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ARTIGO COM VÍDEO – A segunda partida do Rugby Championship 2016 teve emoção e tensão até o fim com a África do Sul impedindo no apagar das luzes novo desastre ao virar o placar e derrotar a Argentina por 30 x 23 na pequena Nelspruit.
Tanto Springboks como Pumas foram a campo com muito a provar e produziram um jogo de muitos erros dos dois lados mas com paixão o bastante para criar um desfecho empolgante. Ainda em construção sob o comando do técnico Alister Coetzee, a África do Sul mostrou muito pouco ao longo da partida e não convenceu, mas quando foi colocada sob pressão soube corresponder e punir a Argentina pelas excessivas penalidades.
O jogo começou favorável aos sul-africanos. Logo aos 6′, Jantjes rompeu a defesa argentina, foi derrubado por Leguizamón, mas a reciclagem da bola foi rápida, encontrando Goosen que se infiltrou e deixou de offload para Combrinck arrancar e cravar o primeiro try do jogo, com os Boks prometendo um jogo aberto e envolvente. Mas, não foi o que ocorreu. Pouco a pouco a Argentina foi se impondo no jogo físico e, aos 16′, Sánchez reduziu o marcador para os Pumas. Logo depois, Jantjes deu o troco chutando o primeiro penal para os donos da casa e a situação parecia se virar a favor dos Boks.
Aos 22′, Montero recebeu amarelo, deixando os visitantes com um a menos. Porém, Mapoe entregou um penal para os argentinos e Sánchez reduziu para 10 x 6 a desvantagem – com a bola batendo na trave e no travessão antes de entrar chorada no “H”. E os Boks ainda veriam aos 26′ a Argentina encontrar seu try mesmo com 14 homens. Tuculet arrancou, rompeu a defesa, foi derrubado, mas logo a bola foi reciclada e os Pumas inverteram o jogo até Orlando receber na outra ponta e cravar o try da virada argentina, 13 x 10. E um duro golpe ao torcedor verde e ouro.
A África do Sul entrou em curto-circuito no restante do primeiro tempo. Goosen e Jantjes tiveram duas chances de penal para empatarem o placar para os sul-africanos mas não conseguiram acertar o alvo, deixando o marcador em 13 x 10 para os sul-americanos, que foram ao intervalo registrando 57% de posse de bola e 53% de território, além de evidente superioridade no scrum.
A renovação nas esperanças para a partida não ocorreu com a vinda do segundo tempo para a torcida local. Aos 45′, Habana recebeu amarelo e deixou agora a África do Sul com 14 homens, em momento já de pleno domínio dos argentinos, que emplacavam fases dentro das 22 dos anfitriões. Facundo Isa rompeu a defesa e quase chegou ao try, com os Boks se safando no limite. Aos 48′, Mapoe tirou os sul-africanos do sufoco puxando o primeiro contra-ataque perigoso. Os verdes resistiram com um homem a menos, não cederam pontos, e ainda arrancaram o empate aos 55′, com Jantjes não desperdiçando penal de longa distância. 13 x 13.
O troco argentino veio aos 64′, com Sánchez acertando penal, em momento que os Boks já acusavam o desgaste do atrito físico e da pressão pela vitória. Os pontos de Sánchez fizeram desabar o time sul-africano, que viu Montero romper a defesa em velocidade e potência pela ponta e Sánchez desferir um chute inteligente sobre a defesa argentina para Cordero apanhar a bola no in-goal e fazer aquele que parecia ser o try da vitória dos Pumas, abrindo 23 x 13 com pouco mais de 10 minutos pela frente.
Contudo, os Springboks crescerão quando a pressão de uma segunda derrota seguida veio. Aos 71′, o scrun-half Faf de Klerk, que não vinha fazendo bom jogo, desferiu uma majestoso passe reverso para Goosen disparar para o try que deixou os Boks novamente a um penal do empate. A Argentina sentiu o golpe e, aos 74′, entrou um penal para Jantjes deixar tudo igual e incendiar o Mbombela Stadium. A avalanche verde veio e os argentinos não conseguiram segurar. Após lateral, o rápido trabalho de mãos dos sul-africanos passou pro Kriel e De Jongh até o segunda linha Etzebeth servir com offload Habana, que deixou para Whiteley explodir na ponta e cravar o try da vitória dos Boks aos 79′. 30 x 23, de tirar o fôlego. E um duro golpe para a Argentina, depois de um jogo sólido até o fim.
As duas equipes voltarão a medir forças no próximo sábado, em Salta, no noroeste argentino.
África do Sul 30 X 23 Argentina, em Nelspruit
Árbitro: Glen Jackson (Nova Zelândia) / Assistentes: Jérôme Garcès (França) e Ben O’Keefe (Nova Zelândia) / TMO: George Ayoub (Austrália)
África do Sul
Tries: Combrinck, Goosen e Whiteley
Conversões: Jantjes (3)
Penais: Jantjes (3)
15 Johan Goosen, 14 Ruan Combrinck, 13 Lionel Mapoe, 12 Damian de Allende, 11 Bryan Habana, 10 Elton Jantjies, 9 Faf de Klerk, 8 Warren Whiteley, 7 Teboho Mohoje, 6 Francois Louw, 5 Lood de Jager, 4 Eben Etzebeth, 3 Julian Redelinghuys, 2 Adriaan Strauss (c) , Tendai Mtawarira
Suplentes: 16 Bongi Mbonambi, 17 Steven Kitshoff, 18 Vincent Koch, 19 Pieter-Steph du Toit, 20 Jaco Kriel, 21 Rudy Paige, 22 Juan de Jongh, 23 Jesse Kriel
Argentina
Tries: Orlando e Cordero
Conversões: Sánchez (2)
Penais: Sánchez (3)
15 Joaquin Tuculet, 14 Santiago Cordero, 13 Matías Orlando, 12 Juan Martin Hernandez, 11 Manuel Montero, 10 Nicolás Sánchez, 9 Martín Landajo, 8 Facundo Isa, 7 Juan Manuel Leguizamon, 6 Pablo Matera, 5 Tomas Lavanini, 4 Matías Alemanno, 3 Ramiro Herrera, 2 Augustín Creevy (c), 1 Nahuel Tetaz Chaparro
Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Felipe Arregui, 18 Enrique Pieretto, 19 Guido Petti, 20 Javier Ortega Desio, 21 Tomas Cubelli, 22 Santiago Gonzalez Iglesias, 23 Ramiro Moyano.
País | J | P | País | J | P | |
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Grupo A | Grupo B | |||||
Austrália | 3 | 8 | Nova Zelândia | 3 | 9 | |
Fiji | 3 | 7 | França | 3 | 7 | |
EUA | 3 | 6 | Espanha | 3 | 5 | |
Colômbia | 3 | 3 | Quênia | 3 | 3 | |
Grupo C | ||||||
Grã Bretanha | 3 | 9 | ||||
Canadá | 3 | 7 | ||||
Brasil | 3 | 5 | ||||
Japão | 3 | 3 | Veja mais |
Foto: Dirk Kotze/Gallo Images