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ARTIGO COM VÍDEO – Gales não é campeão do Six Nations 2021, pelo menos por enquanto. Em Paris, França e Gales produziram um duelo épico e dramático até o fim, que teve os Bleus virando o placar com o tempo esgotado para garantirem vitória por 32 x 30 e manterem vivas suas chances de título. Gales terminou sua participação com 5 pontos a mais que a França na classificação, mas os franceses têm ainda um jogo para fazerem, na próxima sexta-feira, contra a Escócia.
Se a França vencer a Escócia por 21 pontos de diferença, marcando ao menos 4 tries (isto é, conquistar o bônus ofensivo), o título será francês. Se a França vencer por 20 pontos de diferença, precisará de 6 tries para ser campeã. Isto porque o primeiro critério de desempate é o saldo de pontos (hoje, Gales tem 20 a mais de saldo) e o segundo critério é número de tries marcados (Gales marcou 5 a mais que a França até aqui). O drama promete.
Você acredita que a França conseguirá o título do Six Nations? Ela precisa vencer a Escócia na sexta por 231 pontos de diferença e com ao menos 4 tries marcados.
— Portal do Rugby (@portaldorugby) March 20, 2021
A partida teve dois tempos bem distintos. No primeiro, Gales teve 68% de domínio territorial, mas na segunda etapa a França foi melhor, obtendo ela 67% de território. Os cartões apimentaram a partida, bem como todos os tries que tiveram TMO sendo pedido.
O primeiro try da partida foi francês, com Taofifenua rompendo a defesa vermelha no pick and go logo aos 6′. A resposta galesa foi imediata. Primeiro, o Dragão teve try anulado, após Rees-Zammit romper brilhantemente a linha e servir Gareth Davies, que foi milimetricamente impedido de apoiar a bola no in-goal por Ollivon. Na sequência, seguiu a pressão galesa e Dan Biggar achou o espaço para o try após as fases, aos 12′.
Ciente de quem precisava do bônus, a França seguiu com um começo de jogo em alta voltagem e, aos 14′, Dupont marcou lindo try, que teve Dulin dando chute genial sobre a defesa galesa para Jalibert apanhar e servir o scrum-half. Contudo, o duelo era “lá e cá” e, aos 18′, foi a vez de Gales brilhar, com Josh Navidi cravando outro try que mostrava a superioridade do pack vermelho na primeira etapa.
O quarto final do jogo passou a ser de domínio galês. Biggar fez jus ao controle territorial e deu mais 3 pontos com penal para os vermelhos, mas os azuis responderam antes da pausa com penal chutado por Ntamack para levar o embate ao intervalo em 17 x 17.
O jogo seguiu épico no segundo tempo. Aos 46′, Biggar deu a frente aos visitantes com penal e, aos 50′, Josh Adams chutou para Tomos Williams mergulhar e devolver com passe do chão para Adams cravar no in-goal, mesmo seguro por Dulin e Cretin. O TMO validou o try.
Gales poderia ter matado o jogo aos 59′, quando Rees-Zammit fez acrobacia para marcar o quarto try na ponta, mas o TMO anulou o try, pois a bola encostou na linha lateral. Gales jogava já em vantagem, com Haouas recebendo amarelo e Biggar ampliando o marcador com mais um penal.
A França foi ao inferno, retornou ao que parecia o céu, para mergulhar no inferno aos 68′. Os Bleus emplacaram uma série incansável de fases – implacavelmente defendida pelos galeses – até conseguirem levar a bola até a ponta para o try de Dulin. No entanto, o try foi anulado por penal no ruck de Willemse, que levou a mão aos olhos de Wyn Jones e recebeu cartão vermelho.
Tudo parecia perdido para a França que, mesmo com 13 homens, foi capaz de controlar a posse de bola e respirou com dois cartões amarelos seguidos contra Gales, aos 72′ e aos 73′, para Faletau e Liam Williams, com os Dragões sobrevivendo aos ataques desesperados da França na base dos penais.
A pressão azul seguiu. Charles Ollivon teve um try impedido pela defesa galesa, sendo seguro no in-goal, enquanto os franceses ainda reclamaram de um suposto try, para o qual o árbitro deveria ter pedido TMO e não o fez. Finalmente, aos 77′, a luz no fim do túnel apareceu para os Bleus, novamente com seu capitão Ollivon cruzando o in-goal, agora no pick and go.
A França persistiu e o triunfo incrível aconteceu, mantendo a bola viva com o tempo esgotado até que a linha conseguiu abrir a bola para Dulin marcar o try da vitória épica por 32 x 30. De tirar o fôlego.
3230
França 32 x 30 Gales, em Paris
Árbitro: Luke Pearce (Inglaterra)
França
Tries: Taofifenua, Dupont, Ollivon e Dulin
Conversões: Jalibert (2) e Ntamack (1)
Penais: Ntamack (2)
15 Brice Dulin, 14 Teddy Thomas, 13 Virimi Vakatawa, 12 Gael Fickou, 11 Damian Penaud, 10 Matthieu Jalibert, 9 Antoine Dupont, 8 Gregory Alldritt, 7 Charles Ollivon (c), 6 Dylan Cretin, 5 Paul Willemse, 4 Romain Taofifenua, 3 Mohamed Haouas, 2 Julien Marchand, 1 Cyril Baille;
Suplentes: 16 Camille Chat, 17 Jean-Baptiste Gros, 18 Uini Atonio, 19 Swan Rebbadj, 20 Anthony Jelonch, 21 Baptiste Serin, 22 Romain Ntamack, 23 Arthur Vincent;
Gales
Tries: Biggar, Navidi e Adams
Conversões: Biggar (3)
Penais: Biggar (3)
15 Liam Williams, 14 Louis Rees-Zammit, 13 George North, 12 Jonathan Davies, 11 Josh Adams, 10 Dan Biggar, 9 Gareth Davies, 8 Taulupe Faletau, 7 Justin Tipuric, 6 Josh Navidi, 5 Alun Wyn Jones (c), 4 Adam Beard, 3 Tomas Francis, 2 Ken Owens, 1 Wyn Jones;
Suplentes: 16 Elliot Dee, 17 Nicky Smith, 18 Leon Brown, 19 Cory Hill, 20 James Botham, 21 Tomos Williams, 22 Callum Sheedy, 23 Uilisi Halaholo;
Seleção | Jogos | Pontos | |
---|---|---|---|
Gales | 5 | 20 | |
França | 5 | 16 | |
Irlanda | 5 | 15 | |
Escócia | 5 | 15 | |
Inglaterra | 5 | 10 | |
Itália | 5 | 0 |
- Vitória = 4 pontos;
- Empate = 2 pontos;
- Derrota = 0 pontos;
- Anotar 4 ou mais tries = 1 ponto extra;
- Perder por diferença de 7 pontos ou menos = 1 ponto extra;