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Sexta e sábado de decisões no Rugby League, o rugby de 13 jogadores! O Mundial da modalidade chegará às suas semifinais com encontros que não estavam no script. Isso porque a Nova Zelândia já está eliminada e Tonga e Fiji, algozes dos Kiwis, estarão sedentos por produzirem novas surpresas na competição. Na sexta, a Austrália receberá Fiji, enquanto no domingo, em solo neozelandês, Tonga encarará a Inglaterra.
Os jogos não terão transmissão para o Brasil.
O que esperar?
Poucas seleções no mundo podem se gabar de já terem derrotado a Austrália e Fiji não é uma delas. No último Mundial, em 2013, as duas seleções se encontraram justamente na semifinal e os Kangaroos atropelaram os fijianos por 64 x 00. Agora, no entanto, é inegável a qualidade de Fiji de 2017, superior às de 2013, recheado de craques da NRL (a liga australiana). Jarryd Hayne, Akuila Uate, Suliasi Vunivalu e Kevin Naiqama são jogadores que tornam Fiji perigosíssimo com a bola em mãos, mas foi justamente a capacidade defensiva dos fijianos que fez a diferença no fim de semana passado na histórica vitória sobre a Nova Zelândia.
Mas um raio raramente cai duas vezes no mesmo lugar. A Austrália sabe bem do perigo que os Bati fijianos oferecem e estarão vacinados. O técnico Mal Meninga escalou o que tem de melhor, com craques do nível de Billy Slater, Cooper Cronk e Cameron Smith liderando as ações. As chances são pequenas de um tropeç dos Kangaroos, mas o Mundial é o mais imprevisível já visto até aqui.
No sábado, Auckland fará com que Tonga se sinta em casa, na ausência da Nova Zelândia. De todas as ilhas do Pacífico, Tonga é a que tem o conjunto mais impressionante, tendo vencido os Kiwis na primeira fase. E a quantidade de atletas que são protagonistas na NRL no time tonganês assusta qualquer oponente e seu oponente, a Inglaterra, sabe bem disso. Em condições normais, a Inglaterra seria a favorita, mas na prática esse será um duelo no qual tudo poderá ocorrer.
Tonga conta com tudo: velocidade de homens como Michael Jennings e Will Hopoate, a altura de Daniel Tupou na bola aérea, a potência de Konrad Hurrell, Andrew Fifita ou Jason Taumalolo. Uma máquina completa capaz de controlar a posse de bola e ser letal com ela em mãos. Já a Inglaterra tem a tradição à seu favor apoiada no conhecimento do treinador australiano Wayne Bennett, o maior campeão da NRL. Este é o desafio que os Lions precisam vencer e convencer para terem esperanças de quebrarem o jejum de títulos numa eventual final com os Kangaroos. Os ingleses têm muita qualidade em mãos com Greth Widdop, capacidade de definição com Jermaine McGillvary, Kallum Watkins e Ryan Hall e potência de sobra com James Graham e Sam Burgess. Eis um jogo que será um verdadeiro xadrez, decidido na estratégia e no menor número de erros. Sem favoritos.
Quartas de final
*Horários de Brasília
Sexta-feira, dia 24 de novembro
07h00 – Austrália x Fiji, em Brisbane
Histórico: 6 jogos e 6 vitórias da Austrália. Último jogo: Austrália 64 x 00 Fiji, em 2013 (Copa do Mundo de Rugby League);
Austrália: 1 Billy Slater, 2 Dane Gagai, 3 Will Chambers, 4 Josh Dugan, 5 Valentine Holmes, 6 Michael Morgan, 7 Cooper Cronk, 8 Aaron Woods, 9 Cameron Smith, 10 David Klemmer, 11 Boyd Cordner, 12 Michael Gillett, 13 Josh McGuire;
Interchange: 14 Wade Graham, 15 Jordan McLean, 16 Reagan Cambell-Gillard, 17 Tyson Frizell;
Fiji: 1 Kevin Naiqama (c), 2 Suliasi Vunivalu, 3 Taane Milne, 4 Akuila Uate, 5 Marcelo Montoya, 6 Jarryd Hayne, 7 Henry Raiwalui, 8 Ashton Sims, 9 Apisai Koroisau, 10 Eloni Vunakece, 11 Viliame Kikau, 12 Brayden Wiliame, 13 Tui Kamikamica;
Interchange: 14 Joe Lovodua, 15 Jacob Saifiti, 16 Junior Roqica, 17 Ben Nakubuwai;
Sábado, dia 25 de novembro
03h00 – Inglaterra x Tonga, em Auckland
Histórico: 2 jogos e 2 vitórias da Inglaterra. Último jogo: Inglaterra 40 x 18 Tonga, em 2006 (Federation Cup);
Inglaterra: 1 Gareth Widdop, 2 Jermaine McGillvary, 3 Kallum Watkins, 4 John Bateman, 5 Ryan Hall, 6 Kevin Brown, 7 Luke Gale, 8 Chris Hill, 9 Josh Hodgson, 10 James Graham, 11 Sam Burgess, 12 Elliott Whitehead, 13 Sean O’Loughlin (c);
Interchange: 14 Alex Walmsley, 15 Tom Burgess, 16 Ben Currie, 17 James Roby;
Tonga: 1 Will Hopoate, 2 Daniel Tupou, 3 Michael Jennings, 4 Konrad Hurrell, 5 David Fusitu’a, 6 Tui Lolohea, 7 Ata Hingano, 8 Andrew Fifita, 9 Siliva Havili, 10 Sio Siua Taukeiaho, 11 Manu Ma’u, 12 Sika Manu (c), 13 Jason Taumalolo;
Interchange: 14 Sione Katoa, 15 Peni Terepo, 16 Tevita Pangai Junior, 17 Ben Murdoch-Masila;
O que é o Rugby League?
O Rugby League é uma modalidade do rugby que nasceu em 1895 no Norte da Inglaterra. Na época, o rugby (o Rugby Union) proibia o profissionalismo no mundo todo, mas um grupo de clubes ingleses se opôs à proibição de pagamentos a jogadores e romperam com a federação inglesa, formando uma liga independente. A fim de mudar a dinâmica do jogo e torná-lo mais aberto, a liga passou a promover mudanças nas suas regras, criando uma modalidade distinta, jogada com regras diferentes e organizada por entidades distintas do Union. O League, no entanto, se difundiu fortemente apenas no Norte da Inglaterra e na Austrália, onde é mais popular que o Union. O esporte ganhou popularidade ainda na Papua Nova Guiné (país da Oceania onde é o League e não o Union que reina) e, em menor dimensão, na Nova Zelândia e em algumas partes da França, onde segue bem abaixo do Union.
Quais as principais diferenças?
- O League é jogado por 2 times de 13 jogadores cada, com 4 reservas, sendo que um atleta que foi substituído poderá retornar a campo;
- No League, o try vale 4 pontos, a conversão 2, o penal 2 e o drop goal (chamado também de field goal) 1 ponto;
- Não é usado sistema de pontos bônus nas tabelas de classificação. A vitória vale 2 pontos, o empate 1 e a derrota 0;
- Não existem rucks. Quando um atleta sofre o tackle, é seguro e vai ao chão o jogo é parado. O atleta com a bola é liberado, rola a bola com os pés para trás e o jogo é reiniciado. É o chamado “play the ball”;
- Cada equipe tem direito a realizar 5 vezes o play the ball e, na sexta vez que um atleta é derruba, a posse da bola troca de equipe. É a chamada “Regra dos 6 tackles”. Com isso, é comum após o 5º tackle a equipe com a posse da bola chutá-la;
- Se a equipe defensora tocar na bola entre um play the ball e outro a contagem de tackles é zerada. Quando uma equipe com a posse de bola comete um erro de manuseio e a bola troca de posse o primeiro tackle é considerado “tackle zero” e a contagem se inicia apenas após ele;
- Não há lineouts. A reposição da bola que saiu pela lateral é feita a partir de um scrum. Penais chutados para a lateral são cobrados com free kick;
- Na prática, os scrums não possuem disputas, pois a equipe que introduz a bola na formação pode introduzi-la diretamente no pé de sua segunda linha. Porém, a equipe sem a bola pode tentar empurrar a formação para roubar a bola (o que é raro de acontecer);
- Não existe o mark. Com isso, chutes no campo ofensivo são frequentes;
- Um chute dado atrás da linha de 40 metros do campo de defesa que saia pela lateral após a linha de 20 metros do campo ofensivo é chamado de “40/20” e premia a equipe chutadora com a manutenção da posse da bola e com a contagem de tackles zerada;
- A numeração dos atletas no League muda. Os números mais altos são para os forwards e os números menos são para a linha. O fullback é o camisa 1 e o pilar o 13, por exemplo;
Tabela do masculino
Dia | Local | Time | Placar | X | Placar | Time | Grupo/Fase |
---|---|---|---|---|---|---|---|
27/10/2017 | Melbourne (Austrália) | AUSTRÁLIA | 18 | X | 04 | INGLATERRA | Grupo A |
28/10/2017 | Auckland (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 38 | X | 08 | SAMOA | Grupo B |
28/10/2017 | Port Moresby (Papua Nova Guiné) | PAPUA NOVA GUINÉ | 50 | X | 06 | GALES | Grupo C |
28/10/2017 | Townsville (Austrália) | FIJI | 58 | X | 12 | ESTADOS UNIDOS | Grupo D |
29/10/2017 | Cairns (Austrália) | IRLANDA | 36 | X | 12 | ITÁLIA | Grupo C/Grupo D |
29/10/2017 | Cairns (Austrália) | ESCÓCIA | 04 | X | 50 | TONGA | Grupo B |
29/10/2017 | Canberra (Austrália) | FRANÇA | 18 | X | 29 | LÍBANO | Grupo A |
03/11/2017 | Canberra (Austrália) | AUSTRÁLIA | 52 | X | 06 | FRANÇA | Grupo A |
04/11/2017 | Sydney (Austrália) | INGLATERRA | 29 | X | 10 | LÍBANO | Grupo A |
04/11/2017 | Christchurch (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 74 | X | 06 | ESCÓCIA | Grupo B |
04/11/2017 | Hamilton (Nova Zelândia) | SAMOA | 18 | X | 32 | TONGA | Grupo B |
05/11/2017 | Port Moresby (Papua Nova Guiné) | PAPUA NOVA GUINÉ | 14 | X | 06 | IRLANDA | Grupo C |
05/11/2017 | Townsville (Austrália) | ITÁLIA | 46 | X | 00 | ESTADOS UNIDOS | Grupo D |
05/11/2017 | Townsville (Austrália) | FIJI | 72 | X | 06 | GALES | Grupo C/Grupo D |
10/11/2017 | Canberra (Austrália) | FIJI | 38 | X | 10 | ITÁLIA | Grupo D |
11/11/2017 | Sydney (Austrália) | AUSTRÁLIA | 34 | X | 00 | LÍBANO | Grupo A |
11/11/2017 | Cairns (Austrália) | SAMOA | 14 | X | 14 | ESCÓCIA | Grupo B |
11/11/2017 | Hamilton (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 22 | X | 28 | TONGA | Grupo B |
12/11/2017 | Perth (Austrália) | GALES | 06 | X | 34 | IRLANDA | Grupo C |
12/11/2017 | Perth (Austrália) | INGLATERRA | 36 | X | 06 | FRANÇA | Grupo A |
12/11/2017 | Port Moresby (Papua Nova Guiné) | PAPUA NOVA GUINÉ | 64 | X | 00 | ESTADOS UNIDOS | Grupo C/Grupo D |
17/11/2017 | Darwin (Austrália) | AUSTRÁLIA | 46 | X | 00 | SAMOA | Quartas de final |
18/11/2017 | Christchurch (Nova Zelândia) | TONGA | 24 | X | 22 | LÍBANO | Quartas de final |
18/11/2017 | Wellington (Nova Zelândia) | NOVA ZELÂNDIA | 02 | X | 04 | FIJI | Quartas de final |
19/11/2017 | Melbourne (Austrália) | INGLATERRA | 36 | X | 06 | PAPUA NOVA GUINÉ | Quartas de final |
24/11/2017 | Brisbane (Austrália) | AUSTRÁLIA | 54 | X | 06 | FIJI | Semifinal |
25/11/2017 | Auckland (Nova Zelândia) | TONGA | 18 | X | 20 | INGLATERRA | Semifinal |
02/12/2017 | Brisbane (Austrália) | AUSTRÁLIA | 06 | X | 00 | INGLATERRA | FINAL |
Foto: RIPPA