro – poderá acompanhar a cobertura do Portal do Rugby direto de Deodoro ao longo de todo o fim de semana. Fique atento(a) a nosso Twitter @portaldorugby e a nosso Facebook!
52 jogos de invencibilidade: não é para qualquer um
O Brasil dará no sábado o pontapé inicial de sua campanha com uma marca inacreditável. Até hoje, o Brasil jogou 10 vezes o Sul-Americano, conquistando 10 título, todos invictos, com um total de 52 vitórias consecutivas! Jamais as Tupis foram derrotadas em um Sul-Americano por uma seleção do continente, sendo que até hoje o Brasil perdeu somente 1 jogo contra uma adversária sul-americana (em 2011, contra o Uruguai, no Valentin Martinez). Apenas na última edição, em 2015, o Brasil não foi campeão, simplesmente porque não esteve presente na competição, já que ela valia também como Pré-Olímpico (e o Brasil já estava classificado ao Rio 2016). O torneio realizado em Santa Fe, na Argentina, em 2015, acabou com decepção para as donas da casa, que viram a Colômbia levantar seu primeiro caneco e assegurar inédita vaga nos Jogos Olímpicos.
Esta será a terceira vez que o Rio de Janeiro recebe um Sul-Americano de Sevens, com a Gávea tendo sido o palco dos torneios de 2012 e 2013. No total, este será o sexto Sul-Americano Feminino realizado no Brasil, isto é, nada menos que a metade das edições até hoje. São Paulo, em 2005, São José dos Campos, em 2009, e Bento Gonçalves, em 2011, foram as outras cidades que puderam comemorar títulos da seleção feminina. Argentina e Chile receberam duas vezes cada, enquanto Uruguai e Venezuela foram os palcos de um torneio. Colômbia (a segunda potência atual do continente), Peru e Paraguai jamais tiveram a oportunidade de jogar em casa.
O torneio de 2016 terá um formato ainda não usado na competição. Na primeira fase, o modelo de 2 grupos de quatro, que vigorou de 2014 a 2013, será usado, mas desta vez todas as seleções avançarão à segunda fase, com o domingo começando na fase de quartas de final.
Chris Neill, técnico neozelandês do Brasil, optou por um time com uma base sólida e experiente de atletas, com Paulinha, Júlia, Baby, Bruna, Juka, Edninha, Luiza, Raquel e Haline formando um núcleo que deverá estar presente no Rio 2016, ao qual foram somadas três atletas menos experientes com a seleção, Patrícia (do Delta, do Piauí), Franciny (do Curitiba) e Amanda (do Desterro), que serão testadas em um nível mais elevado. O time brasileiro vai forte, determinado a manter sua escrita na América do Sul. E é franco favorito, claramente, ainda com um degrau seguramente acima de suas oponentes – e com longa experiência na Série Mundial de Sevens a seu favor – o que suas adversárias não têm.
Qualificada para o Rio 2016, a Colômbia vai a Deodoro em ritmo de preparação para os Jogos Olímpicos, tendo ainda no horizonte a disputa do Atlanta Sevens, nos Estados Unidos, nos dias 8 e 9 de abril, a terceira etapa da Série Mundial de Sevens Feminina. O time é liderado pelo técnico francês Laurent Palau, que busca fazer a seleção colombiana jogar com espírito e alegria. A evolução colombiana é clara e as Tucanas terão pela frente justamente as rivais argentinas na fase de grupo. O duelo entre os dois países se tornou um dos mais quentes da América do Sul e certamente Las Pumas terão vontade extra em desbancar as Tucanas, após a derrota em casa no apagar das luzes no ano passado. A igualdade é tão grande entre colombianas e argentinas que no Pan as duas seleções empataram em 5 x 5, com as colombianas ficando para trás no saldo de pontos e sendo surpreendidas pelo fraco México na disputa de 5º lugar. Contra o Brasil, as Tucanas historicamente têm problemas e, em 8 jogos contra as Tupis, as colombianas anotaram somente 1 try (2012). Das 12 Tucanas, 9 jogaram o Pan em Toronto 2015,
A Argentina tem recentemente dificultado mais a vida das brasileiras, apesar do último jogo entre os dois países ter acabado em 29 x 0 para as Tupis, em Toronto. A lembrança que leva à maior cautela vem do Rio, quando Las Pumas quase tiraram o título brasileiro, em 2013. Para o torneio, Noelia Billerbeck, capitã argentina, já avisou que a equipe vem mais forte do que nunca, com o técnico Daniel Villén tendo hoje uma estrutura de alto rendimento para usar para sua seleção. A Argentina contará com 7 atletas que jogaram o Pan de 2015, sendo que o elenco ainda mantém esperanças de classificação aos Jogos Olímpicos, pois Las Pumas jogarão o Pré-Olímpico Mundial em Dublin, na Irlanda, em junho.
O Grupo B se fecha com Chile e Paraguai. Historicamente, as chilenas são superiores às paraguaias, porém a União Paraguaia de Rugby e os clubes do país vem dando maior atenção ao rugby feminino e o resultado foi nítida evolução paraguaia em 2015, com o vitória sobre o Chile e quinta posição.
No Grupo A, o Brasil terá como maior oponente a Venezuela, que, assim como a Argentina, jogará o Pré-Olímpico Mundial em junho. As venezuelanas garantiram a classificação em Santa Fe revertendo a má impressão deixada em 2014, quando acabaram o Sul-Americano em último lugar. Entre 2004 e 2009, a Venezuela acabou todos os Sul-Americanos entre as três primeiras colocadas, mas despencou nos anos seguintes, retornando ao Top 3 somente no ano passado. Para o Brasil, a Venezuela nunca foi um problema. Em 10 confrontos, as venezuelanas marcaram somente 2 tries nas Tupis, sendo os 2 anotados no primeiro confronto entre os dois países, em 2014, na Venezuela. Desde então, o Brasil jamais voltou a sofrer tries das venezuelanas, superando a marca de 40 pontos nos 3 últimos jogos (o último, no Valentin Martinez de 2014, 45 x 0).
Correndo junto com a Venezuela está a única seleção do continente que já teve o sabor de bater o Brasil, o Uruguai. Desde 2009, as uruguaias vem disputando com Argentina e Colômbia as posições imediatamente abaixo do Brasil. Em 2015, o Uruguai festejou vitória contra a Argentina em solo argentino, mas foi derrotado depois pela Venezuela por 15 x 0 e ficou em quarto lugar, perdendo a sonhada chance de ir ao Rio 2016 ou pelo menos ao Pré-Olímpico Mundial – o que garantirá um jogo ainda mais interessante contra as venezuelanas. Na última vez que o Brasil encarou o Uruguai, em 2014, a vitória foi tranquila, por 32 x 00, mas no Rio de Janeiro, em 2012, as Tupis sofreram para fazer 12 x 5 nas uruguaias. Olho nas Teras!
O Peru completa o grupo do Brasil e deverá terminar em último lugar. Em 7 jogos contra o Brasil até hoje, as peruanas jamais fizeram um try sequer.
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XIIº Sul-Americano de Sevens Feminino – no Rio de Janeiro, Brasil
Grupo A: Brasil, Venezuela, Uruguai e Peru
Grupo B: Colômbia, Argentina, Chile e Paraguai
Sábado, dia 5 de março
10h00 – Brasil x Peru
10h22 – Venezuela x Uruguai
10h44 – Colômbia x Chile
11h06 – Argentina x Paraguai
12h30 – Brasil x Uruguai
12h52 – Venezuela x Peru
13h14 – Colômbia x Paraguai
13h36 – Argentina x Chile
16h00 – Brasil x Venezuela
16h22 – Uruguai x Peru
16h44 – Colômbia x Argentina
17h06 – Paraguai x Chile
Domingo, dia 6 de março
Finais, das 10h às 17h30
Brasil:
Amanda Boneti Ricci – Desterro
Beatriz Futuro Muhlbauer – Niterói
Bruna Pamela Lotufo – Band Saracens
Edna Santini – São José
Franciny Alves Amaral – Curitiba
Haline Leme Scatrut – Curitiba
Julia Albino Sardá – Desterro
Juliana Esteves Santos – Band Saracens
Luiza Gonzales da Costa Campos – Charrua
Paula Harumi Ishibashi – SPAC
Patricia Anne Bodeman Campos – Delta
Raquel Cristina Kochhann – Charrua
Equipe | Cidade (Estado) | Pts | Etapa 1 | Etapa 2 | Etapa 3 | Etapa 4 | Etapa 5 |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Curitiba | Curitiba (PR) | 91 | 18 | 12 | 15 | 25 | 21 |
Charrua | Porto Alegre (RS) | 85 | 21 | 10 | 08 | 21 | 25 |
São José | São José dos Campos (SP) | 69 | 25 | 06 | 12 | 18 | 08 |
Desterro | Florianópolis (SC) | 68 | 12 | 21 | 10 | 10 | 15 |
Band Saracens | São Paulo (SP) | 64 | 15 | 03 | 21 | 15 | 10 |
Delta | Teresina (PI) | 64 | 10 | 18 | 18 | 12 | 06 |
BH Rugby | Belo Horizonte (MG) | 57 | 06 | 15 | 25 | 08 | 03 |
Niterói | Niterói (RJ) | 46 | 01 | 25 | 04 | 04 | 12 |
SPAC | São Paulo (SP) | 38 | 04 | 04 | 06 | 06 | 18 |
Vitória | Vitória (ES) | 15 | 03 | 08 | 00 | 00 | 04 |
Guanabara | Rio de Janeiro (RJ) | 12 | 08 | 02 | 00 | 00 | 02 |
Urutau | Curitiba (PR) | 4 | 00 | 00 | 02 | 02 | 00 |
Centauros | Estrela (RS) | 3 | 00 | 00 | 03 | 00 | 00 |
Pasteur | São Paulo (SP) | 3 | 02 | 01 | 00 | 00 | 00 |
Poli | São Paulo (SP) | 1 | 00 | 00 | 00 | 00 | 01 |