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ARTIGO COM VÍDEO -Surpresa em Wellington! Contra todos os prognósticos, a África do Sul venceu neste sábado a Nova Zelândia e adiou a conquista do título do Rugby Championship pelos All Blacks. Épicos 36 x 34 para os Springboks, que suaram muito até o fim e se beneficiaram de erros capitais e de dos All Blacks uma noite atípica de Beauden Barrett, que jogou fora 4 conversões (de um total de 6) muito sentidas pelos Homens de Preto (até mesmo os melhores do mundo têm seus dias ruins).
Perder em casa não está no roteiro normal dos All Blacks. O melhor time do mundo havia perdido em casa pela última vez em 2017, para os Lions, mas a partida não valia pontos para o Ranking Mundial. O último jogo valendo Ranking perdido em casa pelos neozelandeses havia sido em 2009 contra justamente a África do Sul. E os Boks foram capazes de voltarem a sorrir, quebrando uma dolorosa série de 6 derrotas consecutivas diante do maior rival.
O jogo começou sugerindo uma vitória tranquila dos kiwis, já que a Nova Zelândia dominou as ações iniciais e precisou de apenas 15 minutos para marcar 2 tries. O primeiro saiu logo aos 4′ com Jordie Barrett, varando a linha ao receber passe mágico de Beauden Barrett, e o segundo aos 15′ com Aaron Smith, em jogada iniciada com passe de Codie Taylor para Ben Smith disparar inteligentemente pela ponta e servir o scrum-half para o try.
Mas a África do Sul respondeu rápido, aos 19′, em sua primeira descida real ao ataque, com a linha de passes funcionando bem para Aphiwe Dyantyi finalizar com o primeiro try. E a cara da partida mudou aos 24′, com erro crasso de Jordie Barrett cobrando rápido e mal um lateral que sobrou nas mãos de Willie Le Roux. Try da virada sul-africana, 14 x 12.
Os Springboks ganharam o momento do jogo, aproveitaram erro neozelandês para cobrarem lateral perto do in-goal e o maul funcionando, com Malcolm Marx guardando o terceiro try, para a perplexidade da torcida local. Os All Blacks, claro, reagiram prontamente, e, aos 37′, a pressão de nada menos que 20 fases resultou em bola livre na ponta para Rieko Ioane marcar o terceiro try kiwi. Porém, antes do intervalo, Handré Pollard arrematou penal e levou o jogo ao intervalo em 24 x 17 para os Boks, apesar dos 68% de posse de bola e território para os donos da casa.
E o segundo tempo começou perfeito para os sul-africanos, com Cheslin Kolbe interceptando passe descuidado de Lienert-Brown para disparar rumo ao in-goal. A situação de 31 x 17 de desvantagem não é normal para os All Blacks e eles reagiram como esperado, com Ioane finalizando no limite da lateral após Beauden Barrett manter a bola viva. Mas aos 57′ veio a resposta dos Boks com Jantjies (abertura de origem entrando como primeiro centro para jogar ao lado de Pollard) dando passe longo para Whiteley deixar com Dyantyi, que trocou brilhantemente de direção para marcar o quinto try sul-africano. 36 x 24.
O restante do jogo foi de pura aflição para os dois lados. Os All Blacks responderam prontamente com try de Codie Taylor, aos 60′, finalizando maul, e tiveram mais de 90% de posse de bola nos 20 minutos finais. Aos 66′, Le Roux recebeu cartão amarelo e o empate neozelandês parecia iminente e poderia ter ocorrido aos 73′ quando Ardie Savea rompeu a defesa na força para cravar o sexto try dos anfitriões. Porém, Beauden Barrett acertou a trave na conversão e os Boks sobreviveram. 36 x 34, com minutos derradeiros angustiantes de pressão dos All Blacks e defesa milagrosa dos Springboks, que resistiram conseguindo uma memorável vitória.
Maior quantidade de pontos já marcados pelos Springboks contra os All Blacks em solo neozelandês na história. E vice liderança assegurada por mais uma rodada para os sul-africanos, que ainda nutrem uma remota chance de título, precisando tirar 6 pontos de diferença com relação aos All Blacks na classificação em 2 jogos. Na semana que vem não haverá rodada do Rugby Championship, com o torneio retornando no dia 29 deste mês, com os Springboks recebendo os Wallabies, enquanto os All Blacks visitarão os Pumas, em jogo que também valerá título para a Nova Zelândia.
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Nova Zelândia 34 x 36 África do Sul, em Wellington
Árbitro: Nigel Owens (Gales)
Nova Zelândia
Tries: Ioane (2), J Barrett, A Smith, Taylor e A Savea
Conversões: B Barrett (2)
15 Jordie Barrett, 14 Ben Smith, 13 Anton Lienert-Brown, 12 Ryan Crotty, 11 Rieko Ioane, 10 Beauden Barrett, 9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Liam Squire, 5 Scott Barrett, 4 Samuel Whitelock, 3 Owen Franks, 2 Codie Taylor, 1 Karl Tu’inukuafe;
Suplentes: 16 Liam Coltman, 17 Tim Perry, 18 Ofa Tuungafasi, 19 Patrick Tuipulotu, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Sonny Bill Williams, 23 Damian McKenzie;
África do Sul
Tries: Dyantyi (2), Le Roux, Marx e Kolbe
Conversões: Pollard (4)
Penais: Pollard (1)
15 Willie le Roux, 14 Jesse Kriel, 13 Lukhanyo Am, 12 Damian de Allende, 11 Aphiwe Dyantyi, 10 Handré Pollard, 9 Faf de Klerk, 8 Warren Whiteley, 7 Pieter-Steph du Toit, 6 Siya Kolisi (c), 5 Franco Mostert, 4 Eben Etzebeth, 3 Frans Malherbe, 2 Malcolm Marx, 1 Steven Kitshoff;
Suplentes: 16 16 Bongi Mbonambi, 17 Beast Mtawarira, 18 Wilco Louw, 19 RG Snyman, 20 Francois Louw, 21 Ross Cronjé, 22 Elton Jantjies, 23 Cheslin Kolbe;
País | Apelido | Jogos | Pontos |
---|---|---|---|
Nova Zelândia | All Blacks | 5 | 25 |
África do Sul | Springboks | 5 | 15 |
Austrália | Wallabies | 5 | 9 |
Argentina | Los Pumas | 5 | 8 |