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Às vésperas do jogo opondo Brasil e Camarões pela última rodada da 1ª fase da Copa do Mundo de Futebol de 2014, falaremos sobre a prática da ovalada no país africano com maior número de participações em Copas do Mundo de Futebol.
Embora tenha sido colônia francesa até Janeiro de 1960, e colônia britânica até Outubro de 1961, dois países onde o Rugby está arraigado nas suas respectivas culturas desportivas, a ovalada apenas entrou recentemente na realidade esportiva de Camarões. País situado na região central da África, com uma população de 22 milhões de indivíduos, a sua federação de Rugby, FECARUGBY, foi fundada dia 21 de junho de 1997, com o apoio de algumas elites locais e auxílio da agência de cooperação francesa.
Nos primeiros anos, com um forte apoio dos poderes públicos, além de parcerias estabelecidas com o setor privado, o esporte teve uma forte impulsão com a formação de um grande número de educadores e jogadores. Graças a esses esforços, Camarões participou do seu primeiro torneio oficial de Rugby em 2000, no ‘Tournoi de Rugby à 7’ em Abidjan (Costa do Marfim), valendo como eliminatória para a Copa do Mundo de Rugby de 7 de 2001.
No entanto, devido a uma série de problemas internos de gestão, as atividades da FECARUGBY foram suspensas inicialmente pelo Ministério dos Esportes e Educação Física camaronês em 2012. Com isso, Camarões não ficou apta a participar da Copa Africana das Nações masculino de Rugby XV e o Campeonato Africano Feminino de Rugby 7 em 2013. Com isso, a federação se viu suspensa também dos torneios oficiais da Confederação Africana de Rugby, e sua situação está sob análise pela IRB.
Para impedir o recrudescimento da prática dos esportes por conta do impedimento da Federação, uma associação de fins não-lucrativos, ‘Diaspora des Rugbymen Camerounais’ com sede na França nasceu em 2007 para se focar no apoio aos clubes amadores e na formação de categorias de base essencialmente através do envio de doações. Formada por jogadores profissionais de Rugby camaroneses que atuam na França, Reino Unido, Canada e África do Sul, o seu primeiro presidente foi o franco-camaronês Francis Ntamack. Quem acompanha a Seleção Brasileira de Rugby XV deve se lembrar dele, pois ele foi assistente do Pierre Paparemborde quando este era o treinador titular dos Tupis.
Apesar da situação da Federação que resultou na suspensão da participação do país em torneios continentais, Camarões é um reconhecido celeiro de talentos para o esporte ovalada. Prova disso é o número de jogadores nativos que se tornaram ídolos notadamente no cenário esportivo Francês: Serge Betsen; Émile Ntamack; Francis Ntamack; Robins Tchale-Watchou; Bernard Nnomo só para citar alguns.
No momento, o país ocupa a posição 77 do ranking do IRB.
Escrito por: Cédric Wamba
