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ARTIGO COM VÍDEOS – A noite de sexta para sábado foi épica para o rugby brasileiro. Depois que a Seleção Masculina de XV venceu o Chile no Pacaembu, foi a vez, do outro lado do mundo, na Austrália, da Seleção Feminina fazer história e derrotar pela primeira vez a Inglaterra. O feito ocorreu na final do Challenge Trophy (decisão de 9º lugar) da etapa de Sydney da Série Mundial de Sevens Feminina, a segunda da temporada.
O torneio ainda reservou a surpresa das eliminações precoces de Austrália e Nova Zelândia, com o Canadá emergindo campeão da etapa. A liderança geral segue nas mãos da Nova Zelândia, ao passo que o Brasil se igualou à Espanha.
A terceira etapa da Série Mundial de Sevens Feminina será em Las Vegas, nos Estados Unidos, de 3 a 5 de março.
Primeiro dia difícil em Sydney
O primeiro dia do Brasil na Austrália começou com boas atuações contra Austrália e Fiji, mas acabou com decepção de derrota para a Irlanda. Contra as donas da casa as brasileiras já esperavam um jogo duro e por isso preparam, e muito bem, o sistema de defesa deixando pouco espaço para as donas da casa. O placar foi aberto por um dos grandes destaques da seleção australiana, Ellia Green e depois por Charllote Caslick reforçando o porquê das aussies serem as atuais campeãs olímpicas. O Brasil, na sede de devolver, chegou com a revelação, Bianca Silva, marcando um belíssimo try e com Raquel convertendo. Mahalia Murphy ainda marcou mais dois para as australianas, resultando em 24 x 07.
Contra Fiji, o Brasil sofreu o primeiro try logo nos primeiros minutos de jogo com Ravisa marcando pela ponta, em seguida, emplacou dois tries com Bianca Silva e Edninha, porém, levou outros quatro das fijianas ao falhar na defesa. Fim de jogo, 31 Fiji x 10 Brasil.
O último jogo era de boa expectativa de triunfo sobre a Irlanda, o que não se confirmou. A Irlanda dominou o Brasil por completo no primeiro tempo e abriu 19 x 00, com Amee Leigh Murphy Crowe cravando logo dois tries, o primeiro de gala. O Brasil reagiu no segundo tempo e, após arrancada de Edninha, Amanda fez o try das Iaras, que ainda pressionaram em busca da reação, mas pararam na barreira verde. As irlandesas liquidaram com inteligência o jogo no fim, com mais dois tries, incluindo o hat-trick de Megan Crowe. 33 x 05 e primeira vitória irlandesa sobre o Brasil desde 2014.
No grupo do Brasil, a Austrália se impôs batendo Irlanda e Fiji. Mas as irlandesas foram a surpresa, superando Fiji e provando evolução. No Grupo A, não houve surpresas, com a Nova Zelândia terminando bem em primeiro, seguida de Canadá e França. A surpresa ocorreu no Grupo C, com um desempenho fraco da Inglaterra, derrotada por Rússia e Estados Unidos, para acabar no terceiro lugar da chave, sendo eliminada das quartas de final. O peso de algumas ausências, por conta do Six Nations, cobrou seu preço das inglesas. A Rússia seguiu sua trajetória forte em 2016-17 batendo os EUA para ficar em primeiro lugar.
“It’s f*ing amazing!”
Se o primeiro dia não foi dos melhores para a Seleção Brasileira Feminina, o segundo chegou com vitória na semifinal do Challenge Trophy contra a Espanha. O zero a zero ao fim do primeiro tempo mostrou a paciência e bom sistema de defesa. No retorno do jogo, Claudinha Teles arrancou pela ponta e abriu o placar; em seguida, Edninha aproveitou a bola de um ruck e também marcou o seu. Patricia Garcia ainda devolveu um try convertido mas a partida chegava ao fim com a vitória brasileira, 10 x 07.
O último confronto encerrou a participação brasileira na etapa de Sydney com chave de ouro e deu às Iaras a motivação que poderia estar faltando. A vitória de 17 x 12 em cima da Inglaterra pelo Challenge Trophy foi dura e fruto de persistência. O placar foi aberto por try europeu convertido, e, logo, Edninha devolveu; na sequência, as inglesas ainda fizeram mais um, porém, Luiza Campos cravou o try do empate, 12 x 12, levando a partida para uma emocionante prorrogação. E Claudinha arrancou os aplausos da torcida australiana com o decisivo e histórico try da vitória. 17 x 12! “F*ing amazing!”, nas palavras de Luiza!
Canadá se agiganta
As finais do Sydney Sevens foram empolgantes, mostrando grande equilíbrio pós Jogos Olímpicos. Nas quartas de final, não houve maiores surpresas, com Nova Zelândia se impondo sobre a França, os Estados Unidos batendo a surpresa Irlanda, a Austrália despachando Fiji e o Canadá frustrando a máquina russa. Nas semifinais, no entanto, a história foi outra.
No primeiro duelo, a Nova Zelândia, campeã de Dubai, viu os Estados Unidos saírem do fundo para o topo com uma grande vitória por 19 x 12, com direito a dois tries de Kelter, abrindo 19 x 0. As Black Ferns reagiram, mas o amarelo a Portia Woodman frustrou as kiwis. Depois, a Austrália teve todo o apoio do estádio para encarar o Canadá, mas viu as Canucks brilharem. Elia Green fez o primeiro try das aussies, mas Kish e Benn viraram ainda no primeiro tempo para o Canadá, que contou com uma monumental defesa para segurar a vitória por 12 x 07.
A Austrália sentiu o golpe e não fez bom jogo na decisão do bronze contra a rival Nova Zelândia, em jogo importantíssimo na briga pela liderança geral. 19 x 00 para as neozelandesas, com Blyde fazendo dois tries e Woodman deixando o seu.
Por fim, a grande final foi norte-americana, opondo as vizinhas e rivais Canadá e Estados Unidos. Um grande jogo foi visto em Sydney, com Tapper fazendo um monumental hat-trick pelo lado das Águias. Mas, com tries de Benn, Williams e Farella e com Landry perfeita nas conversões a vitória e o título foram canadenses, 21 x 17.
As Canucks Brittany Benn, Ghislaine Landry e Jen Kish foram nomeadas para o “dream team” do torneio, assim como as estadunidenses Naya Tapper e Leyla Keltar. A australiana Charlotte Caslick foi a única das australianas nomeadas entre as 7, enquanto Joanne Lagona, da convidada Papua Nova Guiné, foi a surpresa, com atuações acima da média.
Brasil: Luiza Campos (Charrua), Raquel Kochhann (Charrua), Beatriz “Baby” Futuro (Niterói), Amanda Araújo (Niterói), Claudia Jaqueline Teles (Niterói), Isadora Cerullo (Niterói), Bianca Santos (São José), Mariana Nicolau (São José), Haline Scatrut (Curitiba), Edna Santini (São José), Maíra Bravo (SPAC) e Paula Ishibashi (SPAC). Treinador: Reuben Samuel;
Sydney Sevens – 2ª etapa da Série Mundial de Sevens Feminina 2016-17 – em Sydney, Austrália
*Horários de Brasília
Quinta-feira, dia 02 de fevereiro / Sexta-feira, dia 03 de fevereiro
23h30 – Inglaterra 19 x 10 Espanha
23h52 – Rússia 19 x 10 Estados Unidos
00h14 – Fiji 12 x 19 Irlanda
00h36 – Austrália 24 x 07 Brasil
00h58 – Canadá 26 x 05 França
01h20 – Nova Zelândia 34 x 05 Papua Nova Guiné
02h12 – Inglaterra 14 x 22Estados Unidos
02h34 – Rússia 24 x 05 Espanha
02h56 – Fiji 31 x 10 Brasil
03h18 – Austrália 29 x 00 Irlanda
03h40 – Canadá 39 x 05 Papua Nova Guiné
04h02 – Nova Zelândia 14 x 12 França
04h54 – Espanha 05 x 20 Estados Unidos
05h16 – Rússia 31 x 05 Inglaterra
05h38 – Brasil 05 x 33 Irlanda
06h00 – Austrália 26 x 17 Fiji
06h22 – França 31 x 10 Papua Nova Guiné
06h44 – Nova Zelândia 31 x 00 Canadá
Classificação
Grupo A: 1 Nova Zelândia, 2 Canadá, 3 França, 4 Papua Nova Guiné
Grupo B: 1 Austrália, 2 Irlanda, 3 Fiji, 4 Brasil
Grupo C: 1 Rússia, 2 Estados Unidos, 3 Inglaterra, 4 Espanha
Sexta-feira, dia 03 de fevereiro / Sábado, dia 04 de fevereiro
21h00 – Quartas de final (Kippax Oval) – Nova Zelândia 24 x 05 França
21h22 – Quartas de final (Kippax Oval) – Irlanda 05 x 17 Estados Unidos
21h44 – Quartas de final (Kippax Oval) – Austrália 17 x 05 Fiji
22h06 – Quartas de final (Kippax Oval) – Rússia 05 x 26 Canadá
22h28 – Semifinal pelo Challenge Trophy (Kippax Oval) – Inglaterra 29 x 17 Papua Nova Guiné
22h50 – Semifinal pelo Challenge Trophy (Kippax Oval) – Espanha 07 x 10 Brasil
00h28 – Semifinal pelo 5º lugar (Kippax Oval) – França 21 x 19 Irlanda
00h50 – Semifinal pelo 5º lugar (Kippax Oval) – Fiji 33 x 19 Rússia
01h04 – Semifinal pelo Ouro – Nova Zelândia 12 x 19 Estados Unidos
01h12 – Decisão do 11º lugar (Kippax Oval) – Papua Nova Guiné 17 x 31 Espanha
01h26 – Semifinal pelo Ouro – Austrália 07 x 12 Canadá
01h34 – Final do Challenge Trophy (9º lugar) – Inglaterra 12 x 17 Brasil
03h31 – Decisão do 7º lugar – Irlanda 12 x 17 Rússia
03h53 – Decisão do 5º lugar – França 12 x 31 Fiji
04h15 – Decisão do Bronze – Nova Zelândia 19 x 00 Austrália
04h42 – Decisão do Ouro – Canadá 21 x 17 Estados Unidos
| Seleção | Pontuação total | Etapa 1 | Etapa 2 | Etapa 3 | Etapa 4 | Etapa 5 | Etapa 6 |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Nova Zelândia | 116 | 20 | 16 | 20 | 20 | 20 | 20 |
| Austrália | 100 | 18 | 14 | 18 | 16 | 16 | 18 |
| Canadá | 98 | 10 | 20 | 16 | 18 | 18 | 16 |
| Rússia | 66 | 16 | 8 | 10 | 12 | 12 | 8 |
| Fiji | 66 | 12 | 12 | 12 | 14 | 4 | 12 |
| Estados Unidos | 62 | 2 | 18 | 14 | 8 | 10 | 10 |
| França | 60 | 8 | 10 | 8 | 6 | 14 | 14 |
| Inglaterra | 37 | 14 | 3 | 3 | 10 | 6 | 1 |
| Irlanda | 34 | 4 | 6 | 6 | 4 | 8 | 6 |
| Espanha | 19 | 3 | 2 | 4 | 3 | 3 | 4 |
| Brasil | 13 | 1 | 4 | 2 | 2 | 2 | 2 |
| *tabela com somente as equipes fixas |
- Rebaixamento para o 11º colocado;
- Pontuação: 1º lugar, 20 pontos / 2º, 18 pts / 3º, 16 pts / 4º, 14 pts / 5º, 12 pts / 6º, 10 pts / 7º, 8 pts / 8º, 6 pts / 9º, 4 pts / 10º, 3 pts / 11º, 2 pts / 12º, 1 pt.
