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ARTIGO COM VÍDEO – O Exeter Chiefs é o campeão europeu de 2020! Neste sábado, Bristol, na Inglaterra, foi o palco para a grande final da Heineken Champions Cup – e final inédita, com os ingleses do Exeter Chiefs e os franceses do Racing buscando um primeiro título continental. O Racing já tinha experiência de duas finais (dois vices, em 2016 e 2018) e acabou amargando o terceiro insucesso em decisões, com o Exeter Chiefs triunfando por incríveis 31 x 27, em jogo emocionante até o fim. Foi o décimo título europeu para um clube inglês, contra 8 títulos de clubes franceses e 7 de irlandeses na história.
Era a primeira final da história do Exeter Chiefs e o time do brilhante técnico Rob Baxter começou mostrando muita personalidade ao pressionar desde o início e ser premiado com o primeiro try do duelo aos 8′ em maul finalizando por Cowan-Dickie. Mais uma vez, o poderoso pack dos Chiefs falava alto na temporada – arma letal como sempre.
O Racing acusou o golpe com um início de jogo tenso, de muitos erros, e o segundo try dos Chiefs não tardou, de novo com seus forwards pacientes. Após scrum nas 22 de defesa, o abertura do Racing, o escocês Finn Russell, cometeu erro de manuseio e teve que anular em seu in-goal, cedendo ataque novo aos Chiefs. A pressão veio e no pick and go Sam Simmonds rompeu aos 16′ para o segundo try inglês.
O poderoso time de Paris ergueu a cabeça e começou a dominar as ações do restante do primeiro tempo. Aos 20′, Russell conduziu e a bola chegou na ponta para o fullback irlandês Simon Zebo marcar o primeiro try do Racing. Depois, aos 32′, foi a vez do ponta argentino Juan Imhoff atuar como scrum-half, tirar a bola do ruck e explorar buraco na defesa inglesa para o segundo try, que deixava o Racing na cola do placar (14 x 12, por conta de conversão perdida no primeiro try).
Apesar de ter mais do que o dobro de metros ganhos que o oponente, o Racing não conseguiu a virada e viu o pack de forwards dos Chiefs pacientemente trabalharem um try crucial antes do intervalo pelas mãos do pilar Harry Williams. 21 x 12.
Na segunda etapa, logo no primeiro ataque, o Racing encontrou seu terceiro try, com Zebo novamente na ponta. Porém, o troco foi imediato, com Russell dando passe desastroso aos 45′ para a interceptação de Jack Nowell, que serviu Henry Slade para o quarto try dos Chiefs.
O Racing correu atrás do prejuízo e, aos 50′, deixou de novo o placar em aberto com o hooker francês Camille Chat marcando o quarto try parisiense. O jogo pegou fogo, mas as defesas falaram alto no restante da primeira etapa e apenas aos 65′ o Racing conseguiu reduzir a distância para 1 ponto com Maxime Machenaud chutando penal em momento que era favorável aos visitantes.
O fim de jogo foi épico e, aos 71′, Tomas Francis recebeu cartão amarelo do lado dos Chiefs por knock-on deliberado. O Racing emplacou uma pressão intensa nas 22, tendo chances de tentar a virada por drop goal, mas não o fez. Quem não faz, leva. A defesa de Exeter falou mais alto, arrancou turnover crucial e, aos 79′, veio o penal fatal a favor dos ingleses. O jovem capitão (de 23 anos) Joe Simmonds foi frio e converteu os 3 pontos definidores. 31 x 27 e título inédito para o novo gigante da Inglaterra!
Nos números finais do encontro, o Exeter levou leve vantagem em posse de bola, mas o Racing correu mais metros (392 contra 246, com 25 defensores batidos, contra apenas 5). Porém, a meticulosidade, paciência e, sobretudo, eficiência dos avançados ingleses fizeram a diferença. Para o milionário e estrelado clube de Paris, ficou o lamento dos erros fatais – e da falta do drop goal que teria sido crucial.
Festa do Exeter, mas com sabor estranho. Afinal, a pandemia negou aos Chiefs a presença do seu torcedor no momento mais importante de sua história.
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Exeter Chiefs (Inglaterra) 31 x 27 Racing (França), em Bristol (Inglaterra)
Árbitro: Nigel Owens (Gales)
Exeter Chiefs
Tries: Cowan-Dickie, S Simmonds, Williams e Slade
Conversões: J Simmonds (4)
Penais: J Simmonds (1)
15 Stuart Hogg, 14 Jack Nowell, 13 Henry Slade, 12 Ian Whitten, 11 Tom O’Flaherty, 10 Joe Simmonds (c), 9 Jack Maunder, 8 Sam Simmonds, 7 Jack Vermeulen, 6 Dave Ewers, 5 Jonny Hill, 4 Jonny Gray, 3 Harry Williams, 2 Luke Cowan-Dickie, 1 Alec Hepburn;
Suplentes: 16 Jack Yeandle, 17 Ben Moon, 18 Tomas Francis, 19 Sam Skinner, 20 Jannes Kirsten, 21 Sam Hidalgo-Clyne, 22 Gareth Steenson, 23 Ollie Devoto;
Racing
Tries; Zebo (2), Imhoff e Chat
Conversões: Russell (1) e Machenaud (1)
Penais: Machenaud (1)
15 Simon Zebo, 14 Louis Dupichot, 13 Virimi Vakatawa, 12 Henry Chavancy (c), 11 Juan Imhoff, 10 Finn Russell, 9 Teddy Iribaren, 8 Antoine Claassen, 7 Fabien Sanconnie, 6 Wenceslas Lauret, 5 Dominic Bird, 4 Bernard Le Roux, 3 Georges Henri Colombe, 2 Camille Chat, 1 Eddy Ben Arous;
Suplentes: 16 Teddy Baubigny, 17 Hassane Kolingar, 18 Ali Oz, 19 Donnacha Ryan, 20 Boris Palu, 21 Maxime Machenaud, 22 Olivier Klemenczak, 23 Kurtley Beale;
Lista de campeões da Copa Europeia (Heineken Cup/Champions Cup)
Clubes campeões | País | Nº de títulos | Anos | |
---|---|---|---|---|
Toulouse | França | 5 | 1996, 2003, 2005, 2010 e 2021 | |
Leinster | Irlanda | 4 | 2009, 2011, 2012 e 2018 | |
Saracens | Inglaterra | 3 | 2016, 2017 e 2019 | |
Toulon | França | 3 | 2013, 2014 e 2015 | |
Leicester Tigers | Inglaterra | 2 | 2001 e 2002 | |
Munster | Irlanda | 2 | 2006 e 2008 | |
Wasps | Inglaterra | 2 | 2004 e 2007 | |
Bath | Inglaterra | 1 | 1998 | |
Brive | França | 1 | 1997 | |
Exeter Chiefs | Inglaterra | 1 | 2020 | |
Northampton Saints | Inglaterra | 1 | 2000 | |
Ulster | Irlanda | 1 | 1999 | |
Títulos por país | Nº de títulos | |||
Inglaterra | 10 | |||
França | 9 | |||
Irlanda | 7 |