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O campeão do 119ª edição do mais importante torneio de seleções da Europa, o Six Nations, será conhecido nesse sábado, com a disputa da última rodada da competição.
Às 14h00, horário de Brasília, Gales e Inglaterra decidirão o título do Six Nations 2013 no Millenium Stadium, em Cardiff, capital galesa. Os ingleses levam vantagem, tendo somado até agora 100% de aproveiramento, ao passo que os galeses foram derrotados na rodada de estreia pela Irlanda. Para conquistar seu 26º título, Gales só tem uma fórmula: vencer por mais de 7 pontos de diferença. A conquista faria de Gales o maior campeão europeu de todos os tempos.
Uma vitória galesa por 7 pontos igualaria galeses de ingleses no saldo de pontos, e o número de tries ao longo do campeonato passaria a ser o critério de desempate, com Gales levando a melhor no momento: 7 contra 5. Uma vitória galesa por menos de 7 pontos de diferença ou um empate darão o título do campeonato aos ingleses, mas sem o Grand Slam e a Tríplice Coroa. Já a vitória garantia à Inglaterra seu 27º título do campeonato, seu 13º Grand Slam e sua 24ª Tríplice Coroa, sendo a maior vencedora de todos esses títulos.
A rodada será aberta às 11h30 da manhã com o duelo entre Itália e Irlanda, que brigam ainda contra a colher-de-pau (a última colocação). Se perder, a Itália terá que torcer por uma derrota francesa diante da Escócia. Já uma derrota da Irlanda daria esperanças à França, que tem hoje 23 pontos de saldo a menos que os irlandeses. Uma vitória para a Itália garantiria que a campanha de 2013 igualasse à de 2007, única vez que os Azzurri conquistaram duas vitórias no mesmo torneio.
A França, por sua vez, encerra a competição às 17h00 em Paris diante da Escócia, que já não briga mais por nada no Six Nations 2013. A França necessita vencer de qualquer forma para ter chances de escapar da colher-de-pau. Nunca na história da versão do torneio com seis seleções (desde 2000) a França encerrou a competição com a colher-de-pau. Os Bleus vem fazendo a pior campanha de sua história desde 1969, quando acumulou três derrotas e um empate, obtido apenas na última rodada. Já a última vez que os franceses terminaram com 0% de aproveitamento foi em 1957.
Pelo trono europeu
Cardiff vai ferver para o encontro dos gigantes britânicos, que decide o título do Six Nations 2013. Com 25 títulos inteiros e 11 divididos, Gales poderá voltar a ser o maior campeão europeu e impedir o 27º título da Inglaterra, que soma hoje 26 títulos inteiros e 10 divididos. O País de Gales terá duas alterações com relação ao time que derrotou a Escócia em Edimburgo no sábado passado. O capitão Ryan Jones foi cortado do time por lesão, e dará lugar a Justin Tipuric na terceira linha. Já na primeira linha, Gethin Jenkins, recuperado fisicamente, retornará ao XV do Dragão, ocupando a vaga de Paul James. Jenkins foi ainda confirmado como o capitão do time vermelho, sendo preferido com relação ao ex-capitão Sam Warburton.
Apesar de brigarem pelo segundo título consecutivo, os galeses não vivem ainda uma fase tão boa quanto à do mesmo período do ano passado. A equipe vive uma crescente: após a derrota na estreia para a Irlanda, Gales se superou e quebrou a série de derrotas com um triunfo sobre a França, seguido de duas boas vitórias sobre Itália e Escócia, retomando alguns de seus bons momentos, com sua terceira linha voltando a ser dominante nas disputas, e com seus 3/4s mostrando um bom desempenho. O momento é distinto daquele vivido pela seleção inglesa que, apesar da liderança invicta, sofreu muito para superar a Itália na última rodada, vivendo um pequeno declínio em seu desempenho.
Para conquistar seu primeiro Grand Slam desde 2003 e se firmar como a maior campeã do continente, a Inglaterra teve algumas alterações em seu elenco para enfrentar Gales. A principal mudança é o retorno do abertura Owen Farrell, retomando o lugar que foi ocupado por Toby Flood. Recuperado do lesão, Farrell fará dupla com o scrum-half Ben Youngs. Na primeira linha, o pilar Joe Marler retomou a vaga de Mako Vunipola, enquanto Tom Croft começará na terceira linha. A segunda linha também terá novidades, com os retornos de Geoff Parling e Joe Launchbury.
A decisão do jogo deverá estar na terceira linha, Faletau, Tipuric e Warburton duelando com Wood, Robshaw e Croft. A posse de bola no jogo aberto será crucial para qualquer um dos lados, sobretudo pelo fato dos ingleses terem sofrido muito diante dos italianos nesse quesito, enquanto os galeses não tiveram um bom início de campanha quando o assunto foi rucks e posse de bola. Nas formações fixas as duas equipes também falharam recentemente, com os ingleses apresentando algumas dificuldades no scrum, e os galeses exibindo deficiências nos laterais. Nesse sentido, as alterações efetuadas na primeira linha inglesa poderão surtir algum efeito para a Rosa. O confronto entre as duplas Phillips-Biggar e Youngs-Farrell também promete, e deve pender a favor dos ingleses, pela maior criatividade da parelha. Já entre os 3/4s, a vantagem parece estar com o XV do Dragão, com seus centros e pontos voltando a desempenhar bem, enquanto os ingleses padeceram na capacidade de definir jogadas na última partida.
Para não piorar
Itália e Irlanda farão um duelo contra a rabeira em Roma. Para não depender do resultado da partida entre França e Escócia, a Itália, que não vence a Irlanda desde 1997, efetuou três alterações em seu elenco, todas nos forwards: na asa, sai Robert Barbieri e entra Simone Favaro, enquanto na primeira linha deixam o time os dois pilares, Martin Castrogiovanni (lesionado) e Alberto De Marchi, e entram Lorenzo Cittadini e Andrea Lo Cicero. O objetivo do técnico Jacques Brunel é ganhar o controle da partida diante dos verdes no pack, buscando neutralizar as ações da poderosa primeira linha irlandesa. Para tal, a experiência de Lo Cicero, que encerra a carreira na seleção, será essencial para que a perda do icônico Castrogiovanni seja minimizada. Já a Irlanda anunciou duas mundanças para o desafio em Roma. Recuperados de lesões, Jonny Sexton e Craig Gilroy retornam à equipe, ganhando os postos que foram ocupados por Jackson e McFadden na abertura e na ponta, respectivamente.
O retorno de Sexton poderá ser determinante para o sucesso irlandês, uma vez que qualquer vantagem obtida na base deverá ser revertida em pontos para os verdes. Diante da França, a Irlanda sofreu um apagão na criação no segundo tempo, com a equipe caindo de rendimento ao longo da peleja. É tal constância que Sexton deverá dar ao Trevo, que ainda ganhou mais um reforço: a confirmação da titularidade de Brian O’Driscoll, que poderá estar se despedindo da seleção. O retorno de Gilroy fortalece ainda mais o poderio de definição da Irlanda que, se conseguir o domínio da posse da bola, deverá ser letal.
Não há dúvidas de que a linha irlandesa é superior à italiana. Porém, algumas boas atuações de Luciano Orquera ao lado de Edoardo Gori fizeram o técnico Jacques Brunel apostar nessa parelha de scrum-half e abertura para a partida. Contra a França, Orquera fez o jogo de sua vida, sendo um dos protagonistas da grande vitória. Com Sexton ainda fora da forma ideal, Orquera poderá tomar para si o protagonismo e fazer a Itália jogar como nunca. Esse é o momento para os Azzurri.
Contra o vexame
Em Paris, a França joga suas últimas esperança de largar a lanterna da competição. Para o confronto com a Escócia, Phillippe Saint-André realizou três alterações no elenco tricolor. Na linha, a novidade é o retorno ao XV de Mathieu Bastareaud, enquanto entre os avançados o segunda linha Vahaamahina e o terceira linha sul-africano de nascimento Antoine Claassen ganhou suas chances no XV de France. A manutenção da dupla Parra e Michalak é outra aposta do treinador, que permitiu uma rara continuidade na parelha de um jogo para o outro.
Já os escoceses contarão com a estreia do novato segunda linha Grant Gilchrist, substituindo o lesioado Richie Gray. A outra única alteração será na terceira linha, com Alasdair Strokosch retornando ao time no lugar de Rob Harley. Apesar da derrota para Gales em casa, a Escócia sabe que colheu bons frutos ao longo desta temporada do Six Nations, e aposta na continuidade.
A França vem sofrendo muito em todos os setores do campo, mas diante da Irlanda quem mostrou vitalidade foi sua terceira linha, com Louis Picamoles assumindo a responsabilidade de inspirar os franceses aos bons momentos. O oitavo foi o nome francês na partida, e deverá novamente ter papel importante, uma vez que o setor-chave na partida entre os dois azuis será justamente a terceira linha, que poderá garantir a preciosa posse de bola para a linha francesa. A vitória será crucial para os Bleus retomarem confiança e voltarem a ter um clima bom nos vestiários para a sequência do trabalho de Saint-André.
RBS Six Nations – Seis Nações
*horários de Brasília
Sábado, dia 16 de março
11h30 – Itália x Irlanda, em Roma
Itália: 15 Andrea Masi, 14 Giovambattista Venditti, 13 Gonzalo Canale, 12 Gonzalo Garcia, 11 Luke McLean, 10 Luciano Orquera, 9 Edoardo Gori, 8 Sergio Parisse, 7 Simone Favaro, 6 Alessandro Zanni, 5 Joshua Furno, 4 Quintin Geldenhuys, 3 Lorenzo Cittadini, 2 Leonardo Ghiraldini (c) 1 Andrea Lo Cicero.
Suplentes:16 Davide Giazzon, 17 Michele Rizzo, 18 Alberto de Marchi, 19 Antonio Pavanello, 20 Francesco Minto, 21 Paul Derbyshire, 22 Tobias Botes, 23 Tommaso Benvenuti.
Técnico: Jacques Brunel
Irlanda: 15 Rob Kearney, 14 Craig Gilroy, 13 Brian O’Driscoll, 12 Luke Marshall, 11 Keith Earls, 10 Jonathan Sexton, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip (c) 7 Sean O’Brien, 6 Peter O’Mahony, 5 Donnacha Ryan, 4 Mike McCarthy, 3 Mike Ross, 2 Rory Best, 1 Cian Healy.
Suplentes: 16 Sean Cronin, 17 David Kilcoyne, 18 Stephen Archer, 19 Devin Toner, 20 Iain Henderson, 21 Paul Marshall, 22 Paddy Jackson, 23 Luke Fitzgerald.
Técnico: Declan Kidney
Histórico: 21 jogos, 18 vitórias da Irlanda e 3 vitórias da Itália. Último jogo: Irlanda 42 x 10 Itália (Six Nations 2012)
14h00 – País de Gales x Inglaterra, em Cardiff
Gales: 15 Leigh Halfpenny, 14 Alex Cuthbert, 13 Jonathan Davies, 12 Jamie Roberts, 11 George North, 10 Dan Biggar, 9 Mike Phillips, 8 Toby Faletau, 7 Justin Tipuric, 6 Sam Warburton, 5 Ian Evans, 4 Alun-Wyn Jones, 3 Adam Jones, 2 Richard Hibbard, 1 Gethin Jenkins (c).
Suplentes:16 Ken Owens, 17 Paul James, 18 Scott Andrews, 19 Andrew Coombs, 20 Aaron Shingler, 21 Lloyd Williams, 22 James Hook, 23 Scott Williams.
Técnico: Rob Howley
Inglaterra: 15 Alex Goode, 14 Chris Ashton, 13 Manu Tuilagi, 12 Brad Barritt, 11 Mike Brown, 10 Owen Farrell, 9 Ben Youngs, 8 Tom Wood, 7 Chris Robshaw (c), 6 Tom Croft, 5 Geoff Parling, 4 Joe Launchbury, 3 Dan Cole, 2 Tom Youngs, 1 Joe Marler.
Suplentes: 16 Dylan Hartley, 17 David Wilson, 18 Mako Vunipola, 19 Courtney Lawes, 20 James Haskell, 21 Danny Care, 22 Toby Flood, 23 Billy Twelvetrees.
Técnico: Stuart Lancaster
Histórico: 123 jogos, 56 vitórias da Inglaterra, 55 vitórias de Gales e 12 empates. Último jogo: Inglaterra 12 x 19 Gales (Six Nations 2012)
17h00 – França x Escócia, em Paris
França: 15 Yoann Huget, 14 Vincent Clerc, 13 Mathieu Bastareaud, 12 Wesley Fofana, 11 Maxime Médard, 10 Frédéric Michalak, 9 Morgan Parra, 8 Louis Picamoles, 7 Thierry Dusautoir, 6 Antonie Claassen, 5 Yoann Maestri, 4 Sebastien Vahaamahina, 3 Nicolas Mas, 2 Benjamin Kayser, 1 Thomas Domingo.
Suplentes: 16 Guilhem Guirado, 17 Vincent Debaty, 18 Luc Ducalcon, 19 Christophe Samson, 20 Yannick Nyanga, 21 Maxime Machenaud, 22 Francois Trinh-Duc, 23 Gael Fickou.
Técnico: Philippe Saint-André
Escócia: 15 Stuart Hogg, 14 Sean Maitland, 13 Sean Lamont, 12 Matt Scott, 11 Tim Visser, 10 Duncan Weir, 9 Greig Laidlaw, 8 Johnnie Beattie, 7 Kelly Brown (c), 6 Alasdair Strokosch, 5 Jim Hamilton, 4 Grant Gilchrist, 3 Euan Murray, 2 Ross Ford, 1 Ryan Grant.
Suplentes: 16 Dougie Hall, 17 Moray Low, 18 Geoff Cross, 19 Alastair Kellock, 20 Ryan Wilson, 21 Henry Pyrgos, 22 Ruaridh Jackson, 23 Max Evans.
Técnico: Scott Johnson
Histórico: 85 jogos, 48 vitórias da França, 34 vitórias da Escócia e 3 empates. Último jogo: Escócia 17 x 23 França (Six Nations 2012)