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Em toda Copa do Mundo a mesma pergunta é feita: qual país tem mais atletas nascidos em outros países? A discussão sobre as naturalizações é sempre forte no rugby e alguns países são acusados frequentemente de “roubarem” atletas. Porém, a realidade pode ser bem diferente do que muitas pessoas acreditam.
Primeiramente, é preciso distinguir 3 tipos de naturalizações:
- Atletas que defendem o país de seus pais;
- Atletas que defendem o país de seus avós;
- Atletas sem laços familiares mas que se qualificam por residência, isto é, por terem vivido ao menos 3 anos consecutivos no país que pretendem defender;
Tonga e Samoa são os campeões no número de atletas nascidos no exterior. Os dois países se aproveitam de suas diásporas. Milhares de samoanos e tonganeses buscam empregos na Austrália e Nova Zelândia e seus filhos muitas vezes optam por defenderem o país de suas famílias. Porém, os dois países perdem atletas (nascidos em Tonga ou Samoa) para outras seleções. Enquanto Tonga tem 17 atletas nascidos na Nova Zelândia e 2 na Austrália, há 8 atletas nascidos em Tonga defendendo outras seleções no Mundial. Já Samoa tem 15 atletas nascidos na Nova Zelândia e 3 na Austrália, ao passo que 3 jogadores nascidos em Samoa defenderão outros países (incluindo Manu Tuilagi pela Inglaterra). Fiji, por outro lado, tem apenas 4 atletas nascidos fora de Fiji, enquanto 8 fijianos atuam por outras seleções.
A Nova Zelândia, sempre acusada, tem apenas 3 atletas nascidos no exterior e é o país que terá mais jogadores atuando na Copa do Mundo por outros países: nada menos que 52! O segundo país com mais atletas atuando por outras seleções é a África do Sul, muito abaixo da Nova Zelândia, com 14.
A Escócia, por sua vez, conta com 14 atletas nascidos no exterior, dos quais apenas 2 não têm famílias escocesas. Isto é, assim como os polinésios, os escoceses buscaram sua diáspora.
O país com mais atletas naturalizados pelo critério de residência foi o Japão, em um total de 15, com a Austrália muito próxima, com 12 (incluindo 4 fijianos). Os dois países destoam dos demais no critério residência (isto é, atletas sem laços familiares no país). A 3ª seleção em atletas qualificados por residência é a dos EUA, com 6, seguida por Inglaterra e França, com 4.
A França usou apenas 4 atletas nascidos no exterior – menos do que todos os demais países do Six Nations. Já a Itália terá 8 atletas nascidos fora, com somente 2 sem famílias italianas.
Argentina, Uruguai e Namíbia são os únicos países sem atletas nascidos no exterior.
Nossos amigos do Americas Rugby News publicaram uma análise completa (em inglês) sobre os atletas nascidos no exterior. Clique aqui.
Tonga
Total: 19
Pais: 19
Avós: 0
Residência: 0
Samoa
Total: 18
Pais: 17
Avós: 1
Residência: 0
Japão
Total: 16
Pais: 1
Avós: 0
Residência: 15 – Amanaki Mafi, Ata’ata Moeakiola, Asaeli Valu, Uwe Helu e Isieli Nakajima (Tonga, 5), Luke Thompson, Michael Leitch, Hendrik Tui, Will Tupou e Lomano Lemeki (Nova Zelândia, 5), Lappies Labuschagne e Wimpie van der Walt (África do Sul, 2), James Moore (Austrália), Timothy Lafaele (Samoa) e Ji-Won Koo (Coreia do Sul);
Escócia
Total: 14
Pais: 5
Avós: 7
Residência: 2 – WP Nel (África do Sul) e Sam Johnson (Austrália);
Estados Unidos
Total: 13
Pais: 5
Avós: 2
Residência: 6 – Hanco Germishuys, Shaun Davies e Ruben du Haas (África do Sul, 3), Dylan Fawsitt e AJ MacGinty (Irlanda, 2) e Paul Lasike (Nova Zelândia);
Austrália
Total: 12
Pais: 0
Avós: 0
Residência: 12 – Isi Naisarani, Samu Kerevi, Tevita Kuridrani e Marika Koroibete (Fiji, 4), Jordan Uelese, Lukhan Salakaia-Loto e Christian Leali’ifano (Nova Zelândia, 3), Tolu Latu e Taniela Tupou (Tonga, 2), Dane Haylett-Petty (África do Sul), David Pocock (Zimbábue) e Will Genia (Papua Nova Guiné);
Itália
Total: 8
Pais: 3
Avós: 2
Residência: 3 – Dean Budd e Jayden Hayward (Nova Zelândia, 2) e Braam Steyn (África do Sul);
Gales
Total: 8
Pais: 4
Avós: 1
Residência: 3 – Aaron Shingler e Hallam Amos (Inglaterra, 2) e Hadleigh Parkes (Nova Zelândia);
Inglaterra
Total: 6
Pais: 1
Avós: 1
Residência: 4 – Willi Heinz e Mako Vunipola (Nova Zelândia, 2), Billy Vunipola (Austrália) e Joe Cokanasiga (Fiji);
Irlanda
Total: 5
Pais: 2
Avós: 0
Residência: 3 – Jean Kleyn e CJ Stander (África do Sul, 2) e Bundee Aki (Nova Zelândia);
Canadá
Total: 4
Pais: 1
Avós: 1
Residência: 2 – Gordon McRorie (Escócia) e DTH van der Merwe (África do Sul);
Fiji
Total: 4
Pais: 4
Avós: 0
Residência: 0
França
Total: 4
Pais: 0
Avós: 0
Residência: 4 – Virimi Vakatawa e Alivereti Raka (Fiji, 2), Bernard le Roux (África do Sul) e Sofiane Guitoune (Argélia);
Nova Zelândia
Total: 3
Pais: 0
Avós: 0
Residência: 3 – Ofa Tu’ungafasi (Tonga), Nepo Laulala (Samoa) e Sevu Reece (Fiji);
Rússia
Total: 2
Pais: 2
Avós: 0
Residência: 0
África do Sul
Total: 1
Pais: 0
Avós: 0
Residência: 1 – Tendai Mtawarira (Zimbábue);
Geórgia
Total: 1
Pais: 1
Avós: 0
Residência: 0
Namíbia
Nenhum atleta nascido no exterior
Argentina
Nenhum atleta nascido no exterior
Uruguai
Nenhum atleta nascido no exterior