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Nessa sexta, fomos todos surpreendidos por uma bizarrice sem tamanho na Taça Tupi.
Em virtude da regionalização do Rugby, que será posta em marcha a partir de 2018, há um limite na quantidade de equipes de cada estado que podem ser promovidas para a futura primeira divisão em 2018 tirando as chances de classificação de cada equipe do campo de jogo e colocando no regulamento. Veja aqui como foi feita essa definição. Pegando jogadores, torcedores, clubes, federações, a própria CBRu e sim, nós também.
Em um ano em que as restrições financeiras da entidade se tornaram mais evidentes, o desperdício de recursos com o deslocamento de equipes que fizeram jogos que acabaram não valendo nada, ganha mais importância.
Mas essa não é exatamente uma situação nova né?
Em 2015, a polêmica envolveu a ambiguidade na punição ao Rio Branco por um campo sem condições de jogo. O campo não foi vistoriado pela CBRu (como era feito anteriormente) e o árbitro alegou que o campo não tinha condições para realizar o jogo em segurança de acordo com os critérios da entidade, apesar do mesmo local ter recebido jogos pelo Paulista sem problemas.
Em 2014, o regulamento previa equipes M19 de todos os participantes disputando jogos ou campeonatos em seu estado, prevendo inclusive a exclusão do campeonato no ano seguinte, mas sabemos o que aconteceu. Clubes grandes improvisaram jogos de faz de conta e no ano seguinte ninguém caiu (a não ser o Armstrong Dragons) e a base dos clubes continuou relegada ao segundo plano. Todos, menos o Dragons, saíram felizes.
A CBRu pode ser culpada de muitas coisas, e vamos falar sobre elas aqui oportunamente mas se há algo que ela NÃO pode ser culpada é de não envolver os clubes na organização dos torneios. Não raro, é comum notar ausências de representantes, e ainda assim, o mais comum é que os clubes assinem embaixo de tudo o que a entidade propõe, sem passar por uma análise mais profunda. Quem cala consente, e muitas vezes o silêncio é pelo fato de o clube ou Federação achar que aquilo não vai lhe impactar ou se vai ser algo positivo apenas para ela.
A indignação irrompe somente depois que alguém se dá mal.
Ou os atores do Rugby brasileiro se unem para balancear a relação de poder com a CBRu e participam ativamente da organização do esporte no país, ou vão seguir brigando entre si pelas migalhas que lhe sobram.
Muito bem colocado. Reclamamos depois. O clássico modelo reativo da sociedade brasileira. Sobre a questão regulamentos, muitos deles não são apresentados antes de embarcar nos campeonatos, mas durante ou depois da confirmação na participação.
Finalmente uma crítica que envolva os outros participantes do rugby brasileiro. A CBRu pode cometer muitos erros, mas transformá-la em bode expiatório, desconsiderando todos os seus acertos e os erros de terceiros é puro clima de Fla x Flu, algo que não se espera no rugby.