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Treinador assistente dos Pumas durante a Copa do Mundo de 2015, Emiliano Bergamaschi será o head coach da franquia brasileira na Superliga Americana de Rugby (SLAR) para a temporada 2021. Após o torneio, o argentino reforçará o rugby brasileiro até 15 de agosto como assistente-técnico da equipe dos Tupis, sob o comando do head coach de Seleções, Fernando Portugal. Seus maiores desafios estão em lutar pelo título da SLAR e auxiliar o Brasil na busca pela inédita vaga na Copa do Mundo. Emiliano traz consigo a experiência de uma vida dedicada ao rugby tanto como jogador, quanto como treinador.
“É uma grande honra fazer parte desse projeto junto com a Confederação Brasileira de Rugby. Teremos desafios muito ambiciosos e também a grande responsabilidade de continuar no caminho do crescimento e desenvolvimento que o Brasil vem percorrendo há muitos anos”, exaltou Emiliano.
Para Fernando Portugal, a vinda do argentino é uma oportunidade de intercâmbio com um profissional diferenciado a ser aproveitada: “Esse é um ano especial, ano de qualificação para a Copa do Mundo. Os jogadores acreditam muito nessa vaga por todo o esforço que tiveram nos últimos anos. O Emiliano chega para colaborar com muito conhecimento para a seleção, mas também para a transmissão desse conhecimento e capacitação do nosso staff. Particularmente, pretendo aproveitar muito a passagem dele aqui para me desenvolver ainda mais e estar à altura das ambições e exigências do rugby brasileiro”, disse o head coach da CBRu.
Desde 2019, Emiliano tem uma relação próxima com o staff técnico brasileiro e é especialista em áreas de jogo que o Brasil tem como prioridade para a próxima etapa de seu desenvolvimento. Ele auxiliará os Tupis no aperfeiçoamento das técnicas de lineout, scrum, jogo dos forwards e defesa.
Portugal acrescenta que a chegada dele será importante também para a comunidade: “Emiliano vem para trazer um conhecimento específico do qual precisamos para a seleção brasileira. Ele é um treinador de forwards experiente, de scrum e lateral, e que entende muito sobre defesa. E a ideia é que todo esse conhecimento seja transferido para o staff técnico da seleção e posteriormente para a comunidade do rugby, por meio de cursos, interações e palestras”.
Nascido em Paraná, na província de Entre Rios, Emiliano iniciou no rugby aos sete anos, no Club Atlético Estudiantes, time de sua cidade natal. Cursou odontologia na universidade em Rosário e, durante os anos 1993 a 2002, atuou pelo Club Atlético del Rosário. Em 2002, mudou-se para a Inglaterra, onde atuou profissionalmente pelo Bristol e pelo Saracens, times da Premiership. De 2006 a 2008, jogou pelo Rouen, da França, antes de pendurar as chuteiras e iniciar a carreira como treinador. Ainda como jogador, Emiliano defendeu as seleções de base da Argentina e os Pumas.
Como treinador, iniciou a carreira em equipes e na seleção da província de Entre Rios. Em 2010, se juntou ao Sistema de Alto Rendimento da União Argentina de Rugby (UAR), comandando centros de treinamento regionais de rugby da entidade. Passou ainda por Pampas XV e Argentina XV até chegar ao posto de treinador-assistente dos Pumas em 2013. No cargo até 2018, fez parte do staff argentino para a Copa do Mundo 2015. Desde 2018 é consultor externo de High Performance da Sudamérica Rugby e fez parte do staff técnico do Olímpia, do Paraguai, na SLAR 2020.
Para Emiliano, a SLAR é a grande oportunidade de crescimento e aprendizado para uniões, jogadores, treinadores e todos aqueles que desempenham funções no Alto Rendimento em seus países. “Estou convencido de que será uma oportunidade para toda a comunidade do rugby, já que teremos a difusão do jogo e de seus valores. Jogadores estarão mais felizes e animados em poder competir em sua própria região por mais tempo”, avaliou.
Especificamente para o Brasil, a SLAR passa a ser uma competição ainda mais importante, pois será a primeira oportunidade, em nível de clubes/franquias, de estar disputando um torneio em Alto Rendimento com equipes de outras uniões. “Será uma ferramenta fundamental para o Brasil se preparar e chegar da melhor maneira possível para partidas classificatórias para a Copa do Mundo 2023. É um privilégio poder participar e devemos aproveitar ao máximo essa oportunidade”, frisou.
Sua chegada ao rugby brasileiro também será fundamental para potencializar os talentos de nosso país. “O rugby brasileiro tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos com resultados incríveis, sobretudo, com suas seleções brasileiras. São elas as que eu mais conheço e tenho informação, mas estou muito ansioso em conhecer de forma mais profunda o rugby de base brasileiro e auxiliar em algo neste sentido também”, completou.
Texto: Brasil Rugby