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Na França, um dos assuntos do momento é encontrar uma saída para os atritos entre clubes e federação no calendário, que vem prejudicando o desempenho da seleção nacional. Neste ano, por exemplo, a França viajará à Argentina para dois amistosos sem os atletas que disputarão as semifinais do Top 14, já que a competição foi prolongada até junho por conta da pausa para a Copa do Mundo.
Pensando na próxima Copa do Mundo, LNR (a Liga Nacional de Rugby da França, responsável pelo Top 14) e a FFR (Federação Francesa de Rugby) estão estudando juntas soluções para o calendário do país. Nesse quinta, o jornal Sud-Ouest publicou as propostas em estudo pelas duas entidades e a principal é a redução do Top 14 para Top 12 para a temporada 2018-19, o que reduziria a temporada regular da liga de 26 para 22 rodadas. A Repescagem (ou Barrages) entre as equipes classificadas entre o 3º e o 6º lugares, que hoje vale vaga nas Semifinais, seria ainda retirada do calendário, cortando um total de 5 rodadas da competição, que passaria a ter o mesmo formato da Premiership inglesa.
Além disso, a FFR ainda se comprometeria a montar uma lista de 30 jogadores principais e 30 jogadores de “desenvolvimento” que podem ser convocados ao longo da temporada para a seleção, deixando claro aos clubes quando poderão contar com seus atletas. Em contrapartida, a LNR limitaria o número de minutos jogados por cada um dos atletas do elenco da seleção a 300 minutos jogados seguidos de uma rodada de descanso. Para completar, a FFR pagaria 2 mil euros por dia por jogador convocado ao clube de origem, como indenização (atualmente, o valor é de 1300 euros por dia “por cabeça”).
Uma outra proposta, sobre o número de substituição que as partidas da LNR poderão ter, com uma possível ampliaação para até 10 trocas por jogo, também está em estudo.
World Rugby trabalha no desenvolvimento de Tonga
Historicamente a federação mais pobre entre as três grande do Pacífico Sul, Tonga selou um acordo com o World Rugby que prevê a entidade máxima do rugby mundial auxiliando no desenvolvimento do rugby nas ilhas. O pacote de reformas firmado entre o World Rugby, a União de Rugby de Tonga (TRU) e o governo de Tonga prevê aumento de receitas repassadas pelo World Rugby para os próximos 10 anos, a reestruturação dos investimentos em desenvolvimento nas ilhas, o estabelecimento de uma Academia de Alto Rendimento no país e a criação de um comitê com representantes das três entidades para gerir o programa de alto rendimento, todos baseados em uma cartilha de boa governança do World Rugby.
Minha opinião: essa medida é um atentado à expansão do esporte em regiões de baixa popularidade, pois restringe ainda mais a elite do rugby às cidades tradicionais. Idem para a Inglaterra. Penso seria melhor (sob todos os aspectos) enxugar o calendário alterando a fórmula, em vez de reduzir número de clubes.
O Top14 e Premiership ideais, IMO, teriam 16 equipes, divididas em 4 conferências. Dentro das conferências, jogos de ida e volta (6 datas), ratificando as rivalidades regionais. Ademais, jogos só de ida contra todos os demais clubes (+12 datas). Os seis melhores avançariam aos playoffs, realizados em 3 datas, seguindo moldes atuais do Top14.
Nesse formato, a liga francesa (agora Top16) abraçaria mais regiões, expandiria o rugby no país e enxugaria seu calendário de 29 para 21 datas. A Premiership, de 24 para 21.