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A Confederação Brasileira de Rugby hoje soltou uma nota explicativa acerca da formação dos scrums. Confira na íntegra:
Visando zelar pela segurança de todos os atletas, a equipe técnica da CBRu reforça a recomendação de suspensão temporária de scrums com disputa no Rugby XV Feminino e anuncia lançamento de Programa de Capacitação Obrigatório para todos os treinadores de clubes masculinos e femininos que disputam torneios oficiais
O scrum é uma formação complexa que exige muito treinamento para ser executada corretamente e com segurança. De acordo com as regras oficiais do órgão regulador do Rugby no mundo, a World Rugby, ”Jogadores, treinadores e árbitros têm a responsabilidade de garantir que o scrum seja jogado de forma justa, competitiva e segura” e a Confederação Brasileira da Modalidade zela para que isso seja cumprido.
Ao longo dos anos, o órgão regulador da World Rugby vem estudando e mudando as regras para configurar um scrum cada vez mais seguro. Não é preciso ir muito longe. Na Argentina, onde o Rugby é um esporte popular, a formação correta do scrum tem sido debatida frequentemente e já estão sendo testadas novas regras.
É importante ressaltar que a Confederação Brasileira de Rugby já possui um trabalho de capacitação para treinadores e árbitros que inclui o ensino das técnicas do scrum. Os cursos acontecem periodicamente em diversas regiões do Brasil e são abertos a todos os treinadores e jogadores interessados. (Para mais informações, acesse: https://ww2.brasilrugby.com.br/pages/cbru-cursos-treinadores).
Contudo, alguns erros recorrentes que aconteceram durante um campeonato de Rugby XV Feminino realizado no interior de São Paulo no último fim de semana, trouxeram esse assunto à tona.
Visando zelar pela segurança de todos os atletas, a equipe técnica da Confederação Brasileira de Rugby, realizou uma análise de formações de scrum na referida competição e constatou uma série de falhas passíveis de lesões cervicais, como poderá ser visto mais abaixo.
As falhas foram comuns a todos os clubes participantes do torneio, bem como foram repetidos por diferentes jogadoras ao longo de todos os scrums de cada partida. Tal fato demonstra que tanto as atletas como principalmente os treinadores ainda não receberam o treinamento adequado e portanto não estão aptas para realizar um scrum de forma segura.
Por isso recomendamos fortemente que até que treinadores de clube estejam capacitados e seus jogadores devidamente preparados, neste primeiro momento, os scrums de rugby feminino de XV, em todo território nacional, sejam jogados sem disputa. Esclarecemos que a proibição é destinada apenas ao Rugby feminino de XV por tratar-se de uma prática muito recente e para qual ainda não foram realizadas capacitações suficientes.
Como órgão representante da modalidade no Brasil, entendemos que a referida recomendação seja apenas uma solução provisória visando a segurança imediata das atletas. Desta forma, a CBRu anunciará, para este ano ainda, o lançamento de um Programa de Capacitação Obrigatório para todos os treinadores de clubes masculinos e femininos que disputam torneios oficiais. As Federações serão contatadas pela CBRu ao longo dos próximos dias para que possam ser parceiras na implementação deste programa que será focado na formação e treinamento de jogadores de primeira linha, explicando a metodologia de um scrum seguro. As clínicas também serão abertas a jogadores (as) interessados (as). Ressaltamos que o apoio das Federações é fundamental para garantir uma implementação abrangente do programa.
A CBRu ressalta que o scrum é uma preocupação transversal a todos os escalões e gêneros. Confiamos que por meio do programa que está sendo desenvolvido, esta recomendação possa ser revista no curto prazo. Pedimos a compreensão e principalmente a ajuda de todos para manter o rugby seguro no Brasil.
Análise técnica de formação do scrum no campeonato de Rugby XV Feminino em questão
Scrum 1
Erros visíveis – as jogadoras da 1ª e 3ª linha, visíveis na foto abaixo, estão com a postura corporal errada para a formação do scrum e isso faz com que a direção da força aplicada sejam prejudiciais a estabilidade da formação. Por exemplo, a Pilar esquerda de vermelho “sentada” na segunda linha está fazendo força para cima ao invés e aplica-la para frente; além disso, a Asa de vermelho do lado esquerdo está fazendo força para baixo e impedindo que o pilar em sua frente estique as pernas para trás provocando uma posição instável na primeira linha. A segunda linha e nº 8 do time vermelho estão com as pernas esticadas, ao invés de flexionadas e para trás. Já a pilar direita de azul está fazendo força para dentro o que provoca a rotação da equipe azul e o colapso do scrum.
Consequência/Perigo – scrum se levanta nas 1ªas linhas e rotacional, deixando todas as atletas da 1ª linha com o pescoço dobrado, em uma posição perigosa.
Scrum 2
Erros visíveis – As asas dos dois times estão fazendo força para baixo e impedindo um bom posicionamento das pernas das duas pilares da 1ª linha. A “pegada” da pilar direita azul nas costas da adversária está errada, como consequência, a segunda linha vermelha ficou muito alta e com posicionamento corporal errado (costas dobradas e pernas na vertical)
Consequência/Perigo – Scrum levanta num primeiro momento e depois desaba em cima das primeiras e segundas linhas
Scrum 3
Erros visíveis – As “pegadas” entre as duas pilares estão erradas, o cotovelo da pilar de azul está apontando para baixo. As segundas linhas vermelhas estão muito altas e com as pernas esticadas de forma errada.
Consequência/Perigo – Scrum desaba em cima das primeiras/segundas linha
Scrum 4
Erros visíveis – A postura corporal do time amarelo está errada, deixando assim a formação do scrum muito alta. Já a pilar esquerda amarela está fazendo força para dentro do scrum, ao invés de fazer para frente, e as jogadoras da terceira linha estão levantando o scrum antes da bola sair.
Consequência/Perigo – Time amarelo sai do scrum sem que ele tenha acabado o que pode gerar a queda do scrum ou de alguma jogadora que pode ser pisada pelas outras.
Posição correta do scrum
Texto por: CBRu
Fotos por: Maria Freire – Portal do Rugby
Palhaçada isso. A maioria dos jogadores que formam de primeira linha no Brasil não tem técnica suficiente, mas nem por isso vetam o scrum no masculino. Eu que não sou um pilar técnico, tenho que melhorar mt meu scrum, não raro tenho que me preocupar em sustentar o scrum pelo simples fato de o adversário não conseguir se manter em pé! Se o objetivo é desenvolver protegendo as atletas, que façam como o juvenil, permitindo que o scrum ande no máximo 1,5metros. PALHAÇADA. Só isso a declarar