Tempo de leitura: 6 minutos
A Copa do Mundo de Rugby League, o rugby de 13 jogadores, começará nessa sexta-feira na Oceania e nós já iniciamos nossas prévias grupo a grupo. Ontem falamos do Grupo A e hoje é a vez de passar o olho no Grupo B, que tem um dos países anfitriões, a Nova Zelândia, encabeçando a chave e tendo como concorrentes seus irmãos polinésios Tonga e Samoa, além da ascendente Escócia.
Vale lembrar que o Mundial de League conta com 14 seleções divididas em 4 grupos. Os Grupos A e B contam com 4 seleções cada sendo que 3 de cada grupo avançarão às quartas de final. Já os Grupo C e D terão 3 seleções cada com apenas 1 avançando às quartas. A separação foi feita com base no Ranking Mundial, colocando-se as seleções com ranking menor nos Grupos C e D.
O Grupo B
Nova Zelândia
Apelido: Kiwis
Melhor colocação: Campeão (2008)
Principais nomes: Roger Tuivasa-Sheck, Jason Nightingale, Shaun Johnson, Thomas Leuluai, Jordan Rapana, Adam Blair, Martin Taupau, Jared Waerea-Hargreaves, Kenny Bromwich, Simon Mannering;
Perspectiva (opinião): A Nova Zelândia é a seleção com mais chances de quebrar a hegemonia da Austrália, tendo vencido a Copa do Mundo de 2008 em solo australiano e derrotados os Kangaroos 3 vezes nos último 7 confrontos. Os neozelandeses estão espalhados por toda a NRL e o técnico David Kidwell terá à disposição um elenco forte e experiente, com 3 atletas que foram campeões do mundo: Thomas Leuluai, Adam Blair e Simon Mannering. Jogando em casa parte do Mundial, os neozelandeses ganharão força, mas terão que viajar à Austrália numa eventual final. Nada que eles não estejam habituados.
Mas para este ano há muitas dúvidas sobre o elenco, já que nenhum dos neozelandeses foi grande destaque da última temporada da NRL. Os Kiwis ainda terão baixas, como os lesionados Kevin Proctor e Kieran Foran, além dos ídolos Manu Vatuvei e Jason Taumalolo, um dos grandes nomes da NRL no momento, que escolheram defender Tonga (no League, é permitido um atleta trocar de seleção).
Escócia
Apelido: Bravehearts (Corações Valentes)
Melhor colocação: Quartas de final (2013)
Principais nomes: Danny Brough, Matty Russell, Lewis Tierney, Luke Douglas, Dale Ferguson, James Bell;
Perspectiva (opinião): A Escócia é a quarta força da chave e se valerá de jogadores nascidos na Inglaterra e com ascendência escocesa para compor seu elenco, que conta com alguns nomes de Super League, mas sem grandes estrelas. Os Bravehearts têm na força de seu conjunto seu trunfo, com a equipe pouco badalada tendo feito história em 2014 ao empatar com a Nova Zelândia, em uma das grandes zebras da história do League, o que lhe garantiu presença em um dos grupos de elite do Mundial. O time de espírito e poderá surpreender os desavisados, mas no papel não deverá ir longe;
Samoa
Apelido: Toa Samoa
Melhor colocação: Quartas de final (2000 e 2013)
Principais nomes: Tim Lafai, Ricky Leutele, Leeson Ah Mau, Junior Paulo, Sam Tagataese, Josh Papalii, Joseph Paulo, Frank Pritchard;
Perspectiva (opinião): O Rugby League não é o esporte favorito dos samoanos, que têm no Union uma religião. Mas com tantos imigrantes do país morando na Austrália e na Nova Zelândia montar uma seleção com muitas estrelas da NRL não foi tarefa difícil para Samoa, que terá à sua disposição um elenco forte, rodado e capaz de fazer frente às seleções grandes do mundo, almejando com realismo as semifinais. Em 2014, aliás, Samoa já mostrou do que é capaz flertando com vitórias sobre Nova Zelândia (14 x 12) e Inglaterra (32 x 26). O quase de 2014 poderá virar realidade em 2017 e que ninguém duvide disso.
Tonga
Apelido: Mate Ma’a
Melhor colocação: Fase de grupos (1995, 2000, 2008 e 2013)
Principais nomes: Jason Taumalolo, Manu Vatuvei, William Hopoate, Andrew Fifita, Michael Jennings, Manu Ma’u, Peni Terepo, Daniel Tupou;
Perspectiva (opinião): Igual Samoa, Tonga não é uma nação de Rugby League, mas com colônias grandes de tonganeses na Austrália e na Nova Zelândia a seleção do país é forte e formado por jogadores nascidos ou criados fora do país. É o caso de Jason Taumalolo, Manu Vatuvei, Andrew Fifita, Michael Jennings e Daniel Tupou, que formam verdadeira constelação. Para muitos, o time de Tonga de 2017 é o maior favorito entre as ilhas do Pacífico a alcançar as semifinais e sai na frente de Samoa. Mas não muito, sendo que no ano passado Samoa venceu o duelo. O clássico da Polinésia promete ser de arrepiar no Mundial;
Clique aqui para conferir a prévia do Grupo A
Clique aqui para conferir a prévia dos Grupos C e D
O que é o Rugby League?
O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.
Quais as principais diferenças?
- O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo;
- No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
- Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
- Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
- Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derruba, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
- Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
- Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
- Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
- Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
- Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
- A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;
Tabelas
Dia | Local | Time | Placar | X | Placar | Time | Grupo/Fase |
---|---|---|---|---|---|---|---|
27/10/2017 | Melbourne (Austrália) | AUSTRÁLIA | 18 | X | 04 | INGLATERRA | Grupo A |
28/10/2017 | Auckland (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 38 | X | 08 | SAMOA | Grupo B |
28/10/2017 | Port Moresby (Papua Nova Guiné) | PAPUA NOVA GUINÉ | 50 | X | 06 | GALES | Grupo C |
28/10/2017 | Townsville (Austrália) | FIJI | 58 | X | 12 | ESTADOS UNIDOS | Grupo D |
29/10/2017 | Cairns (Austrália) | IRLANDA | 36 | X | 12 | ITÁLIA | Grupo C/Grupo D |
29/10/2017 | Cairns (Austrália) | ESCÓCIA | 04 | X | 50 | TONGA | Grupo B |
29/10/2017 | Canberra (Austrália) | FRANÇA | 18 | X | 29 | LÍBANO | Grupo A |
03/11/2017 | Canberra (Austrália) | AUSTRÁLIA | 52 | X | 06 | FRANÇA | Grupo A |
04/11/2017 | Sydney (Austrália) | INGLATERRA | 29 | X | 10 | LÍBANO | Grupo A |
04/11/2017 | Christchurch (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 74 | X | 06 | ESCÓCIA | Grupo B |
04/11/2017 | Hamilton (Nova Zelândia) | SAMOA | 18 | X | 32 | TONGA | Grupo B |
05/11/2017 | Port Moresby (Papua Nova Guiné) | PAPUA NOVA GUINÉ | 14 | X | 06 | IRLANDA | Grupo C |
05/11/2017 | Townsville (Austrália) | ITÁLIA | 46 | X | 00 | ESTADOS UNIDOS | Grupo D |
05/11/2017 | Townsville (Austrália) | FIJI | 72 | X | 06 | GALES | Grupo C/Grupo D |
10/11/2017 | Canberra (Austrália) | FIJI | 38 | X | 10 | ITÁLIA | Grupo D |
11/11/2017 | Sydney (Austrália) | AUSTRÁLIA | 34 | X | 00 | LÍBANO | Grupo A |
11/11/2017 | Cairns (Austrália) | SAMOA | 14 | X | 14 | ESCÓCIA | Grupo B |
11/11/2017 | Hamilton (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 22 | X | 28 | TONGA | Grupo B |
12/11/2017 | Perth (Austrália) | GALES | 06 | X | 34 | IRLANDA | Grupo C |
12/11/2017 | Perth (Austrália) | INGLATERRA | 36 | X | 06 | FRANÇA | Grupo A |
12/11/2017 | Port Moresby (Papua Nova Guiné) | PAPUA NOVA GUINÉ | 64 | X | 00 | ESTADOS UNIDOS | Grupo C/Grupo D |
17/11/2017 | Darwin (Austrália) | AUSTRÁLIA | 46 | X | 00 | SAMOA | Quartas de final |
18/11/2017 | Christchurch (Nova Zelândia) | TONGA | 24 | X | 22 | LÍBANO | Quartas de final |
18/11/2017 | Wellington (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 02 | X | 04 | FIJI | Quartas de final |
19/11/2017 | Melbourne (Austrália) | INGLATERRA | 36 | X | 06 | PAPUA NOVA GUINÉ | Quartas de final |
24/11/2017 | Brisbane (Austrália) | AUSTRÁLIA | 54 | X | 06 | FIJI | Semifinal |
25/11/2017 | Auckland (Nova Zelândia) | TONGA | 18 | X | 20 | INGLATERRA | Semifinal |
02/12/2017 | Brisbane (Austrália) | AUSTRÁLIA | 06 | X | 00 | INGLATERRA | FINAL |
Seleção | Jogos | Pontos |
---|---|---|
Grupo A | ||
Austrália | 3 | 6 |
Inglaterra | 3 | 4 |
Líbano | 3 | 2 |
França | 3 | 0 |
Grupo B | ||
Tonga | 3 | 6 |
Nova Zelândia | 3 | 4 |
Samoa | 3 | 1 |
Escócia | 3 | 1 |
Grupo C | ||
Papua Nova Guiné | 3 | 6 |
Irlanda | 3 | 4 |
Gales | 3 | 0 |
Grupo D | ||
Fiji | 3 | 6 |
Itália | 3 | 2 |
Estados Unidos | 3 | 0 |
- Vitória = 2 pontos;
- Empate = 1 pontos;
- Derrota = 0 ponto;
História
Ano(s) | Sede(s) | Campeão | Vice campeão | Observações |
---|---|---|---|---|
1954 | França | Grã Bretanha | França | 4 países participantes, incluindo Austrália e Nova Zelândia |
1957 | Austrália | Austrália | Grã Bretanha | Mesmos 4 participantes |
1960 | Inglaterra | Grã Bretanha | Austrália | Mesmos 4 participantes |
1968 | Austrália e Nova Zelândia | Austrália | França | Mesmos 4 participantes |
1970 | Inglaterra | Austrália | Grã Bretanha | Mesmos 4 participantes |
1972 | França | Grã Bretanha | Austrália | Mesmos 4 participantes |
1975 | Jogos em todos os países | Austrália | Inglaterra | 5 participantes, com a Grã Bretanha dividida em Inglaterra e Gales |
1977 | Austrália e Nova Zelândia | Austrália | Grã Bretanha | 4 participantes, com a volta da Grã Bretanha |
1985-1988 | Jogos em todos os países | Austrália | Nova Zelândia | 5 seleções, com a Papua Nova Guiné estreando. Formato de todos contra todos, turno e returno, com jogos ao longo de 4 anos |
1989-1992 | Jogos em todos os países | Austrália | Grã Bretanha | Mesmo formato e equipes de 85-88 |
1995 | Inglaterra | Austrália | Inglaterra | 10 participantes, com a Grã Bretanha dividida em Inglaterra e Gales definitivamente. Estreias de Fiji, Samoa, Tonga e África do Sul |
2000 | Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda e França | Austrália | Nova Zelândia | 16 participantes. Estreias de Escócia, Irlanda, Ilhas Cook, Rússia e Líbano |
2008 | Austrália | Nova Zelândia | Austrália | 10 participantes. 1º título da Nova Zelândia |
2013 | Inglaterra e Gales | Austrália | Nova Zelândia | 14 participantes. Estreias da Itália e dos Estados Unidos |
2017 | Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné | Austrália | Inglaterra | 14 participantes (mesmo formato de 2013). Novo ciclo de 4 anos instituído |
2021 | Inglaterra | - | - | 16 participantes. Estreias de Grécia e Jamaica |
Lista de campeões | Títulos | Vices | ||
Austrália | 11 | 3 | ||
Grã Bretanha | 3 | 6 | ||
Nova Zelândia | 1 | 3 | ||
França | 0 | 2 |
Foto: Kiwis – NRL