Ayrton Vignola/Fiesp

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Em 2009 o rugby mundial, especialmente o rugby brasileiro, viveu um daqueles momentos
marcantes, um divisor de águas: o Rugby Seven era confirmado como esporte olímpico.

Entrar no panteão dos esportes olímpicos é mudar o patamar de visibilidade, glórias e dinheiro. A inflexão positiva de ser esporte olímpico foi muito poderosa e transformadora no rugby brasileiro. A antiga Associação Brasileira de Rugby tornou-se a Confederação Brasileira de Rugby, profissionalizou sua estrutura de gestão esportiva, criou um conselho de administração e voltou sua atenção para o alto rendimento.

Nesses doze anos os resultados apareceram e as seleções masculina e feminina de rugby
tiveram conquistas expressivas e mudaram o nível do Brasil no cenário internacional. Contudo, o hiato entre clubes de rugby e CBRu aumentou nesse período. A falta de federações estaduais organizadas nos moldes da CBRu acabou fragilizando os clubes e, de certa forma, o esporte também.

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Hoje, na sede do SESI-SP, aconteceu outro momento marcante na história do rugby brasileiro. Paulo Skaf e Martín Jaco, presidentes do SESI-SP e do Conselho de Administração da CBRu respectivamente, assinaram uma parceria entre o gigante do Sistema S e a Confederação Brasileira de Rugby. O convênio entre as duas entidades prevê o desenvolvimento do rugby em sete unidades do SESI-SP, capacitação de professores e uma importante parceria em estudos aplicados ao alto rendimento.

O convênio é um divisor de águas e o caminho que ele percorre é o da educação e dos pilares do rugby – Respeito, Integridade, Solidariedade, Paixão e Disciplina. Essa chave foi repetida muitas vezes por Paulo Skaf na cerimônia de assinatura e é isso que o rugby pode trazer de melhor para as crianças e adolescentes que serão impactados por esse convênio.

Já para o rugby brasileiro, a assinatura desse convênio é uma retorno ao desenvolvimento do esporte. “A primeira etapa do acordo prevê que os profissionais dos Departamentos de
Desenvolvimento e Alto Rendimento da CBRu realizem a capacitação de aproximadamente 100 profissionais de educação física e de diversas modalidades esportivas do Sesi-SP ao longo de 12 meses, além de gestores da instituição e de clubes desportivos parceiros. O objetivo é habilitar os professores a ensinar rugby para iniciantes com segurança, a planejar, conduzir e avaliar treinamentos, gerenciar equipes e a compreender processos de captação e retenção de jogadores.”.

Além disso, outro aspecto da parceria é a produção científica. “As entidades pretendem
aprimorar o trabalho que vêm realizando juntas no Centro de Referência em Ciências do Esporte do Sesi-SP (CRCE), visando desenvolver estudos aplicados ao alto rendimento do rugby, em áreas como nutrição e psicologia.”

O potencial de crescimento de qualquer esporte está centrado nos seus multiplicadores, nos seus treinadores, na tecnologia e método para formação de seus atletas e, claro, na formação lúdica de atletas infantis.

Se em 2013 o SESI-SP “conheceu”o rugby, operacionalizando o Projeto Try Rugby em parceria com o British Council e a Premiership, com 11 sedes que receberam 12 técnicos britânicos para ensinar a prática de rugby para 10.000 crianças durante 10 meses foi um furacão no rugby
paulista.

Dessa vez a sinergia entre SESI e CBRu é muito maior e o rugby também entra para o Programa Atleta do Futuro do SESI-SP. As interações e trocas entre o pessoal das duas entidades serão muito mais intensas e pela primeira vez o rugby entrará no circulo esportivo do SESI-SP.

A cerimônia de assinatura mostrou que as duas cúpulas estão afinadas. A operação está sendo costurada entre Renato Occhionero, diretor de desenvolvimento da CBRu, e Renato Dupas, especialista de esporte do SESI-SP. A estruturação do convênio foi
dirigida por Alexandre Pflug, superintendente do Sesi-SP em conjunto com a CBRu na figura de Martín Jaco que presenteou Paulo Skaf com uma bola de rugby da seleção brasileira.

A bola ovalada, mágica como sempre, passou a ser bola e deixou de ser um presente. Foi jogadade mão em mão e alegrou a sala que já tinha um ar festivo. Nesse momento Paulo Skaf perguntou se poderia ser realizado um torneio. Indaiatuba foi ventilada como uma sede possível.

A parceria já é certa e um primeiro fruto pode estar se formando.

Texto: Rouget Maia