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O rugby volta a uma casa que pode se tornar tradicional para a ovalada: o Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Nesse sábado, dia 30, novamente às 16h15, o Brasil entrará em campo pelo Campeonato Sul-Americano, enfrentando o Chile pela segunda rodada, outra vez com transmissão ao vivo pela Rede TV! Para o Brasil, a vitória é obrigatória para manter vivo o sonho pelo título e por pelo menos uma vaga pra encarar a Argentina na Sudamérica Rugby Cup do ano que vem.
O retorno do Chile a São Paulo traz boas recordações para os brasileiros. Afinal, na última vez que os Cóndores estiveram em solo brasileiro, em 2014, os Tupis conquistaram uma histórica primeira vitória em jogos oficiais sobre o rival, vencendo na Arena Barueri por 24 x 16. Antes, o melhor resultado brasileiro no Sul-Americano contra os chilenos havia sido um empate em 1964, também em São Paulo, no campo do SPAC, por 16 x 16.
Após estrear no campeonato com derrota para o Uruguai por 36 x 14, o Brasil vai confiante para o confronto com os Cóndores, sabendo que a vitória é plenamente possível e empolgado pela chance de nova quebra de recorde de público no Paulo Machado de Carvalho. Afinal, o recorde de 10.480 pessoas que assistiram a Brasil x Alemanha no mesmo palco em 2015 já se provou acessível após mais de 7 mil torcedores assistirem a Brasil x Uruguai no último final de semana, no meio de um feriado prolongado e com filas na porta do Allianz Parque. Desta vez, com a entrada voltando a ser 1 kg de alimento, o acesso dos torcedores se tornará mais fácil e as chances do recorde ser quebrado apenas crescem.
No último duelo entre as duas seleções, neste ano, em fevereiro, pelo Americas Rugby Championship, os chilenos saíram vencedores atuando em casa, mas não sem antes sofrerem muito, com o placar de 25 x 22 para os Cóndores sendo o menor na história entre as duas seleções em jogos em solo chileno. O Chile não teve uma boa sequência na competição pan-americana e viu o Brasil vencer os Estados Unidos e encerrar a competição acima dos chilenos, que amargaram a lanterna. No entanto, na largada do Sul-Americano, os Cóndores mostraram força e venceram o Paraguai por expressivos 68 x 07.
O time chileno que veio ao Brasil é basicamente o mesmo que derrotou os Yakarés, com somente duas mudanças: as entradas do pilar Luís Sepúlveda e do ponta José Ignacio Larenas, da seleção de sevens, que esteve em campo contra os Tupis em fevereiro e fez o try da vitória chilena. Porém, justamente na comparação com a equipe que jogou o Americas Rugby Championship, a diferença no elenco é maior, pois apenas cinco dos quinze titulares que derrotaram o Brasil começarão jogando, uma vez que os Cóndores não puderam contar desta vez com os jogadores que atuam no exterior. Boa parte da força da equipe que jogou o ARC estava em seu pack, que estará enfraquecido, com trocas completas na primeira e segunda linhas. No jogo de Santiago, o scrum brasileiro já havia mostrado qualidade e superara o chileno sobretudo no segundo tempo, o que significa que a formação poderá novamente favorecer os Tupis. Com isso, a força maior chilena voltará a estar na linha, que conta com o artilheiro de todo o ARC, o centro Nordenflycht, sempre perfeito nos chutes ao H. Contra os Yakarés, os Cóndores sempre levaram perigo com a bola em mãos e contra os Tupis, que sofreram com o jogo de busca de espaços dos uruguaios, não será diferente. Em Santiago, em fevereiro, alguns erros individuais de defesa no jogo aberto permitiram aos andinos também explorarem o jogo de mãos em velocidade, mas aquela era apenas a primeira partida dos dois times no ARC e muita coisa se passou nas semanas seguintes nos dois lados.
O Brasil, por sua vez, apresentou seu XV titular com cinco mudanças com relação ao time inicial que perdeu no Allianz Parque – e que não fez um bom primeiro tempo naquela partida. Na linha, foram duas trocas, com Robert vestindo a camisa 11, que fora de Stefano, e com o Coghetto assumindo a camisa 14 no lugar de Laurent, que passou para o primeiro centro no posto de Phil. A mudança na combinação colocará Laurent, que vem numa crescente com a camisa dos Tupis, jogando ao lado do abertura Moisés. No pack, a terceira linha sofreu duas trocas, com Buda e Wacko entrando nas asas nos lugares de Ige e Gelado, ao passo que Abud deixou a primeira linha para dar lugar a Chabal.
Na comparação com o XV titular que encarou em fevereiro o Chile, os Tupis mantiveram apenas três homens da linha, Moisés Duque e os irmãos Sancery, não contando mais, por exemplo, com o abertura David Harvey, que fez jogo destacado naquela oportunidade. Beukes e Stefano, que foram titulares em Santiago, serão opção no banco em São Paulo, enquanto Laurent, que começou em fevereiro no banco, estará entre os titulares desta vez. Entre os forwards, Ige, que começou aquele jogo, foi poupado e iniciará no banco no Pacaembu, ao passo que Monstro não estará na segunda linha, por atuar na Europa. A primeira linha foi a que sofreu mais mudanças, com os três nomes que começaram jogando em Santiago de fora: Nelson, Nativo e Jardel. Mesmo sem eles, o scrum brasileiro poderá ter vantagem contra o chileno, sobretudo se empurrado pela torcida. Mas, como visto no Parque Antártica, os laterais ainda precisarão evoluir para que o jogo parado favoreça por inteiro os Tupis.
“Naquela oportunidade, contra o Chile, os dois países tinham passado por uma mudança recente. Mesmo tendo vencido, continuávamos um patamar abaixo do deles, tanto no ranking, quanto de jogo. Conseguimos uma vitória fantástica. Hoje, acredito que tenhamos chegamos muito próximos deles. Esse jogo no Pacaembu vai poder nos mostrar melhor. No Americas Rugby Championship, eles jogaram com time completo, com atletas da Europa, e nós fizemos frente a eles. Por pouco, não vencemos”, afirma João da Ros, o Ige, atleta da Seleção há 18 anos, retomando também o confronto disputado em fevereiro, com placar de 25 a 22 para os sul-americanos, pelo maior torneio do continente. “Esse jogo no Pacaembu é muito importante. Nesta semana, nós trabalhamos para ajustar os erros que cometemos na partida anterior. Vamos fazer o nosso melhor, no sábado, e corrigiremos os erros que tivemos diante do Uruguai”, completa Ige.
A expectativa para o embate com os chilenos é grande e a vitória diante de um público recorde e visto por todo Brasil pela TV aberta poderá ter desdobramentos notáveis para o rugby nacional como um todo. Por tudo o que já se passou neste ano com o XV nacional, o jogo com o Chile parece ser um daqueles momentos chave, uma oportunidade única para subir mais um degrau decisivo.
Uruguaios e Paraguaios também duelam
Fechando a rodada, com kick-off poucos minutos mais tarde, Paraguai e Uruguai irão se encarar em Assunção, capital paraguaia, no estádio de rugby da cidade, o Héroes de Curupayty. O Uruguai é franco favorito mesmo jogando fora de casa, ao passo que o Paraguai tem muito a provar após largar com derrota pesada em Santiago. Jamais na história o Paraguai derrotou o Uruguai em jogos oficiais, mas a exclusão do Americas Rugby Championship serviu apenas para elevar a gana dos Yakarés em provar que merecem um lugar na máxima competição das Américas no futuro. Uma surpreendente vitória sobre os Teros é parte da receita para os paraguaios seguirem pressionando por uma chance na competição mais badalada.
Uma vitória assegurará ao Uruguai vaga para encarar no ano que vem a Argentina pela Sudamérica Rugby Cup. A arbitragem será do brasileiro Henrique Platais.
Campeonato Sul-Americano
2ª rodada
Sábado, dia 30 de abril
*Horários de Brasília
16h15 – Brasil x Chile, no Pacaembu, em São Paulo – Rede TV AO VIVO
Ingressos: Gratuito, mediante a doação de 1 pacote/lata de leite ou 1kg de feijão (a troca dos ingressos será feita na sexta (das 10h às 17h) e no sábado (das 11h às 15h30), na praça Charles Miller do estádio do Pacaembu).
Árbitro: Alejandro Longres (Uruguai) / Assistentes: Claudio Cattivelli (Uruguai) e Victor Silvero (Paraguai)
Brasil: Daniel Sancery (São José), 14 Guilherme Coghetto (Desterro), 13 Felipe Sancery (São José), 12 Laurent Bourda-Couhet (Band Saracens), 11 Robert Tenório (Pasteur), 10 Moisés Duque (São José), 9 Lucas Duque “Tanque” (São José), 8 Nick Smith (c) (SPAC), 7 André Arruda “Buda” (Desterro), 6 Mark Jackson “Wacko” (Desterro), 5 Diego Lopez (Pasteur), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Rafael Carnivalle “Carnaval” (SPAC), 2 Yan Rosetti (CUBA, Argentina), 1 Jonatas Paulo “Chabal” (Band Saracens).
Suplentes: 16 Luan Almeida “Big” (Jacareí), 17 Caique Silva (NaFor), 18 Lucas Abud (SPAC), 19 Artur Bergo (SPAC), 20 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 21 Beukes Cremer (Poli), 22 Phil Ramos (Desterro), 23 Stefano Giantorno (NaFor).
Chile: 15 Pablo Casas (PWCC), 14 Pedro Verschae (Viña), 13 Matías Nordenflycht (COBS), 12 Matías Contreras (Alumni), 11 José Ignacio Larenas (Universidad Católica), 10 Rodrigo Fernández (COBS), 9 Juan Pablo Perrotta (Univerisdad Católica), 8 Benjamín Soto (c) (Stade Français), 7 Javier Richard (COBS), 6 Cristóbal Niedmann (PWCC), 5 Raimundo Piwonka (PWCC), 4 Ignacio Álvarez (COBS), 3 Luis Sepúlveda (Troncos), 2 Manuel Gurruchaga (COBS), 1 Claudio Zamorano (Stade Français).
Suplentes: 16 Rodrigo Moya (PWCC), 17 Nicolás Venegas (Stade Français), 18 José Tomás Munita (Universidad Católica), 19 Francisco Hurtado (Old Georgians), 20 Gustavo Carrasco (Old Boys), 21 Germán Herrera (Viña), 22 Francisco Gonzalez (Sporting), 23 Beltrán Vergara (Old Boys);
Histórico: 22 jogos, 20 vitórias do Chile, 1 empate e 1 vitória do Brasil. Último jogo: Chile 25 x 22 Brasil, em 2016 (Americas Rugby Championship)
16h30 – Paraguai x Uruguai, em Assunção
Árbitro: Henrique Platais (Brasil) / Assistentes: Mauricio Escalante e Diego Colussi (Argentina)
Histórico: 22 jogos, 21 vitórias do Uruguai e 1 empate. Último jogo: Uruguai 77 x 03 Paraguai, em 2015 (Sul-Americano)
Dia | Hora | Local | Casa | vs | Adversário | ||
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19/08/2017 | 15:00 | UNB - Brasília, DF | Rugby Sem Fronteiras | 23 | X | 15 | Cuiabá |
16/09/2017 | 16:00 | Arena Pantanal - Cuiabá, MT | Cuiabá | 14 | X | 15 | Rugby Sem Fronteiras |
Foto: Brasil x Alemanha – João Neto/Fotojump