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ARTIGO COM VÍDEO – Uma virada épica para ficar na memória do fã de rugby. Em Pretória, a África do Sul recebeu a Nova Zelândia para o encerramento do Rugby Championship 2018, do qual os All Blacks já eram campeões. Porém, no último duelo entre as duas equipes, na Nova Zelândia, a vitória havia sido sul-africana, o que garantia que todos os olhares estivessem sobre o embate, que é sem dúvida o maior clássico do mundo oval. O haka de Kapa O’Pango com resposta da torcida sul-africana já apontava para o clima quente do confronto.
Revigorada, a África do Sul fez um primeiro tempo perfeito, dominando os All Blacks que estavam irreconhecíveis, apesar de terem força máxima. Os Boks abriram o placar aos 3′ com Handré Pollard arrematando penal de 55 metros e, aos 12′, ele próprio já ampliava o marcador para 6 x 0 com novo penal. O domínio territorial e a posse de bola chegaram a passar os 70% a favor dos donos da casa , que quebravam tackles e pressionavam de todos os jeitos os All Blacks. Apenas nos laterais os verdes não eram perfeitos, com 2 alinhamentos perdidos.
A Nova Zelândia, no entanto, respondeu com 2 penais de Beauden Barrett, aos 25′ e aos 35′, com os Boks caindo um pouco de intensidade nos minutos finais antes do intervalo.
O segundo tempo, todavia, voltou a ser verde. Os Springboks dominaram por completo as ações iniciais, com Jesse Kriel marcando o primeiro try do jogo aos 43′ para os Boks. O golpe foi acusado e, aos 51′, Kolisi quebrando os tackle kiwis e serviu de offload Damian De Allende para cravar o segundo try que erguia a torcida do Loftus Versfeld.
A resposta dos All Blacks foi rápida e nasceu de um misto de desatenção da linha defensiva sul-africana e genialidade do hooker kiwi Codie Taylor, que disparou após ruck por uma avenida e serviu Aaron Smith para o primeiro try dos visitantes. Mas o momento ainda era sul-africano, com o troco sendo imediato. Aos 58′, a pressão dos Boks vingou e Cheslin Kolbe recebeu bola na ponta sob pressão, se contorcendo para conseguir encostar a bola na linha do in-goal, abrindo imensos 30 x 13 a favor dos anfitriões.
Tudo parecia levar a uma segunda vitória seguida dos Springboks sobre os All Blacks, mas os sul-africanos estavam esgotados na reta final da partida. Em troca de passes rápida aos 61′, Rieko Ioane finalizou na ponta o segundo try neozelandês, mantendo o suspense do jogo.
Os Boks ainda tiveram seus momentos, como em linda jogada com passe reverso de Willemse para Mostert, que não teve a velocidade necessária para matar o jogo aos 69′ para a África do Sul. E quem não faz, leva. Com 5 minutos para o fim e precisando de 2 tries, a Nova Zelândia foi toda para cima, com substituições dando fôlego novo ao time e jogando perfeitamente contra a ansiedade sul-africana pela vitória.
Aos 75′, a sequência de fases nas 22 premiou a resiliência neozelandesa com Scott Barrett marcando o terceiro try. Mas faltava mais um. E ele veio no lance final. Os Boks cederam penal que Mo’unga chutou para a lateral a 5 metros do in-goal verde. Os All Blacks mostraram a força mental de sempre e pressionaram no pick and go até Ardie Savea romper para o try de uma épica virada. 32 x 30, números finais.
A Nova Zelândia venceu o superclássico sem jamais ao longo de 80 minutos ter liderado o placar e revertendo 12 pontos nos 5 minutos finais. Mas para os Springboks o desempenho forte ao longo do jogo mostra que 2019 é promissor para os verdes. Fim de papo do Championship para ambos.
Os All Blacks retornarão a campo no dia 27 deste mês para encararem a Austrália no terceiro jogo da Bledisloe Cup. O embate será em Tóquio, campo neutro. Já os Springboks só voltarão aos gramados em novembro para os amistosos na Europa.
3032
África do Sul 30 x 32 Nova Zelândia, em Pretória
Árbitro: Angus Gardner (Austrália)
África do Sul
Tries: Kriel, De Allende e Kolbe
Conversões: Pollard (3)
Penais: Pollard (3)
15 Willie le Roux, 14 Cheslin Kolbe, 13 Jesse Kriel, 12 Damian de Allende, 11 Aphiwe Dyantyi, 10 Handré Pollard, 9 Faf de Klerk, 8 Francois Louw, 7 Pieter-Steph du Toit, 6 Siya Kolisi (c), 5 Franco Mostert, 4 Eben Etzebeth, 3 Frans Malherbe, 2 Malcolm Marx, 1 Steven Kitshoff;
Suplentes: 16 Bongi Mbonambi, 17 Tendai Mtawarira, 18 Vincent Koch, 19 RG Snyman, 20 Sikhumbuzo Notshe, 21 Embrose Papier, 22 Elton Jantjies, 23 Damian Willemse;
Nova Zelândia
Tries: A Smith, Ioane, S Barrett e A Savea
Conversões: Mo’unga (3)
Penais: B Barrett (2)
15 Ben Smith, 14 Waisake Naholo, 13 Jack Goodhue, 12 Sonny Bill Williams, 11 Rieko Ioane, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Shannon Frizell, 5 Scott Barrett, 4 Samuel Whitelock, 3 Owen Franks, 2 Codie Taylor, 1 Karl Tu’inukuafe;
Suplentes: 16 Nathan Harris, 17 Tim Perry, 18 Ofa Tuungafasi, 19 Patrick Tuipulotu, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Richie Mo’unga, 23 Ryan Crotty;
País | Apelido | Jogos | Pontos |
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Nova Zelândia | All Blacks | 5 | 25 |
África do Sul | Springboks | 5 | 15 |
Austrália | Wallabies | 5 | 9 |
Argentina | Los Pumas | 5 | 8 |
Histórico:
País | Número de títulos | Anos dos títulos | Vices | 3ºs | 4ºs |
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Nova Zelândia | 17 | 1996, 1997, 1999, 2002, 2003, 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2012, 2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2020 | 5 | 3 | 0 |
Austrália | 4 | 2000, 2001, 2011 e 2015 | 13 | 7 | 0 |
África do Sul | 4 | 1998, 2004, 2009 e 2019 | 6 | 12 | 1 |
Argentina | 0 | 1 | 1 | 7 |
2012 - 2019 - The Rugby Championship (Nova Zelândia, Austrália, África do Sul e Argentina);
2020 - Tri Nations Series (Nova Zelândia, Austrália e Argentina);
2021 - The Rugby Championship (Nova Zelândia, Austrália, África do Sul e Argentina);