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Disputada no Japão entre os dias 20 de setembro a 2 de novembro, a Copa do Mundo de Rugby de 2019 consagrou-se como uma das competições mais emocionantes e importantes da história da modalidade.
Após aproximadamente seis meses do fim da competição e do título da África do Sul na final diante da Inglaterra, já é hora de relembrar sobre os principais feitos que marcaram a campanha dos Springboks em solo japonês.
Recorde de audiência e recepção calorosa do público japonês
O Japão não está entre as grandes potências do rugby, mas a decisão dos organizadores de levar a Copa do Mundo até ao país asiático acabou se tornando uma grande tacada de marketing.
Os japoneses abraçaram o evento em todos os instantes, com estádios lotados e cidades voltadas para os jogos. Antes do início da competição, por exemplo, aproximadamente 98% dos ingressos já haviam sido vendidos.
Os números expressivos de audiência global também atestam o sucesso da Copa do Mundo. Ao todo, 857 milhões de espectadores durante todo torneio, o que representa o recorde da competição — aumento de aproximadamente 26% em relação à edição anterior.
Na grande decisão, realizada entre África do Sul e Inglaterra, mais de 50 milhões de pessoas assistiram ao vivo, fato que marcou mais um registro histórico na Copa do Mundo.
Nova Zelândia impediu campanha perfeita dos sul-africanos
Ao todo, na competição a África do Sul disputou sete partidas e só perdeu um jogo. O revés, na ocasião, veio na primeira fase quando os Sprinbooks foram derrotados pela Nova Zelândia.
A derrota dos sul-africanos veio logo no primeiro jogo da competição, quando em Yokohama a Nova Zelândia venceu por 23 a 13. Com tries de George Bridge e Scott Barrett logo nos primeiros quatro minutos de jogo, os All Blacks abriram vantagem no início da partida e foram para o intervalo vencendo por 17 a 3.
Sem poder de reação na etapa final, a África do Sul não teve a força suficiente para reverter o placar e começou a campanha com uma derrota.
A derrota diante da Nova Zelândia, porém, não incomodou a África do Sul. Vitórias muito tranquilas diante da Itália, Namíbia e Canadá colocaram os Springboks na fase final.
Na fase final, jogo mais difícil veio contra Gales
Nas quartas, a África do Sul enfrentou a grande surpresa torneio em jogo diante do Japão. Pela primeira vez na história da competição os japoneses conseguiram avançar para a fase final, mas no pré-jogo não havia expectativa real sobre uma vitória diante de um time tão sólido como os sul- africanos.
Sem dar chance para a zebra, a África do Sul confirmou o largo favoritismo e despachou os mandantes do torneio em vitória confortável por 26 a 3. A tranquilidade no triunfo contra o Japão não se replicou nem um pouco na partida seguinte.
Diante da forte seleção galesa, a África teve que suar bastante para avançar à final. Em um jogo extremamente equilibrado, os campeões só conseguiram a vantagem definitiva nos últimos cinco minutos da partida, quando Pollard anotou os pontos de desempate.
Inglaterra era a favorita para vencer a final
Invicta até a decisão, a Inglaterra estava em fase inspirada por toda competição. Na fase final, eles derrotaram a Austrália e a Nova Zelândia em jogos relativamente tranquilos e garantiram a vaga na finalíssima sem tanto trabalho.
Na grande decisão, as casas de apostas apontavam a Inglaterra como o time favorito a levantar o caneco. De acordo com a casa de apostas esportivas online Betway, por exemplo, a probabilidade para o time inglês vencer estava em 70% — portanto, a vitória esmagadora por 32 a 12 dos sul-africanos pegou os investidores esportivos de surpresa.
Com a Inglaterra cometendo muitos erros na primeira parte do jogo, a África do Sul foi para o intervalo vencendo por 12 a 6 e manteve o alto nível durante a grande parte do confronto, enquanto os ingleses não conseguiam penetrar na defesa dos Springboks.
Sem marcar um try em toda partida, a Inglaterra foi impotente ante o domínio dos sul-africanos em praticamente todos os aspectos do jogo. Na parte final do duelo, os tries de Makazole Mapimpi e Cheslin Kolbe selaram o terceiro título dos Springboks.
“É estranho, pois há dois anos a gente não imaginava um título desse”, disse o treinador da África do Sul Rassie Erasmus em entrevista pós-conquista. “Mas há seis meses já enxergávamos uma possibilidade e há quatro semanas chegamos à conclusão de que poderíamos ganhar de qualquer um. Estou muito orgulhoso dos meus jogadores e do meu país”, completou.
Campanha histórica de Handré Pollard
Aos 25 anos, Handré Pollard chegou ao ápice de sua carreira com uma campanha eficiente durante todo torneio. O atleta do Montpellier foi o líder de pontos na competição com 69 e muito à frente do segundo colocado no quesito — Owen Farrell, da Inglaterra, que somou 58.
Na grande decisão, Pollard reforçou o seu status como um dos melhores jogadores da competição ao anotar 22 pontos e esse número marcou o recorde da África do Sul em uma final de torneio mundial.
A atuação de Pollard na edição de 2019 não foi uma surpresa para o mundo do rugby. Em 2015, no mundial disputado na Inglaterra, o jogador somou 93 pontos totais e só terminou atrás do argentino Nicolás Sánchez (97) em pontuação total.