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Na primeira partida da rodada final do Six Nations 2013, o Stadio Olimpico de Roma esteve apinhado com mais de 70 mil torcedores que foram apoiar a seleção italiana em busca de igualar seu recorde de 2 vitórias no Six Nations, atingido apenas em 2007. E os Azzurri voltaram a fazer um jogo épico, superando a Irlanda pela primeira vez na história do Six Nations, levando ao delírio a Cidade Eterna com uma sensacional vitória por 22 x 15! Com o placar, a Itália aguarda agora o resultado da Escócia diante da França para saber se termina em quarto (igualando a campanha de 2007) ou se ficará na histórica terceira posição. Já a Irlanda espera o mesmo jogo para saber se terminará ou não com a colher-de-pau.
A partida foi ainda mais especial, pois marcou o adeus do icônico pilar italiano Andrea Lo Cicero e poderá ter marcado a despedida da seleção irlandesa do monumental centro Brian O’Driscoll que, caso seja convocado pelos Lions em junho, não deverá mais vestir a camisa verde.
Os irlandeses começaram em bom ritmo a partir, cientes da necessidade de resguardar ao máximo a posse de bola diante de uma Itália forte no pack, mas desfalcada de Martín Castrogiovanni. Logo aos 5′, a Irlanda arrancou seu primeiro penal, convertido por Paddy Jackson, substituto do lesionado Jonny Sexton. Porém, após os minutos iniciais de vantagem irlandesa, a Itália encaixou seu jogo, ganhou um lateral importante e emplacou um poderoso volante que quase lhe rendeu o primeiro try. O rolo compressor resultou em penal para a Itália, e Orquera igualou o marcador aos 13′.
Os Azzurri assumiram o controle da partida, e Orquera teve nova chance de pontuar aos 19′, mas acertou a trave em penal. Sem problemas, pois aos 21′ o inspirado abertura chutou com precisão novo penal para os azuis, com muita curva. 6 x 3. Com a Itália voltando a jogar solta, encaixando seu jogo de mãos, a torcida romana se levantou, e o Olimpico se tornou um caldeirão mediterrânico. Aos 23′, a Itália manteve bem a posse da bola pela e, com rucks rápidos, a equipe avançou até conseguir boa ação pela ponta, mas que parou na defesa verde. Mas, com a posse de bola, os irlandeses também se mostravam perigosos, e apostaram na indisciplina italiana. Aos 28′, os visitante tiveram boa oportunidade com um penal, mas Jackson não foi feliz. E, logo depois, a reação irlandesa foi prejudicada com a exclusão por 10 minutos de Brian O’Driscoll, por pisão no ruck.
A vantagem numérica permitiu que a Itália voltasse a dominar as ações e a jogar um rugby aberto e ofensivo. Porém, os italianos ampliaram o placar por conta de seu scrum, que arrancou um precioso penal aos 35′, que Gonzalo Garcia chutou com precisão de longa distância. A Irlanda seguiu com dificuldades no jogo aberto e dominada nos rucks. No entanto, a Itália não superou seu vício em penais desnecessários, e permitiu que Jackson reduzisse o placar antes do intervalo, 9 x 6.
O segundo tempo começou com os italianos mantendo o ritmo da primeira etapa e, logo aos 47′, conseguiram seu grande momento no jogo. A pressão dentro das 22 foi bem conduzida, com rucks rápidos e consistentes e com a bola sendo manejada de um lado ao outro do campo, até chegar a Andrea Masi, que correu pela ponta direita e mergulhou para o try, mas foi detido a centímetros da linha. Na sequência, Gori tirou rápido a bola do ruck, mas foi igualmente detido. Mas, Venditti acreditou, apanhou a bola e se projetou ao in-goal, cravando o try no limite. Try confirmado pelo TMO, e 16 x 6 com difícil conversão de Orquera.
A Irlanda busca entrar logo no jogo, e arrancou um penal aos 52′, com Parisse recebendo amarelo. Jackson reduziu o placar para 16 x 9 em boa hora, mesmo com a Irlanda não tendo chegado nenhuma vez às 22 da Itália até os 60 minutos! E os verdes ainda reduziram novamente aos 56′, com novo penal de longa distância, punindo os agora desfocados italianos. O Trevo acordou na metade da segunda etapa, e pressionou enfim dentro das 22, com O’Driscoll puxando o ataque. Após 21 fases, a Irlanda arrancou o penal crucial, reduzindo o placar para 16 x 15, ainda com um homem a mais.
O retorno de Parisse deu novo fôlego aos italianos, que voltaram à partida. Aos 64′, o estádio parou para ovacionar Andrea Lo Cicero, substituído em sua despedida dos Azzurri. Foram nada menos que 103 jogos com a camisa da Itália para o recordista em participações pela seleção. Aos 66′, Garcia teve nova oportunidade com penal de longa distância, mas não foi feliz. Porém, aos 69′, a Irlanda pecou novamente na insdisciplina e foi punida com penal certeiro de Orquera. 19 x 15, e exclusão de Donnacha Ryan.
Outra vez com 14 homens em campo, a Irlanda não foi capaz de reagir. A Itália seguiu dominando a peleja nos minutos derradeiros, e arrancou mais um penal aos 79′, que resultou em cartão amarelo para Conor Murray. Orquera chutou e garantiu a vitória histórica da Itália, que jamais havia batido a Irlanda em um jogo de Six Nations, quebrando o jejum de vitórias sobre o Trevo que vinha desde 1997. Enfim, os Azzurri voltam a obter 2 vitórias em uma edição de Six Nations, o que só havia ocorrido em 2007.
22
15
Itália 22 x 15 Irlanda, em Roma
Itália
Try: Venditti (48)
Conversão: Orquera (49)
Penais: Orquera (13, 21, 69, 80), Garcia (35)
15 Andrea Masi, 14 Giovambattista Venditti, 13 Gonzalo Canale, 12 Gonzalo Garcia, 11 Luke McLean, 10 Luciano Orquera, 9 Edoardo Gori, 8 Sergio Parisse, 7 Simone Favaro, 6 Alessandro Zanni, 5 Joshua Furno, 4 Quintin Geldenhuys, 3 Lorenzo Cittadini, 2 Leonardo Ghiraldini (c) 1 Andrea Lo Cicero.
Suplentes:16 Davide Giazzon, 17 Michele Rizzo, 18 Alberto de Marchi, 19 Antonio Pavanello, 20 Francesco Minto, 21 Paul Derbyshire, 22 Tobias Botes, 23 Tommaso Benvenuti.
Técnico: Jacques Brunel
Irlanda
Penais: Jackson (5, 40, 52, 57, 63)
15 Rob Kearney, 14 Craig Gilroy, 13 Brian O’Driscoll, 12 Luke Marshall, 11 Keith Earls, 10 Jonathan Sexton, 9 Conor Murray, 8 Jamie Heaslip (c) 7 Sean O’Brien, 6 Peter O’Mahony, 5 Donnacha Ryan, 4 Mike McCarthy, 3 Mike Ross, 2 Rory Best, 1 Cian Healy.
Suplentes: 16 Sean Cronin, 17 David Kilcoyne, 18 Stephen Archer, 19 Devin Toner, 20 Iain Henderson, 21 Paul Marshall, 22 Paddy Jackson, 23 Luke Fitzgerald.
Técnico: Declan Kidney
