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O caos foi instalado no rugby italiano, e em pleno ano de Mundial. Após os resultados ruins obtidos pela seleção nos últimos anos, o presidente da Federação Italiana de Rugby (FIR), Alfredo Gavazzi – no poder desde 2012 – fez uma declaração nada amistosa contra os atletas italianos. Em coletiva de imprensa, Gavazzi, questionado sobre a queda da Itália para o 15º lugar no ranking mundial, se defendeu dizendo que, sob seu mandato, “temos em média o quinto lugar no Six Nations”, e que “não fui eu que caí [no ranking]”, e sim “foram os jogadores”. Trazendo para si os louros das fugas da colher-de-pau e jogando para os atletas a culpa pela queda no ranking, o presidente ainda completou propondo que os atletas ganhem agora por vitória, e não por partida disputada (como é comum no rugby profissional, os atletas recebem para jogarem pelas seleções nacionais, sendo que hoje o valor pago pela FIR é de 6.500 euros por partida), isto é, que não recebam caso sejam derrotados, chamando-os ainda de “pensionati” (pensionistas, em sentido pejorativo).
A declaração criou revolta nos jogadores dos Azzurri, que utilizaram as redes sociais para protestarem contra o dirigente. Sergio Parisse, Martin Castrogiovanni, Marco Bortolami, Luca Morisi, Robert Barbieri, Leonardo Ghiraldini, Alessandro Zanni, Tommaso Allan, Luke McLean, Luciano Orquera, Giamba Venditti, Kelly Haimona e Edoardo Gori lançaram mensagens com #portacirispetto, que em italiano significa “tenha respeito”, além da frase “dei pensionati sono stanco, al 15 posto de ranking non ci sono andato io”, isto é, em tradução não literal, que os atletas “pensionistas” estão cansados e que não foram eles que caíram para o 15 º lugar no ranking.
A crise ganhou toda a imprensa italiana e agravou as turbulências vividas pela gestão de Gavazzi, que ainda somam o fracasso italiano no PRO12, a deterioração da situação dos clubes do Eccellenza e o risco de cortes nas transmissões do rugby na RAI.