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O segundo desafio do Brasil no Sul-Americano aconteceu neste sábado, em Santiago, diante do Chile. Os Tupis não foram capazes de repetir o desempenho de 2014 e caíram diante dos Cóndores por 32 x 3, em partida de muitos erros. Foi o segundo jogo do Brasil, depois de ser derrotado pelo Uruguai na estreia, enquanto o Chile fez sua estreia.
A partida gerou muita expectativa, uma vez que em 2014 os Tupis pela primeira vez na história superaram os Cóndores, em jogo realizado em Barueri. Em 2015, os chilenos já deixavam claro que o jogo deste ano era de suma importância para a recuperação do orgulho da equipe. E seus dois principais atletas que atuam no exterior, Huete (Massy) e Ayarza (Carcassonne), foram convocados para resolver os problemas no pack chileno, dominado pelo Brasil em 2014. Ainda assim, o Brasil mostrou grande força no scrum, sendo inclusive dominante na formação, ao levar o Chile a alguns penais. Porém, a má atuação nos laterais e o domínio chileno, na saída dos rucks garantiu que os Condores tivessem grande superioridade de posse de bola e no volume de jogo. Ainda um pouco abaixo do oponente fisicamente, o Brasil não conseguiu emplacar uma reação quando começou a se distanciar no marcador e sofreu para dar continuidade às suas jogadas, atuando poucos minutos com perigo nas 22 de defesa dos chilenos.
O Chile abriu o placar logo no começo com penal bem chutado pelo abertura Valderrama. Os Tupis tiveram logo depois chance de reverter a situação, mas Grilo não foi feliz no primeiro chute, jogando contra o vento. A pressão chilena revelou a boa forma da defesa brasileira, que resistiu ao ataque do pilar Ayarza, apresentando grande mobilidade, trazida do rugby francês. O volume de jogo maior dos vermelhos resultou em novo penal, outra vez bem chutado por Valderrama. Os erros no lateral de Nelsinho e os chutes táticos sem precisão não permitiram que o Brasil conseguisse avançar com a posse de bola sobre o território vermelho e, aos 23′ e aos 30′, Valderrama ampliou o marcador para 12 x 0.
Foi somente quando o scrum brasileiro arrancou novo penal, empurrando a primeira linha chilena para o colapso, que Grilo desferiu com sucesso chute de penal e abriu o marcador para o lado amarelo. 12 x 3. Mas, o controle de bola seguia chileno e Onetto esfriou a reação dos Tupis antes do intervalo com preciso drop goal. 15 x 3. Nos minutos finais, o Brasil conseguiu pressionou, mostrou um bom maul e Grilo teve nova chance de penal, mas não foi feliz, deixando o placar em 15 x 3 no intervalo.
O segundo tempo começou promissor, com belo chute tático de Grilo, levando os Tupis ao campo ofensivo. As primeiras chances apareceram, mas o Brasil pecou, não apresentou proposta ofensiva e não soube aproveitar o bom momento. Primeiro, Grilo errou drop goal e, em segunda chance, nova leitura errada de jogo do Brasil e tentativa de mais um drop goal abortada, fazendo a equipe recuar. Quem não faz, leva, e Valderrama não perdoou na próxima oportunidade de chute de penal que teve, colocando 18 x 3 no marcador, os quais pareciam uma montanha para o Brasil superar.
Os Tupis voltaram a ter uma chance de penal, novamente para fora. E sem apoio, continuidade ou criatividade, as chances brasileiras foram escasseando até os chilenos darem o golpe fatal. Aos 69′, o chute equivocado do Brasil levou ao contra-g0lpe e, com o lado cego do ruck desguarnecido, o Chile avançou na velocidade com Zunino fazendo um belo try, quebrando os tackles brasileiros. O golpe foi fatal, o Brasil colapsou e o Chile definiu o placar no minuto final, com try de Hurtado, após boa ação do scrum vermelho. Fim de jogo, Condores 32 x 3 Tupis.
Agora, cabe ao Brasil pensar no jogo derradeiro contra o Paraguai, no dia 9 de maio, em Bento Gonçalves, para fugir da última colocação – e muito trabalho pela frente para o técnico Rodolfo Ambrosio. Já o Chile visita o Paraguai no dia 3 e, se vencer, garantirá o direito de enfrentar a Argentina na Copa CONSUR de 2016. No dia 9, os Condores recebem os Teros uruguaios em partida decisiva.
Chile 32 x 03 Brasil , em Santiago
Árbitro: Alejandro Longres (Uruguai) / Auxiliares: Franscisco Pesce e Francisco González (ambos Uruguai)
Chile
Tries: Zunino e Hurtado
Conversões: Valderrama (2)
Penais: Valderrama (5)
Drop goal: Onetto (1)
15 Francisco Urroz, 14 Matías Contreras, 13 Matías Nordenflycht, 12 Cristián Onetto, 11 Italo Zunino, 10 Javier Valderrama, 9 Juan Pablo Perrotta, 8 Matías Cabrera, 7 Javier Richard, 6 Benjamín Soto, 5 Pablo Huete, 4 Ignacio Álvarez, 3 Luis Sepúlveda, 2 Manuel Gurruchaga, 1 Ramón Ayarza
Suplentes: 16 Cristóbal Niedmann, 17 Claudio Zamorano, 18 José Tomás Munita, 19 Francisco Hurtado, 20 Manuel Dagnino, 21 Sergio Bascuñán, 22 José Ignacio Larenas, 23 Felipe Neira.
Brasil
Penal: Grilo (1)
15 Lucas Tranquez “Zé”, 14 Cláudio Medeiros “Macaxeira”, 13 Mateus Estrela, 12 Martin Schaefer, 11 Lucas Muller, 10 Rafael Morales “Grilo”, 9 Beukes Cremer, 8 Nick Smith, 7 Matheus Daniel “Matias” (capitão), 6 Michael Moraes “Ilha”, 5 Pedro Rosa, 4 Lucas Piero “Bruxinho”, 3 Jardel Vettorato, 2 Nelson Olveira, 1 Lucas Abud.
Suplentes: 16 Rafael Carnivalle, 17 Bruno Carvalho “Manteigão”, 18 Vitor Ancina, 19 David Prates, 20 Saulo Oliveira, 21 Laurent Bourda, 22 Pedro Di Pilla, 23 Eduardo Melotto “Duka”.
Foto: Fotojump
Brasil não pode jogar sem seus jogadores de Sevens. Sem titulares a participação do Brasil no Pan American Seis Nações será em grande perigo.
Acho que algo precisa ser corrigido. O Brasil parece evoluir no rugby, mas esta evolução é tão grande quanto esperávamos? Digo, esquecendo o ano passado, há 4 ou 5 anos atrás conseguimos resultados melhores contra Chile e Uruguai, não? E de 2010 pra cá ouço falar muito em evolução do nosso rugby. Podemos presumir que Chile e Uruguai estão evoluindo mais que nós? Se sim, por quê?