Tempo de leitura: 3 minutos
ARTIGO COM VÍDEO – Mais um tabu caiu. Pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira derrotou o Chile em solo chileno, em duelo dramático neste sábado na primeira rodada do Americas Rugby Championship no Estadio de La Pintana, em Santiago. Os Tupis foram superiores, complicaram-se no fim, mas asseguraram um triunfo importante por 16 x 14, que deverá colocar o Brasil acima do Chile no Ranking Mundial – a ser confirmado na segunda-feira.
As equipes fizeram um jogo bem equilibrado em seu início. O Brasil marcava bem e pressionava o Chile. Mas, em um contra-ataque, aos 9′, Josh Reeves comete penal para evitar que o Chile anotasse seu primeiro try. A arbitragem marcou penal try de Josh e o Chile saiu na frente por 7 x 0.
Aos 16′, os Tupis aproveitaram uma oportunidade que exigiu bem da habilidade de chutes de Josh Reeves: um penal ainda no campo de defesa do Brasil que o chutador do Brasil não desperdiçou, reduzindo a 7 x 3. O Brasil passou a acumular volume de jogo, usar chutes táticos e ganhar território, mas os Cóndores se mantiveram sólidos atrás. Em um contra-ataque de Laurent e Moisés, o Brasil ficou próximo da linha de ingoal do Chile. E, logo depois, aos 30′, em em jogada iniciada num lateral, Jardel Vettorato anotou o primeiro try do Brasil na partida. Com a conversão de Josh Reeves. Tupis na frente no intervalo, 10 x 07.
Try! Jared Vettorato puts @brasilrugby ahead! #ARC2018 pic.twitter.com/FeTjGqVbFQ
— World Rugby (@WorldRugby) February 3, 2018
O segundo tempo começou perfeito para o Brasil, com Josh arrematando certeiro penal aos 44′, abrindo 13 x 07 no marcador e impondo aos andinos a necessidade do try. O volume de jogo brasileiro cresceu, com os Tupis levando superioridade nas formações e no jogo de conta. Aos 54′, a linha brasileira funcionou, com bola troca de passes, levando os Tupis até o campo ofensivo, resultado em precioso penal ganho. Josh foi perfeito e o Brasil abriu mais de um try de frente, que se provaria crucial ao final do embate.
Contudo, os Cóndores estavam ainda dando seus voos. Aos 63′, a linha vermelha funcionou com a entrada de seus reservas. Pizarro quebrou a linha brasileira e serviu com offload Vergara, que apoiou bem e entregou para Garafulic finalizar o try chileno. 16 x 14, com os donos da casa vivos.
Entretanto, os Tupis provaram maturidade. O Brasil, com um forte trabalho físico, soube manter o nível até o fim, não diminuiu sua intensidade e conseguiu se manter firme defensivamente. O lance central veio aos 71′, com Buda arrancando um turnover em momento no qual o Chile parecia crescer. O Brasil manteve a bola no campo ofensivo e arrancou um último penal com o tempo encerrado. Josh chutou para fora, mas o lance já não importava, pois o tempo estava encerrado, sem chances de vitória chilena. Brasil 16 x 14!
Na sexta-feira que vem, os Tupis receberão no Pacaembu o Uruguai, ao passo que o Chile irá à Argentina.
1416
Chile 14 x 16 Brasil, em Santiago
Árbitro: Pablo de Luca (Argentina) / Assistentes: Tomás Fernández (Chile) e Tomás Covarrubias (Chile) / TMO: Marcelo Pilara (Argentina)
Chile
Try: Penal try e Garafulic
Conversões: Ianiszewski (1)
15 Tomás Ianiszewski, 14 Mauricio Urrutia, 13 José Ignacio Larenas, 12 Francisco de la Fuente, 11 Italo Zunino, 10 Santiago Videla, 9 Juan Pablo Perrotta, 8 Benjamin Soto, 7 Alfonso Escobar, 6 Javier Richard, 5 Mario Mayol, 4 Nikola Bursic, 3 José Tomás Munita, 2 Tomás Dussaillant, 1 Vittorio Lastra;
Suplentes: 16 Ignacio Guajardo, 17 Sebastián Otero, 18 Marco Díaz, 19 Manuel Dagnino, 20 Nicolás Garafulic, 21 Beltrán Vergara, 22 Benjamín Pizarro, 23 Lucca Avelli;
Brasil
Tries: Jardel
Conversões: Josh (1)
Penais: Josh (3)
15 Lucas “Zé” Tranquez, 14 Lucas Muller, 13 Felipe Sancery, 12 Moisés Duque, 11 De Wet Van Niekerk, 10 Josh Reeves, 9 Laurent Bouda-Couhet, 8 André “Buda” Arruda, 7 Cléber “Gelado” Dias, 6 Arthur Bergo, 5 Lucas “Bruxinho” Piero, 4 Gabriel Paganini, 3 Jardel Vettorato, 2 Yan Rosetti (c), 1 Lucas Abud;
Suplentes: 16 Angelo Marcucci, 17 Michel “Vanzinha” Olimpo, 18 Wilton “Nelson” Rebolo, 19 Diego Lopez, 20 Matheus “Matias” Daniel, 21 Will Broderick, 22 Robert Tenorio, 23 Ariel Rodrigues;
Equipe | Apelido | P | J | V | E | D | 4+ | -7 | PP | PC | SP |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estados Unidos | Eagles | 24 | 5 | 5 | 0 | 0 | 4 | 0 | 197 | 68 | 129 |
Argentina | Argentina XV | 21 | 5 | 4 | 0 | 1 | 4 | 1 | 169 | 69 | 100 |
Uruguai | Teros | 14 | 5 | 3 | 0 | 2 | 2 | 0 | 168 | 157 | 11 |
Canadá | Canucks | 11 | 5 | 2 | 0 | 2 | 3 | 0 | 132 | 129 | 3 |
Brasil | Tupis | 4 | 5 | 1 | 0 | 3 | 0 | 0 | 63 | 159 | -96 |
Chile | Cóndores | 1 | 5 | 0 | 0 | 5 | 0 | 1 | 71 | 218 | -147 |
- Empate = 2 pontos;
- Derrota = 0 pontos;
- Anotar 4 ou mais tries = 1 ponto extra;
- Perder por 7 pontos ou menos de diferença = 1 pontos extra;
Foto: Brasil Rugby
E quanto será que o os tupis sobem no ranking?
O Brasil está em 28o e com essa vitória deve chegar a 25o; Já o Chile que estava em 24o deve cair para 26o, uma posição abaixo de nós!
Obrigado, Flávio!!!
Acho que é seguro dizer que depois de muito tempo correndo atrás, no momento estamos um pouco a frente do Chile no rugby XV. Continuar crescendo agora! Se quisermos chegar a uma copa, precisamos nos próximos anos chegar ao nível de Canadá e Uruguai.
O Mais importante é a consistência, que vem crescendo lentamente, mas jogo a jogo. Bela vitória, belo trabalho. A seleção precisa continuar nessa linha de trabalho e a CBRu a pensar em estratégias para criar campeonatos mais fortes e competitivos. Dai chegaremos ao nível do Uruguai muito mais rápido. Valeu tupizada!
Tudo é uma questão de processos. Aos poucos, o Brasil está crescendo dentro da América do Sul. É importante que o Brasil comece a “fixar” vitórias contra o Chile para, depois disso, almejar o mesmo nível do Uruguai, algo que é bom já se planejar para os próximos 10 anos (outro processo). Temos que ser cautelosos. Não podemos pular etapas. Naturalmente vamos crescendo no cenário internacional e alcançando melhores posições no ranking mundial. Ainda é cedo para dizer que o Sudamericano Mayor A está no mesmo nível do Six Nations B.