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Neste mês, a Federação de Rugby da Bahia teve seu pedido de filiação à Confederação Brasileira de Rugby rejeitado, após 25 meses do início do processo. O Portal do Rugby publicou na semana passada a ata da reunião do Conselho da CBRu que negou a filiação baiana. Logo na sequência, a Federação de Rugby da Bahia publicou um comunicado acerca do assunto (reproduzido ao final deste artigo) e esperará sua próxima Assembleia Geral interna para voltar a se pronunciar.
Do lado da CBRu, o CEO da entidade, Agustín Danza, respondeu aos questionamentos do Portal do Rugby, com a entrevista podendo ser lida abaixo:
Comunicado da Federação de Rugby da Bahia
A Federação de Rugby da Bahia tomou conhecimento através da imprensa – Portal do Rugby, 18 de fevereiro de 2019 – da decisão da Confederação Brasileira de Rugby de recusar o pedido de filiação apresentado pela FRB em 27 de dezembro de 2016.
De acordo com as notícias publicadas, essa decisão foi tomada na reunião do Conselho de Administração da CBRu do passado dia 4 de Fevereiro, invocado o não cumprimento por parte da FRB dos “requisitos previstos no art. 17, IX do Estatuto Social da CBRu, ou seja, não ter 4 árbitros de nível II certificados pela World Rugby” (Veja aqui a notícia do Portal do Rugby e a Ata da Reunião).
A Federação de Rugby da Bahia não considera apropriado que esta matéria seja tratada na imprensa devendo antes ser tratada por via do contato direto entre as duas partes, mas dada a repercussão pública que a divulgação da Ata da supra referida reunião do Conselho de Administração teve, não pode deixar de fazer os seguintes esclarecimentos:
1- O pedido de filiação foi apresentado pela FRB junto da CBRu no dia 27 de dezembro de 2016, ou seja, há mais de 25 meses;
2- Ao longo de todo este processo a FRB forneceu sempre todos os documentos e esclarecimentos solicitados pela CBRu, mesmo quando os mesmos foram pedidos em duplicado;
3- Ao longo deste processo a FRB recebeu com a maior abertura os enviados da CBRu, e forneceu todos os dados que foram solicitados nas auditorias realizadas, tenham elas sido programadas ou feitas sem qualquer aviso prévio;
4- O Estatuto Social da CBRu é omisso na definição “do nível II de arbitragem” exigido, nunca sendo feita qualquer referência a árbitros certificados pela World Rugby;
5- A nenhuma das seis federações que neste momento são filiadas à CBRu foi feita a exigência de apresentação de 4 árbitros de nível II certificados pela World Rugby para a efetivação da sua filiação à Confederação, o que coloca a FRB em claro plano de desigualdade em relação a essas federações.
Assim, e porque a não filiação à CBRu traz importantes danos à FRB – que tenta isoladamente difundir a prática da modalidade no Estado da Bahia, sem qualquer apoio da CBRu – nomeadamente nas relações institucionais com órgãos do poder estadual ou federal, ou ainda na captação de meios financeiros para a concretização das suas atividades, o Conselho de Administração da Federação de Rugby da Bahia informa todos os interessados que a análise da situação criada pela recusa da filiação será realizada na Assembleia Geral que terá lugar no próximo dia 30 de Março, em Porto Seguro, a que deverão estar presentes todos os clubes filiados à FRB.
A Assembléia Geral decidirá quais as medidas que deverão ser tomadas em relação a esta matéria, de importância fulcral para o futuro do rugby na Bahia.
Mais informa o Conselho de Administração da Federação de Rugby da Bahia que por respeito ao rugby e pelo acatamento disciplinado que as decisões da Assembléia Geral impõem, não fará qualquer outro comentário público sobre esta matéria até à realização da Assembleia Geral do dia 30 de Março.
Bahia, 19 de fevereiro de 2019
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA FRB
Manuel Cabral – Presidente
Diego Reis – Vice Presidente
Nilo Sousa – Tesoureiro
A CBRu precisa funcionar na articulação de instituições, descentralização e densificação da prática do rugby. Se for apenas uma agencia de treinamento de talentos exclusivamente voltada para a formação de uma seleção, não vejo o que ela faz de diferente da CBF… (e ser comparado à CBF para mim é um xingamento dos mais pesados).
O caso da FRB precisa criar uma jurisprudência que guie a difusão e institucionalização do esporte, merece ser debatido. Merece revisão a decisão e seria ótimo se as federações estaduais se posicionassem, pressionassem para a inclusão da Bahia no mapa oficial e no radar nosso.
Se a CBRu fosse esperta, se ligava que o litoral da Bahia tem muito filho de pais argentinos, italianos que conhecem o esporte (Porto Seguro tem muito dos dois) e seria facilmente uma ponta de lança entre MG, ES e sul da Bahia
Nesse ritmo, só vejo o rugby perdendo espaço para outros esportes :/