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ARTIGO COM VÍDEO – Amanhã, sexta-feira, dia 4 de dezembro, o rugby brasileiro viverá um grande dia, com o Brasil pela primeira vez atuando no icônico Estádio do Pacaembu, em São Paulo, para enfrentar pela segunda vez a seleção da Alemanha, que venceu o primeiro embate entre os dois dias, em Blumenau, no último sábado, por 29 x 12. O SporTV 2 e a web rádio Rede Contínua (www.redecontinua.com.br), parceria do Portal do Rugby, transmitem ao vivo a partida. O pontapé inicial será dado às 21h00 e a entrada é um livro.

 

Para o segundo e último jogo contra os alemães, Rodolfo Ambrosio, técnico do Brasil, contará com algumas novidades. E a maior delas é Fernando Portugal, que vai se encaminhando para o fim de sua bonita carreira pela equipe de XV. O italiano Matteo Dell’Acqua não foi liberado por seu clube e para seu lugar foi chamado Felipe Tissot, do Curitiba, que já assumirá a camisa 5 titular, na vaga que fora de Wolf em Blumenau. Na reserva, para a linha, uma grande novidade: Felipe Sarcery, brasileiro radicado na França que atua no segundo time do tradicional Albi, clube da segunda divisão da França.

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Além de Portugal e Tissot, Ambrosio efetuou outras cinco alterações no XV titular. Na primeira linha, Nativo volta ao time com a camisa 2, tradicionalmente sua, e assume a capitania da esquadra, ao passo que Carnaval assume a 2 no lugar de Nelson. Já na terceira linha Matias retorna aos titulares no posto de Bergo. Na linha, mais duas trocas, com Boy e Zé entrando nas pontas e Coghetto ocupando a camisa 15 que fora de Zé no primeiro jogo. Com isso, Muller e Drudi deixam o time.

 

O que esperar?

A primeira partida serviu para as duas seleções se conhecerem melhor. Apesar da derrota, o Brasil foi capaz de manter o jogo parelho durante o primeiro tempo e o início do segundo tempo, flertando com a liderança do placar, sem, contudo, alcançá-la. O placar próximo, contudo, esconde o fato de o Brasil ter pouco ameaçado o in-goal germânico, com o aspecto criativo da equipe novamente pecando. Sem conseguir fazer a transição do pack para a linha com velocidade e profundidade, e abusando do box kick, o Brasil pouco trabalhou a bola com as mãos, enquanto entre os forwards, apesar do bom jogo de contato físico brasileiro, arrancando muitos penais dos alemães e sendo dominante no scrum, o trabalho fase a fase, buscando quebrar a linha defensiva adversária, também não foi consistente, e dois amarelos na segunda etapa prejudicaram o rendimento final. E o lateral brasileiro seguiu ruim. Com a bola sob seu domínio, a Alemanha mostrou muito mais qualidade de criação e definição, fazendo uso do jogo de chutes de forma inteligente. Os quatro tries obtidos pelos alemães não foram acaso.

 

Para o Pacaembu, o Brasil terá chances de vitória, com toda certeza. E a expectativa é de um público grande. Blumenau serviu de exemplo, com o estádio cheio e cerca de 3 mil vozes apoiando os Tupis. Se em 2012, o Estádio do Nacional recebeu cerca de 5 mil torcedores para empurrarem o Brasil contra o Paraguai, a meta para a estreia dos Tupis no Pacaembu tem que ser ambiciosa. E a presença do público é instrumental para dar o apoio necessário para o time brasileiro se superar e conquistar uma vitória que seria em importância e tamanho comparável ao triunfo sobre o Chile em Barueri em 2014.

 

O caminho para a vitória é duro, mas passa pelo acerto no lateral, pela manutenção da disciplina no pack, pelo domínio efetivo da linha de vantagem e pela evolução no entrosamento da linha, que precisa ganhar em profundidade e na qualidade do passe e da angulação. O que há de mais positivo, a inspirar o time, além do evento em novo palco, é o fato de, apesar de ter sofrido quatro tries e não marcado nenhum em Santa Catarina, o Brasil pode sentir nitidamente que a Alemanha não é um time a se temer, pois comete erros em excesso e não tem qualidade técnica muito superior à brasileira. O que os germânicos têm é uma organização de jogo superior, conseguindo trabalhar em cima de seu plano de jogo com mais efetividade, e uma rotina de vitórias (de saber definir e saber vencer) obtida ao longo de dois anos de “Six Nations C”.

 
A Alemanha, por sua vez, vai praticamente inalterada para o segundo jogo. Foram três mudanças no XV titular, com Kobus Potgieter, treinador dos visitantes, trocando os dois pontas – entrando Fischer, que fora reserva no primeiro jogo, e o neozelandês Sam Harris, que perdera o duelo de Blumenau por um problema em seu visto de entrada no país. Na terceira linha, o sul-africano Els trocou da asa para a camisa 8, com Kehoma Brenner ganhando uma vaga entre os titulares. Rob May, que fora oitavo no jogo passado, entrando no Pacaembu com a camisa 5.
 
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Dia 04/12, às 21h00 – Brasil x Alemanha, no Estádio do Pacaembu, São Paulo

Árbitro: Juan Silvestre (Argentina)

Auxiliares: Victor Hugo Barboza e Murilo Bragotto / TMO: João Mourinha

 

Brasil: 15 Guilherme Coghetto (Farrapos), 14 André Silva “Boy” (SPAC), 13 Fernando Portugal (São José), 12 Martin Schaefer (SPAC), 11 Lucas Tranquez “Zé” (SPAC), 10 David Harvey (NSW Country Eagles, Austrália/NRC), 9 Beukes Cremer (Pasteur), 8 Nick Smith (SPAC), 7 João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), 6 Matheus Daniel “Matias” (Jacareí), 5 Felipe Tissot (Curitiba), 4 Lucas Piero “Bruxinho” (Desterro), 3 Jardel Vettorato (San Diego), 2 Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro) (c), 1 Rafael Carnivalle “Carnaval” (SPAC).

Suplentes: 16 Yan Rosetti (CUBA, Argentina/URBA Top 14), 17 Wilton Rebolo “Nelson” (São José), 18 Lucas Abud (SPAC), 19 Matheus Wolf (Joaca), 20 Mark Jackson “Wacko” (Desterro), 21 Stefano Giantorno (San Luis, Argentina/URBA Top 14), 22 Felipe Sancery (Albi, França/Pro D2), 23 Matheus Cruz (Jacareí).

 

Alemanha: 15 Raynor Parkinson (Heidelberger), 14 Pascal Fischer (Hannover 78), 13 Carlos Soteras-Merz (Pforzheim), 12 Paul Bosch (Heidelberger), 11 Sam Harris (Pforzheim), 10 Jeremy Te Huia (Pforzheim), 9 Sean Armstrong (Heidelberger) (c), 8 Jarrid Els (Heidelberger), 7 Jaco Otto (Heidelberger), 6 Kehoma Brenner (Heidelberger), 5 Rob May (Heidelberger), 4 Michael Poppmeier (Heidelberger), 3 Samy Füchsel (Heidelberger), 2 Dale Garner (Luctonians, Inglaterra/4ª divisão), 1 Arthur Zeiler (Heidelberger).
Suplentes: 16 Rupert Cowan (Richmond, Inglaterra/3ª divisão), 17 Jörn Schröder (Pforzheim), 18 Marcus Bender (Handschuhsheim), 19 Benjamin Danso (Heidelberger), 20 Eric Marks (Aachen), 21 Oliver Paine (Pforzheim), 22 Thomas van Gelderen (Neuenheim), 23 Mark Sztyndera (1880 Frankfurt).

 

Jogo 1 entre Brasil e Alemanha:

 

Foto: Cristiano Andujar/FOTOJUMP