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Hora de decisão! Nesse sábado, a Seleção Brasileira de Rugby XV voltará a campo pela última vez no Sul-Americano 2016 e, agora, o desafio será fora de casa, contra o Paraguai, em Assunção, no Estádio Héroes de Curupayty, casa da União de Rugby do Paraguai. O kick-off da partida acontecerá às 15h30, hora local, 16h30, hora de Brasília, com transmissão ao vivo pela Rede TV!
A partida é crucial para os dois times. Para os Tupis, a vitória poderá significar terminar o campeonato com o vice campeonato – que não acontece desde 1964 -, mas para isso ainda será preciso torcer por uma vitória do Uruguai sobre o Chile, que se encaram 1 hora mais cedo, em Montevidéu. Por conta do empate contra o Chile e da derrota para o Uruguai, o Brasil hoje tem uma desvantagem de 83 pontos para os chilenos, que ainda estão invictos, tendo derrotado os paraguaios na abertura. Com isso, a soma dos dois resultados ainda terá que levar em conta o saldo de pontos para que o Brasil conquiste o vice campeonato, que garante um lugar inédito para os Tupis na Sudamérica Rugby Cup do ano que vem, para encarar a Argentina no máximo troféu do contienente.
Porém, se a vitória poderia significar uma classificação inédita, a derrota condenaria o Brasil ao último lugar do torneio. E é justamente contra a lanterna que o Paraguai jogará com o apoio de sua torcida. Quem acabar em último terá que enfrentar a repescagem contra o rebaixamento, marcada para o dia 19 de novembro contra o campeão do Sul-Americano B, em partida que também deverá valer como parte das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2019. “Deverá valer” porque o campeão do Sul-Americano B (que acontece em outubro, envolvendo Colômbia, Peru, Venezuela e o vencedor da repescagem entre Equador e Guatemala) ainda terá que enfrentar pelas Eliminatórias o campeão do Rugby Americas North Championship (que já está em andamento), o campeonato da América do Norte e Caribe (que não envolve Canadá e Estados Unidos, apenas as demais seleções). Caso o time sul-americano vença, o confronto da repescagem para o Sul-Americano A de 2017 será válido também pelas Eliminatórias – mas, caso a vitória seja do time do norte do continente, provavelmente uma nova data deverá ser marcada.
O clássico sul-americano entre brasileiros e paraguaios tem muita história e segue até o presente com equilíbrio. No saldo geral do embate, a vantagem é brasileira, mas os últimos confrontos não foram os mais positivos para os Tupis. O Brasil não vence o Paraguai desde o amistoso em São José dos Campos em 2014, quando os Tupis comemoraram o 21 x 13. No último jogo entre brasileiros e paraguaios, em 2015, a vitória coube ao Paraguai, por 17 x 11, em Bento Gonçalves. Já em 2014, a vitória no Sul-Americano também foi paraguaia, no último jogo entre os dois times em Assunção: 31 x 14. A última vitória brasileira sobre os paraguaios pela competição continental foi em 2012, 35 x 22, em São Paulo, no estádio do Nacional, em partida que valia pela repescagem de promoção à primeira divisão sul-americana. O último triunfo da seleção brasileira em solo paraguaio foi em 2008, em Luque, no histórico triunfo por 15 x 6 que devolveu o Brasil à elite continental e quebro um jejum que se arrastava desde 1989 sem vitórias sobre os Yakarés.
A não inclusão do Paraguai no Americas Rugby Championship tem dois lados: tanto privou os Yakarés de uma sequência de jogos de alto nível que Brasil, Chile e Uruguai tiveram neste ano, como criou um incentivo extra para os paraguaios encararem seus oponentes. Entretanto, até aqui neste Sul-Americano, apesar de ter investido em sua preparação com exercícios conjuntos com a União Argentina de Rugby, o Paraguai apenas decepcionou, sofrendo suas pesadas derrotas nas duas primeiras rodadas: 68 x 7 diante do Chile fora de casa e 60 x 15 contra o Uruguai em Assunção. Uma média de mais de 60 pontos sofridos por partido, o que certamente preocupa demais o técnico argentino dos Yakarés, Eduardo Acosta. Apesar de contar com praticamente sua força máxima, com apenas ausências de alguns atletas que atuam no exterior – mesmo problema vivido por Brasil, Chile e Uruguai – o Paraguai sentiu a falta de jogos de nível elevado no começo de ano e não conseguiu equilibrar os jogos fisicamente.
Para encarar o Paraguai, o técnico Rodolfo Ambrosio efetuou seis alterações no time que empatou com os Cóndores no Pacaembu. Duas mudanças foram nas pontas, com Lucas Muller e Stefano Giantorno ganhando as vagas de Guilherme Coghetto e Robert Tenorio, ao passo que a camisa 9 trocou de dono, passando de Lucas Duque para Beukes Cremer. “Tanque” ficou de fora dos 23 e deverá se focar na preparação para defender o Brasil no Paris Sevens, com Cruz ganhando um lugar na reserva. No pack, a dupla de asas também será toda nova, com o capitão Ige e Bergo entrando no XV principal para formarem ao lado de Nick. A novidade maior está na segunda linha, com Gelado sendo deslocado para o lugar do lesionado Bruxinho. Já na primeira linha, a novidade é o retorno de “Nelson”, ganhando a posição de “Carnaval”, com Rodolfo buscando corrigir deficiências nas formações brasileiras, que cobraram seu preço no duelo com os chilenos.
“O jogo contra o Paraguai é um clássico. Temos um histórico de jogos duros contra eles. Os paraguaios veem a gente como o principal adversário, por conta disso, querem medir forças e entram mais motivados. Nosso espírito é semelhante”, afirma Moisés, destaque da equipe verde e amarela.
“Nós tivemos uma lacuna de vitórias contra eles, mas voltamos a vencer. Estamos indo muito focados para conquistar a vitória. Temos de ter concentração e foco. A expectativa é grande”, completa o camisa 10 dos Tupis.
Uruguai e Chile na busca pelo título
Uma hora antes do pontapé inicial para Brasil e Paraguai irão se encarar em Montevidéu Uruguai e Chile, em partida que vale o título para o vencedor, sendo que o empate favorece os Teros. A comparação entre os elencos e a história dos dois times favorece os uruguaios, que terão apenas os desfalques dos jogadores que atuam no Old Christians, clube uruguaio que está na fase final do Torneio do Interior B argentino – além, é claro, das ausências nos dois times dos jogadores que atuam no exterior.
Porém, o Chile vem dando muito trabalho aos uruguaios recentemente, a começar pela partida neste ano em Santiago pelo Americas Rugby Championship, que deve vitória no sufoco dos Teros por 23 x 20. Mais ainda, no ano passado, o título do Sul-Americano coube justamente ao Chile, que surpreendeu a todos vencendo o Uruguai, antes da Copa do Mundo, por 30 x 15, em partida também jogada na capital chilena. Em 2014, no último jogo em Montevidéu, contudo, os uruguaios não deram chances aos andinos, fazendo 55 x 13, em um ano que os Cóndores estavam rachados e vinham de derrota para o Brasil, com a confiança abalada. A favor dos Teros está ainda o histórico jogando em casa contra os chilenos: apenas uma derrota em Montevidéu até hoje, em 1958. Para o Chile, o jogo vale o vice campeonato, enquanto para o Uruguai, já garantido na próxima Sudamérica Rugby Cup, é o título a única coisa que interessa.
15h30 – Uruguai x Chile, em Montevideo
Árbitro: Juan Sylvestre (Argentina)
Uruguai: 1 Matias Sanguinetti (Los Cuervos), 2 Germán Kessler (Los Cuervos), 3 Carlos Arboleya (Trébol); 4 Diego Ayala (Montevideo Cricket), 5 Diego Magno (Montevideo Cricket); 6 Juan Gaminara (Old Boys) (c), 7 Gonzalo Campomar (Carrasco Polo), 8 Alejandro Nieto (Champagnat); 9 Guillermo Lijtenstein (Trébol), 10 Martín Secco (Los Cuervos); 11 Nicolás Freitas (Carrasco Polo), 12 Andrés Vilaseca (Old Boys), 13 Joaquín Prada (Los Cuervos), 14 Mauro Daverio (Montevideo Cricket), 15 Rodrigo Silva (Carrasco Polo).
Suplentes: 16 Facundo Gattas (Lobos), 17 Diego Arbelo (Circulo de Tenis), 18 Ignacio Secco (Trébol), 19 Ignacio Dotti (Los Cuervos), 20 Fernando Bascou (PSG), 21 Facundo Klappenbach (Champagnat), 22 Pedro Deal (Old Boys), 23 Santiago Martinez (Carrasco Polo).
Chile: 1 Claudio Zamorano (Stade Français), 2 Manuel Gurruchaga (COBS), 3 José Tomás Munita (U Catolica), 4 Mario Mayol (Old Boys), 5 Raimundo Piwonka (PWCC), 6 Cristobal Niedemann (PWCC), 7 Javier Richard (COBS), 8 Benjamín Soto (Stade Français – capt.), 9 Juan Pablo Perrotta (U Catolica), 10 Felipe Brangier (PWCC), 11 Matías Contreras (Alumni), 12 Germán Herrera (Viña RC), 13 Matías Nordenflycht (COBS), 14 Pedro Verschae (Viña RC), 15 Pablo Casas (PWCC).
Suplentes: 16 Nicolás Venegas (Stade Français), 17 Francisco Hurtado (Old Georgians), 18 Gustavo Carrasco (Old Boys), 19 Beltran Vergara (Old Boys), 20 Francisco González Moller (Sporting RC), 21 Luis Sepulveda (Troncos), 22 José Ignacio Larenas (U Catolica), 23 Tomás Dussaillant (Old Boys)
Histórico: 43 jogos, 28 vitórias do Uruguai, 14 vitórias do Chile e 1 empate. Último jogo: Chile 20 x 23 Uruguai, em 2016 (Americas Rugby Championship);
16h30 – Paraguai x Brasil, em Assunção – Rede TV! AO VIVO
Árbitro: Claudio Cattivelli (Uruguai) / Assistentes: Alexandre Longres (Uruguai) e Mauricio Escalante (Argentina)
Paraguai: em breve
Brasil: 1 Lucas Abud (SPAC); 2 Yan Rosetti (CUBA, Argentina); 3 Wilton Rebolo “Nelson” (São José); 4 Cleber Dias “Gelado” (Wallys); 5 Diego Lopez (Pasteur); 6 Arthur Bergo (SPAC); 7 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro) (c); 8 Nick Smith (SPAC); 9 Beukes Cremer (Poli); 10 Moisés Duque (São José); 11 Stefano Giantorno (NaFor); 12 Laurent Bourda-Couhet (Bandeirantes Saracens); 13 Felipe Sancery (São José); 14 Lucas Muller (Desterro); 15 Daniel Sancery (São José).
Suplentes: 16 Luan Almeida “Big” (Jacareí); 17 Caique Silva (NaFor); 18 Jonatas Paulo “Chabal” (Bandeirantes Saracens); 19 Gabriel Paganini (Bandeirantes Saracens); 20 Mark Jackson “Wacko” (Desterro); 21 Mateus Estrela (Niterói); 22 Matheus Cruz (Jacareí); 23 Guilherme Coghetto (Desterro).
Histórico: 22 jogos, 12 vitórias do Brasil e 10 vitórias do Paraguai. Último jogo: Brasil 11 x 20 Paraguai, em 2015 (Sul-Americano)
*Horários de Brasília
Dia | Hora | Local | Casa | vs | Adversário | ||
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19/08/2017 | 15:00 | UNB - Brasília, DF | Rugby Sem Fronteiras | 23 | X | 15 | Cuiabá |
16/09/2017 | 16:00 | Arena Pantanal - Cuiabá, MT | Cuiabá | 14 | X | 15 | Rugby Sem Fronteiras |