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O Campeonato Francês definiu hoje seu campeão! Para quem achava que o título estava já praticamente nas mãos do campeão europeu Toulon, o Castres provou o contrário. A equipe do Tarn pintou de azul o Stade de France, em Paris, e comemorou o quarto Bouclier de Brennus (a taça de campeão francês) de sua história com uma heróica e merecida vitória sobre o poderoso adversário, 19 x 14, com direito a um show final do abertura Rémi Talès, que chutou 2 drop goals decisivos nos minutos finais, não deixando nada a dever para Jonny Wilkinson, que segue sem o título do Top 14. Neste sábado, a liga francesa mostrou ser imprevisível, com o quarto colocado da temporada regular eliminando tanto o primeiro (Clermont) como o segundo (Toulon) colocados para conquistar o título.
O jogo já começou ruim para o lado do Toulon. Logo aos 5′, Wilkinson teve sua primeira oportunidade de penal, mas não foi feliz, acertando a trave, sua algoz ao longo da partida. Evidentemente, não é qualquer erro que abala o abertura inglês, que se redimiu abrindo o placar aos 7′ com novo penal. O troco do Castres não tardou, com o sul-africano Rory Kockott arrematando um penal aos 14′. 3 x 3.
Como esperado, o Castres tornou a vida do Toulon muito difícil desde o início, impondo muita pressão nos rucks, privilegiando um tenso jogo de contato. A capacidade do CO de recompor rapidamente a sua linha defensiva, sempre usando dois atletas para as formações, impôs sérias dificuldades ao jogo de mãos do Toulon e o jogo se arrastou com poucos espaços para os vermelhos, por mais que mantivessem a posse de bola e pressionassem. Aos 22′, Wilkinson buscou dar uma solução arriscando um drop goal, mas a noite não era sua e o chute não foi certeiro. Aos 25′, o RCT voltou a ter uma oportunidade de penal, do meio campo, mas Wilkinson não foi feliz novamente.
O desfecho do primeiro tempo foi emblemático. Apesar do maio volume de jogo do RCT, que terminou foi ao intervalo em vantagem foi o CO, com um try aos 40′ sensacional. A equipe do Tarn soube trabalhar bem a bola no campo ofensivo, com boa sequência de fases. Quando todos esperavam que Kockott abriria a bola para o drop goal de Talès, o sul-africano enganou a todos, simulando o passe e correndo pelo espaço aberto entre a defesa rubronegra, deixando Bakkies Botha para trás e correndo para o try, que deu vantagem de 10 x 3 para o Castres.
O Toulon abriu o segundo tempo sedento pela virada e, logo aos 47′, Wilkinson teve sua primeira chance com penal, não desperdiçando. 10 x 6. Aos 52′, quem teve sua chance foi Kockott, mas o scrum-half do Castres não foi preciso, desperdiçando o penal. Porém, o momento do jogo rapidamente se voltou favoravelmente ao CO, que pressionou e quase arrancou seu segundo try. Após o turnover, Talès teve tudo para cravar o try azul, cruzou de costas a linha com a bola, mas foi impedido de cravar a bola no in-goal.
O susto fez acordar o campeão da Heineken Cup, que voltou a pressionar, tendo nova chance de reduzir o placar aos 63′, mas outra vez a trave barrou o chute de penal de Wilkinson. Porém, aos 67′, o inglês não titubeou e reduziu o placar para 10 x 9 com novo penal, pondo fogo no jogo. A pressão do Toulon aumentou, mas o jogo rapidamente se voltou a favor do Castres, que soube controlar a bola com muito mais calma no momento crucial da partida, com sua terceira linha, em especial Diarra e Claassen, mandando no jogo. A estratégia foi singela e certeira, como foi o Castres durante a temporada toda. Os azuis trabalharam as fases para abrir espaço para o drop goal de Talès. E foi o que aconteceu 71′. O abertura francês de 29 anos, que jamais vestiu a camisa de sua seleção nacional, não amarelou. Duelando com Wilkinson, foi Talès que levou a melhor, desferindo uma mortal drop goal para dar vantagem preciosa de 4 pontos aos azuis. Mas, Talès não havia parado por aí. Aos 77′, o abertura teve novamente espaço para o drop goal e não vacilou, colocando cruciais 7 pontos de frente para o Castres.
No fim, o Toulon foi desesperadamente para cima e não conseguiu o try de empate. Pior, errou no lateral e, na sequência, cometeu penal no meio campo aos 79′, que Kockott não perdoou, chutando com precisão os pontos da vitória do Castres. Nos segundos derradeiros, o Toulon teve tempo para seu try de honra, com corrida pela ponta de Delon Armitage. Mas, o tempo já havia se esgotado. 19 x 14. Castres Olympique campeão francês de 2013! E festa para os treinador Laurent Labit e Laurent Travers, que tiveram coroado um longo trabalho nos uúltimos anos de transformação do CO em uma equipe de ponta. Vinte anos depois de sua última conquista, os Bleu et Blanc voltam a falar mais alto na França. Em plena era profissional, uma cidade de 42,000 habitantes produziu o campeão da liga mais rica do mundo.
Top 14 – Campeonato Francês
Final
1419
Toulon 14 x 19 Castres, em Paris
CASTRES CAMPEÃO
Lista de campeões franceses da era profissional – desde 1995-96
1 – Toulouse – 7 títulos
2 – Stade Français – 5 títulos
3 – Biarritz – 3 títulos
4 -Castres – 1 título
Clermont – 1 título
Perpignan – 1 título
Lista total de campeões do Bouclier de Brennus (Campeonato Francês) – desde 1892
1 – Toulouse – 19 títulos
2 – Stade Français – 13 títulos
3 – Béziers* – 11 títulos
4 – Agen – 8 títulos
Lourdes** – 8 títulos
5 -Perpignan – 7 títulos
Stade Bordelais (atual Bordeaux) – 7 títulos
7 – Biarritz – 5 títulos
Racing Métro – 5 títulos
9 – Castres – 4 títulos
10 – Bayonne – 3 títulos
Pau* – 3 títulos
Toulon – 3 títulos
13 – Bègles (atual Bordeaux) – 2 títulos
Lyon OU* – 2 títulos
Narbonne* – 2 títulos
Tarbes* – 2 títulos
17 – Carmaux** – 1 título
Clermont – 1 título
Grenoble – 1 título
La Voulte** – 1 título
Montauban** – 1 título
Mont-de-Marsan – 1 título
Quillan** – 1 título
Vienne** – 1 título
FC Lyon*** – 1 título
Olympique de Paris*** – 1 título
*Hoje na segunda divisão
** Hoje na terceira divisão ou abaixo
*** Extintos
Foto: Actudusport