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Lendas, um factor que alimenta qualquer desporto… no rugby são várias as lendas que ficaram marcadas nos melhores pergaminhos da história da modalidade: Johny Wilkinson, Jonah Lomu, Jon Smith, George Gregan, Serge Blanco, entre tantas outras. Pela 1ª vez, as Lendas dos Springboks visitam um país de língua portuguesa, com viagem marcada para Portugal, numa digressão que vai começar a 1 de Junho. Este tour terá o seu pico mais alto no dia 4 de Junho, no jogo que colocará as lendas dos Lobos frente aos sul-africanos. Teremos a oportunidade de ter alguns campeões do Mundo de 1995 ou 2007, como Chester Williams (1995), Jon Smith (2007), Butch James (2007), Percy Montgomery (2007), entre vários outros.
Este evento reúne todas as condições para suscitar um interesse grande do público, uma vez que a lenda dos Springboks vai para além do Mundo da oval, já que são conhecidos por todos, nem que seja pelo recente filme Invictus com Matt Damon e Morgan Freeman. As Lendas dos Springboks, juntam-se, então, por realizar esta digressão que fica não só assente em realizar um jogo, mas também de actividades sociais e desportivas. Irão no dia 2 de Junho, à Agronomia fazer um “laboratório” de rugby, na presença de atletas do próprio clube, mas também convidando o GD Direito a estar presente, naquilo que é o verdadeiro espírito do rugby.
No dia seguinte, Sexta-feira, 3 de Junho os sul-africanos vão até ao Colégio de St. Julians (uma das novas forças do rugby português em termos de formação) para treinar e dar uma formação aos treinadores e miúdos desse colégio.
No dia seguinte, segue-se o grande jogo entre Lendas de Portugal versus África do Sul, com início às 15:00 no Jamor, campos de rugby. Depois há toda uma festa do rugby, com jogadores, fãs, treinadores, pais, apoiantes e curiosos pelo rugby.
Como notaram, há vários horas por preencher, que, na realidade, estão preenchidas com actividades exclusivas a quem faz o sponsoring da tour toda, que fica com o “direito” de conversa, conhecer e envolver-se, de outra forma, com as Lendas dos Springboks.
Este tipo de eventos e viagens é fulcral para a criação de uma cultura e identidade rugbista de Portugal, e, no futuro, poderá até acontecer por terras do Brasil, que começam a demonstrar um carinho diferente pelo rugby. Como dizíamos, estas vindas de Lendas, de atletas que marcaram a modalidade de uma forma profunda (quem se esquece daquele pé de Ouro de Percy Montgomery ou as placagens de garra de Jon Smith) desenvolvem todo o sistema rugbistico do local, criando uma sensação de frenesim e “loucura”, que permite um jogador de formação ver, tocar e conversar com um atleta que só teve acesso pela televisão, internet, ou no máximo num estádio fora de Portugal ou Brasil. É uma influência positiva no crescimento de um atleta, de poder ver um “sonho” a vir ter consigo e perceber que é possível, um dia, estar a conviver com eles num palco diferente. Não só isso, mas também, o facto dos atletas perceberem o peso que é ser uma lenda do rugby de um país, de que representar a sua nação vai para além dos seus melhores anos como jogador, que até ao fim dos seus dias é um símbolo da modalidade, em geral, e do seu país, em concreto.
Para os atletas reformados é extremamente importante este envolvimento, por vários factores: possibilidade de jogar o desporto onde foram felizes (na sua maioria), dando hipótese para voltar aos velhos tempos e representar a África do Sul; ter a oportunidade de representar os Springboks não só agora, mas, também, ao participar em acções sociais, envolvendo-se com as culturas que este grupo de Lendas visita, apoiando os projectos, dando opiniões e ideias para o futuro; apoio às carreiras após ter terminado de jogar a nível profissional, que é sempre um dos problemas maiores de qualquer modalidade. Hoje em dia a depressão e isolamento tem surgido em vários casos de antigos atletas de rugby, que se vêm desamparados ao não terem uma vida para lá da oval. Ao contrário do futebol, a maioria dos jogadores de rugby consegue se formar e tirar um curso que no futuro o ajudará a integrar-se na sociedade (David Pocock está a terminar a licenciatura de médico por exemplo), porém há sempre o problema de conseguir passar dos relvados para o escritório. Os Springboks Legends ajudam nesse processo, tratam de ser uma voz de ajuda e de conselho importante para vários atletas, que precisam desse tipo de colaboração para ultrapassar certas dificuldades que podem enfrentar.
Em 2016, Portugal terá esta oportunidade de conviver e dar uma experiência única aos Springboks, que marcaram vários momentos do rugby. Quem sabe se o Brasil em 2017 não será o local de ida destas Lendas? Se viverem em Portugal, façam “campanha” junto a eles no dia de jogo, mas tratem de apoiar Portugal a lutar pela vitória ante os Springboks, naquele que vai ser o primeiro encontro entre Portugal versus África do Sul na História (qualquer categoria).
Escrito por: Francisco Isaac