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ARTIGO COM VÍDEOS – Os finalistas da Top League, o Campeonato Japonês, foram definidos neste fim de semana. Com muitos erros e acertos o campeonato japonês segue em pleno vigor.
As semifinais
A partida dos Wild Knights contra os Verblitz mostrou o porque da equipe de Toyota ter sido a surpresa desta temporada. O estádio Nagai em Osaka era mais próximo de Toyota que da prefeitura de Gunma, resultando assim na quebra do fator campo, ninguém jogou em casa, mas foi um público acima da média, 10 mil espectadores.
O Toyota Verblitz entrou em campo disposto a quebrar todos os tabus: Eliminar os Wild Knights, invictos; ser o único a não sofrer uma derrota descomunal dos cavaleiros de gunma; e ser o primeiro time fora dos cinco grandes a chegar em uma decisão.
A partida começou com a abertura de placar pelo time de Toyota, penal vindo dos pés do competente Lionel Cronje. Aos 13 minutos, após desatenção na formação defensiva dos Verblitz, Sam Wykes e Tanaka articularam boa jogada pela direita da linha dos 5 metros que rapidamente houve a inversão da oval, movendo assim na extrema esquerda com o veloz Kenki Fukuoka que mergulhou para o try azul.
Os Wild Knights pareciam não sentir falta de Berrick Barnes. Takuya Yamasawa executou uma bela jogada de velocidade que habilitou Digby Ioane para mais um try. E foi dos pés do jovem meia que saíram as duas conversões bem sucedidas. Placar do primeiro tempo 14 a 3 para o time de Gunma.
Na segunda etapa os trabalhos retomaram com Yamasawa ampliando com penal para Wild Knights. Parecia mais um “banho” dado pelos temidos Cavaleiros Selvagens, só parecia. A reação dos Verblitz incendiou o certame e aos 16 minutos Henry Jamie marcou o primeiro try da equipe na partida. Lionel Cronje ainda marcou mais três pontos vindos de um penal. A partida terminou no placar de 17 a 11 para os super campeões Wild Knights que venceu no sufoco. A menor diferença de pontos conquistados em uma vitória em toda a temporada, porém o passaporte da final foi carimbado.
Já do outro lado da chave, aquela semi que era garantia de equilíbrio, mais de 11 mil pessoas lá estavam, no mesmo estádio para conferir o desfile de estrelas, mas o que foi visto foi um total desarranjo. O fulminante ataque dos amarelos da capital não tomou conhecimento dos azuis de Goromaru e companhia. Foram quatro tries do Sungoliath no primeiro tempo com Daishi Murata, Kotaro Matsushima, Shota Emi e Matt Giteau, todos convertidos por Giteau. Enquanto isso a equipe de Shizuoka terminou a primeira etapa zerada, com o placar de 28 a 0.
Na segunda etapa ainda couberam na conta mais três tries amarelos com Daishi Murata, Kotaro Matsushima e Nakamura. Somando as conversões bem sucedidas de Giteau e Nakamura, que converteu seu próprio try aos 28 minutos do segundo tempo, ficou somente no êxito azul o try do experiente Male Sau e a conversão de Goromaru. O placar final é atípico neste clássico, 42 a 7.
O Rebaixamento
Um caso a se repensar foi o regulamento utilizado nesta temporada. Parece estranho começar esta análise com uma opinião ao invés de fatos concretos, mas estes vem agora. Simplesmente as equipes mais incompetentes saíram da disputa do rebaixamento automático.
Vencendo seis das treze partidas disputadas, os Red Hurricanes receberam os Red Sparks. Era um placar de 14 a 14, no último lance do jogo. Tanabe, um jovem atleta de apenas 23 anos que marcou somente 10 pontos em toda a temporada, recebeu um passe péssimo oriundo de uma vantagem de um tapa na bola dado pelos defensores, mergulhou e fez o try.
O rebaixamento óbvio vindo do terceiro pior ataque e derrotado em todas as rodadas ainda não ocorreu. O choro dos jogadores no final do certame mostrava que a vitória do Coca-Cola por 19 a 14 não só mostrava a superação de uma adversidade, porém contrastava com quem fez uma campanha muito superior e agora está a um jogo de ser rebaixado diretamente para a Top Challenge.
Outro que se livrou foi o Munakata Sanix Blues. Com apenas uma vitória na temporada regular, o pior ataque da competição funcionou contra o Kintetsu Liners. O placar de 29 a 8 posicionou Liners e Hurricanes no paredão, um dos dois entregará seu lugar ao Honda Heat. Um fato curioso é que os Hurricanes possuem mais vitórias nesta temporada que o Coca-Cola em todas que disputou, enfim, não houve equiparação e justiça na distribuição das chaves. Na semana que vem veremos duas finais distintas.
Tá sentindo falta das análises dos outros jogos? Pois é, estas oito equipes jogaram apenas para cumprir tabela, será mesmo necessário eles entrarem em campo? Foi isso que os torcedores pensaram e o público foi baixíssimo. Nós aqui da redação ainda temos a esperança que a organização do torneio “acerte a mão” no regulamento. Ainda esta semana traremos as análises das equipes para as finais de título e rebaixamento.
Teikyo imparável no rugby universitário
O rugby universitário é algo central na cultura do rugby japonês e o campeonato nacional sempre reúne dezenas de milhares de torcedores em sua grande final. E a competição vive um momento de absoluta hegemonia, pois a década foi de uma única equipe: a Universidade de Teikyo. Diante de 20 mil torcedores em Tóquio, os vermelhos conquistaram o nono títulos consecutivo ao fazerem 21 x 20 dramáticos sobre a tradicional Universidade de Meiji. Quem baterá o Teikyo? Uma resposta que não haverá antes de 2019 (no mínimo).
Top League – Campeonato Japonês
Semifinais
Panasonic Wild Knights 17 x 11 Toyota Verblitz, em Osaka
Suntory Sungoliath 49 x 07 Yamaha Jubilo, em Osaka
Final – dia 13 de janeiro
Panasonic Wild Knights x Suntory Sungoliath, em Tóquio
Repescagens contra o Rebaixamento
NTT-Docomo Red Hurricanes 14 x 19 Coca-Cola Red Sparks, em Nagoya
Munakata Sanix Blues 29 x 08 Kintetsu Liners, em Nagoya
Decisão de 15º lugar – dia 13 de janeiro
NTT-Docomo Red Hurricanes x Kintetsu Liners
Campeonato Japonês Universitário
Final
Teikyo 21 x 20 Meiji, em Tóquio
Maiores campeões universitários do Japão
15 títulos – Waseda
12 títulos – Meiji
9 títulos – Teikyo
Escrito por: Leandro Vieira
Foto: Sungoliath x Jubilo – Top League