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Sábado o rugby volta em peso à tela da ESPN+ e com classe: dia 30 é dia das semifinais do Super Rugby! Na madrugada, mas com transmissão em VT às 20h00, tem o clássico neozelandês da Ilha do Norte entre Hurricanes, único time do país que jamais venceu o Super Rugby, e Chiefs, campeão de 2012 e 2013, que promete emoções até o fim no “tira-teima” de quem é o melhor da terra dos All Blacks. Depois, às 10h00, mais um time da Nova Zelândia irá à campo, mas será fora de seus domínios. O atual campeão Highlanders viajará à África do Sul para encarar a sensação Lions, que também jamais levantou a taça do Super Rugby na era profissional.
Nas quartas de final, Hurricanes e Chiefs foram destaques, atropelando Sharks (41 x 0) e Stormers (60 x 21), enquanto os Lions venceram com louvor os Crusaders (42 x 25). Apenas os Highlanders tiveram um placar econômico em sua vitória sobre os Brumbies (15 x 9). E agora, quem vai para a grande final da mais importante liga do Hemisfério Sul?
A capital vai ferver!
Em Wellington, capital da Nova Zelândia, Hurricanes e Chiefs medirão forças em embate entre o melhor time (Hurricanes) e o quarto melhor time (Chiefs) da primeira fase, que, todavia, terminaram a fase classificatória separados por míseros 2 pontos. No confronto direto, a vantagem foi do time de Hamilton. Os dois times se encontraram em Wellington no dia 23 de abril e quem levou a melhor foi o time visitante, com os Chiefs impondo a única derrota dos Hurricanes em casa na temporada, 28 x 27.
Hurricanes e Chiefs vem jogando para muitos críticos o melhor rugby do campeonato até aqui. Os Chiefs são uma verdadeira máquina de tries, jogando um rugby solto e de busca constante por espaços, com poucas disputas de ruck. O resultado é que o time do técnico Dave Rennie chega à semifinais dono do melhor ataque do torneio, com 76 tries marcados (o mesmo número dos Lions), sendo 9 a mais que os Hurricanes, que ocupam o quarto lugar geral nesse ranking. Os Chiefs ainda têm vantagem em linhas quebradas, ficando em segundo lugar geral, com 226, contra 206 dos Hurricanes, que estão em terceiro nesse quesito. Entretanto, os ‘Canes são grandes carregadores de bolas e seu rugby vertical, muitas vezes de impacto, faz com que os amarelos da capital liderem a estatística de carregadas, com 1910, bem diferente dos “passadores de bolas” dos Chiefs, que são apenas os 10ºs nesse número (mas que estão entre os maiores utilizadores de offloads, com um total de 215, contra apenas 167 dos ‘Canes). Na matemática dos metros ganhos, a vantagem é dos Hurricanes, que já conquistaram 8157 metros no Super Rugby, abaixo apenas dos Lions, enquanto os Chiefs fizeram 7860 (4ºs nesse número).
Portanto, a eficiência com a bola nas mãos favorece os Chiefs, que também levam vantagem nas formações. Os ‘Canes vem apresentando alguns erros em excesso nos laterias, com somente 84% de acertos (quarto pior índice de toda a liga), contra 88,8% de acertos dos Chiefs (nada brilhante, mas melhor). Contudo, nos scrums a segurança é a palavra dos dois lados, com os Hurricanes garantindo 95% de seus scrums (2ºs melhores), contra 93% dos Chiefs.
As linhas de ambas as equipes impõem respeito. A juventude e velocidade dos três de trás dos Chiefs impressiona, com o fullback Damian McKenzie, vice artilheiro em tries da liga, formando um conjunto de três quartos mágico com Tamanivalu, Lowe e McNicoll, comandados por Aaron Cruden. E a batalha com os Hurricanes impressiona ainda mais porque com a 10 amarela estará Beauden Barrett, que vem fazendo uma temporada exuberante e jogará contra Cruden não só pela classificação, mas para mostrar a Steve Hansen quem merece mais a 10 dos All Blacks. Barrett tem a seu lado TJ Perenara, formando uma das mais temíveis dupla de 10 e 9 do mundo. A grande dúvida dos três quartos da casa é Julian Savea, que não vem fazendo boa temporada e não jogou as quartas de final. Seu irmão, Ardie, no entanto, é um dos destaques da temporada (segundo maior “tackleador” da liga, com 176) e junto com Victor Vito e Brad Shields forma uma das mais poderosas terceiras linhas do mundo, que somada a uma primeira linha móvel da mais alta qualidade, liderada por Dane Coles, garante ao time de Wellington alguma vantagem no pack. Os Chiefs, no entanto, têm Sam Cane com a 7 (maior “tackleador” da liga, com 180 tackles) e ninguém menos que Brodie Retallick com a 5 para buscar estragos nos amarelos.
Quais as apostas?
Ellis Park espera a quebra de um jejum
Maior cidade da África do Sul, Joanesburgo não vê seu time, o Lions, em uma semifinal de Super Rugby desde 2001, quando ainda se chamava Cats. Depois de anos jogando contra a última posição do Super Rugby, parece que os gatos de fato evoluíram para leões e buscam voltar ao todo do Hemisfério Sul, onde estiveram já uma vez, em 1993, quando venceram (ainda sob o nome de Transvaal) o inaugural Super 10, competição que seria transformada em 1996 com a liberação do profissionalismo no mundo, tornando-se o Super 12, atual Super Rugby. Para o torcedor dos Lions, o título de 1993, liderado por François Pienaar (lembra dele?) é sim um título do Super Rugby, ainda que sem esse status oficial. Finalmente a chance de recolocar no topo chegou, mas o adversário será o Highlanders, de Dunedin, atual campeão do Super Rugby, que não pretende deixar o título sair da Nova Zelândia tão facilmente.
Na primeira fase, Highlanders e Lions tiveram exatamente o mesmo número de pontos, 52, mas no único confronto entre os dois times, em Dunedin, a vitória foi dos neozelandeses por 34 x 14, no dia 12 de março, logo no começo do campeonato. Muitos argumentam que parte da campanha brilhante dos Lions se deve a oponentes mais fracos, mas o time de Joanesburgo tem entre seus méritos ter batido na Nova Zelândia os Chiefs por 36 x 32, além de ter devolvido aos Crusaders a derrota em casa na temporada regular despachando o time de Christchurch nas quartas de final.
Nas estatísticas, a vantagem está do lado vermelho, do técnico Johan Ackermann, que vem revolucionando a forma sul-africana de jogar, fazendo seu time jogar mais nos espaços e menos no contato. Os Leões tiveram o melhor ataque da temporada, empatado com os Chiefs, com 76 tries marcados, contra apenas 52 dos Highlanders, que não se destacaram pelo poder de seu ataque, apenas o 7º da liga. Os Lions vencem os Highlanders também em linhas quebradas (204 contra 189), em carregadas de bola (1795, com o 2º lugar geral, contra 1644 dos ‘Landers, 12ºs), em defensores batidos (primeiro lugar geral, com 434, contra somente 287 dos campeões de 2015) e em metros ganhos (com também o primeiro lugar de todo o Super Rugby, com 8589, contra 6939 dos kiwis). As únicas vantagens substanciais dos Highlanders sobre os Lions nos números estão na defesa. O time do extremo sul da Nova Zelândia tem a melhor defesa do Super Rugby, tendo sofrido somente 282 pontos sofridos, enquanto os sul-africanos levaram 374. Os azuis e amarelos vencem os vermelhos também nos scrums ganhos, com 97% (melhor desempenho entre todos os times), contra 91% dos Lions, e nos tackles, com 1990, contra 1395 dos sul-africanos.
O jogo no mítico Ellis Park será portanto um clássico ataque contra defesa. Nos embates individuais, Lima Sopoaga contra Elton Jantjes com as camisas 10 promete, assim como o jovem ascendente Faf De Klerk, que tanto vem arrancando comentários positivos, encarando com a 9 dos Lions aquele que é para muita gente o melhor scrum-half do mundo, Aaron Smith. Atrás, essas duas destacadas duplas terão backs com fome de tries, com o mágico camisa 15 Ben Smith ao lado do mestre dos offloads Malakai Fekitoa (líder de offloads do ano) e o tanque Waisake Naholo com a camisa dos Highlanders, contra Ruan Combrinck, Lionel Mapoe e Rohan Janse van Rensburg, que vem fazendo do jogo de mãos dos Lions verdadeiro inferno aos oponentes. Atenção também ao brilhante jogo de chutes dos Highlanders, que sempre poderá desequilibrar os jogos a seu favor. Já no pack, olho para a batalha entre as terceiras linhas, com Warren Whiteley e Jaco Kriel, dos donos da casa, e Liam Squire e Elliot Dixon, dos visitantes, colocando muita pressão no breakdown.
Teremos pelo segundo ano seguido uma final entre neozelandeses ou, após três anos de ausência, um sul-africano voltará a decidir o Super Rugby? Lions e Highlanders darão a resposta.
Super Rugby – Liga de Argentina, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Japão
Semifinais
Sábado, dia 30 de julho
04h35 – Hurricanes x Chiefs, em Wellington – Watch ESPN AO VIVO / VT na ESPN+ às 20h00
10h00 – Lions x Highlanders, em Joanesburgo – ESPN+ AO VIVO
12h00 – Programa – World Rugby TV – ESPN+ – Inédito
*Horários de Brasília
Ae muito bom, muito bom mesmo, Sabadão dia de Super Rugby na ESPN+