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ARTIGO COM VÍDEOS – Foi uma jornada de grandes duelos pela principal liga do Hemisfério Sul, que assistiu a embates duros entre rivais locais, no momento que o Super Rugby entra de cabeça em sua metade final.
Ninguém segura o Hurricanes no Super Rugby. O time da capital neozelandesa fez o clássico nacional com o ex-poderoso Crusaders e levou a melhor, abrindo 5 pontos de frente sobre o vice-líder Chiefs, que derrapou na Austrália e foi derrotado pelo humilde Melbourne Rebels. Ainda na terra dos Wallabies, sábado foi dia de clássico, com o Waratahs batendo fora de casa o Brumbies para apimentar a briga pelo primeiro lugar da chave. Na África do Sul, também teve grande clássico nacional, com o Bulls superando o Lions e assumindo a liderança do grupo sul-africano, graças também à derrota do Stormers contra o Cheetahs. Highlanders e Blues também venceram, enquanto o Reds foi o único a folgar na 12ª jornada.
Hurricanes dispara, Chiefs escorrega e Highlanders cresce
São nove vitórias em dez jogos e a liderança do Super Rugby não sai das mãos do Hurricanes. O time de Wellington fez o clássico da rodada na Nova Zelândia diante do Crusaders e faturou mais uma vitória, empurrando o Crusaders para o nono lugar, cinco pontos abaixo da zona de classificação ao mata-mata. O confronto começou frenético, com Dan Carter cravando o primeiro try dos ‘Saders aos 2′, após bela jogada de Slade, respondido na mesma moeda aos 9′ por Beauden Barrett, correndo 80 metros depois de erro dos vermelhos, e aos 12’ por Brad Shields, virando rapidamente o marcador. Com o confronto particular entre Slade, Carter e Barrett pela camisa 10 dos All Blacks no Mundial (que não deverá ser de Aaron Cruden, lesionado) apimentando o jogo, foi Slade que voltou a brilhar, aproveitando a inferioridade numérica dos ‘Canes, por conta de amarelo para Ma’a Nonu. Slade deixou Savea para trás, achou o espaço pela defesa dos amarelos e cravou o segundo try dos Crusaders. Mas, antes do intervalo, Barrett chutou penal que deu o empate em 17 x 17 ao final da primeira etapa.
No segundo tempo, com 15 jogadores novamente, o Hurricanes se provou superior e precisou de 15 minutos para provar isso, com o primeira linha sul-africano Reggie Goodes finalizando com try grande sequência de fases dos ‘Canes, iniciada com a categoria de Beauden Barrett, que também esteve em dia inspirado. Slade devolveu o time de Canterbury ao páreo com penal aos 59′, mas os Hurricanes mataram a partida aos 62′, com o o terceira linha Blade Thomson recebendo de TJ Perenara para fazer na ponta o quarto try, que assegurou para os Furacões de Wellington a vitória bonificada. 29 x 23.
Já o Chiefs vacilou. Sem Cruden, o time de Waikato começou a balançar. O vice-líder foi à Austrália enfrentar o fraco Melbourne Rebels que, apesar de não brigar mais pela classificação, jogava de olho em uma marca particular: o feito de já ter vencido todos os cinco neozelandeses. E os Rebels conseguiram, com um primeiro tempo notável. Scott Higginbothan, aos 18′, fez o primeiro try do time da terra do futebol australiano. Completamente desfocados, os Chiefs foram reduzidos a 14 homens antes do intervalo e os Rebels os puniram com seu segundo try, na velocidade de Stirzaker, que ainda chutou dois penais na primeira etapa para levar o jogo ao intervalo em 16 x 3. No segundo tempo, os neozelandeses dominaram as ações, fizeram dois tries, com Ngatai, aos 58′, e Leitch, aos 69′, mas não conseguiram a virada, parando na defesa australiano no fim do jogo. O cartão amarelo de Liam Messam piorou a situação e o jogo acabou em vitória dos Rebels por 16 x 15.
Já o Highlanders conquistou uma preciosa vitória para se colocar como o quarto melhor da temporada. O time de Dunedin arrebentou o combalido e problemático Sharks, cheio de lesões e que faz uma temporada para se esquecer. O terceira linha Gareth Evans fez aos 4′ o primeiro try neozelandês no jogo, mas os sul-africanos igualaram a partida e conseguiram seu try aos 32’ com Mtawarira. Porém, os Highlanders atropelaram depois, impondo um jogo veloz e envolvente. Foram mais seis tries dos neozelandeses, com Naholo, Osborne, Reddish, Aaron Smith, Edmonds e Dixon para assegurar o 48 x 15.
Waratahs vencem clássico australiano
Na Austrália, o sábado foi de clássico, com Canberra parando para o embate entre Brumbies e Waratahs. Os Brumbies não perdiam para o rival em casa desde 2011 e defendiam o primeiro lugar da conferência australiana. O resultado foi um começo forte do time da capital com try de Tomane, na velocidade, logo aos 8′. Mas, os atuais campeões do Super Rugby responderam imediatamente com Adam Ashley-Cooper fazer o try dos ‘Tahs contra sua ex-equipe. A partida endureceu após o frenético início e os penais se tornaram decisivos. Leali’ifano acertou apenas um de dois chutes, enquanto Beale e Foley se revezaram e acertar um penal cada garantindo uma crucial vitória para o time de Sydney, que agora está apenas um ponto abaixo dos Brumbies na classificação.
Já o outro time australiano que foi a campo, o Western Force, foi à Nova Zelândia e viu sua situação deteriorar, afundando na lanterna do Super Rugby com uma pesada derrota contra o Blues, que reencontrou a confiança e venceu por contundentes 41 x 24. A avalanche de tries resultou em bônus ofensivo para os dois lados.
África do Sul nas mãos dos Bulls
Na África do Sul, dois dérbis foram jogados. No mais aguardado, o Bulls derrotou o rival Lions no clássico do antigo Transvaal e reassumiu a liderança da conferência sul-africana. Foi um jogão na capital Pretória, que começou com o time da casa atropelando com dois tries do scrum-half Piet Van Zyl (colocando-se de vez na disputa pela 9 dos Springboks) em menos de dez minutos. A resposta veio rápida do 9 dos Lions, Faf de Klerk, que deu o troco com try aos 12′ para o time de Joanesburgo. Handré Pollard e Elton Jantjes trocaram penais, mas foram os Bulls que voltaram a cruzar o in-goal, com try de Engelbrecht, aos 29′, levando os azuis para o intervalo com vantagem de 25 x 10.
Os Lions reagiram, Jantjes arrematou mais dois penais e os vermelhos entraram de vez na partida com try do pilar Van Rooyen, aos 54′. A tensão cresceu e Pierre Spies deu grande alívio ao torcedor dos Bulls fazendo o quarto try aos 67′. Mas, o sufoco não estava afastado e, aos 78′, Jaco Kriel deixou os Leões a três pontos da vitória, com um minuto para o fim. Sem tempo suficiente, os Bulls puderam logo comemorar a vitória por 35 x 33.
A vitória do Bulls teve valor redobrado com a derrota do então líder do grupo sul-africano Stormers. O time do Cabo foi ao Free State e caiu diante do Cheetahs, 25 x 17. Os donos da casa largaram na frente com dois tries, mas viram a reação dos Stormers, que poderiam ter virado o placar se Coleman não estive em um dia ruim nos chutes, jogando quatro penais para fora. Aos 70′, os erros dos Stormers foram punidos definitivamente, com Blommetjies fazendo o try da vitória dos Cheetahs.
Super Rugby – Liga da África do Sul, Austrália e Nova Zelândia
Highlanders 48 x 15 Sharks, em Dunedin
Brumbies 10 x 13 Waratahs, em Canberra
Blues 41 x 24 Force, em Auckland
Hurricanes 29 x 23 Crusaders, em Wellington
Rebels 16 x 15 Chiefs, em Melbourne
Cheetahs 25 x 17 Stormers, em Bloemfontein
Bulls 35 x 33 Lions, em Pretória
Equipe | País | Cidade | Jogos | Pontos |
---|---|---|---|---|
Melhores de cada país | ||||
Hurricanes | Nova Zelândia | Wellington | 16 | 66 |
Waratahs | Austrália | Sydney | 16 | 52 |
Stormers | África do Sul | Cidade do Cabo | 16 | 45 |
Wild Cards | ||||
Highlanders | Nova Zelândia | Dunedin | 16 | 53 |
Chiefs | Nova Zelândia | Hamilton | 16 | 48 |
Brumbies | Austrália | Canberra | 16 | 47 |
Fora da zona de classificação | ||||
Crusaders | Nova Zelândia | Christchurch | 16 | 46 |
Lions | África do Sul | Joanesburgo | 16 | 42 |
Bulls | África do Sul | Pretória | 16 | 38 |
Rebels | Austrália | Melbourne | 16 | 36 |
Sharks | África do Sul | Durban | 16 | 34 |
Cheetahs | África do Sul | Bloemfontein | 16 | 26 |
Reds | Austrália | Brisbane | 16 | 22 |
Blues | Nova Zelândia | Auckland | 16 | 20 |
Force | Austrália | Perth | 16 | 19 |