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O anúncio da expansão da Copa do Mundo de Rugby XV feminino de 12 para 16 times em 2025 abriu novas perspectivas para o Brasil – mas que não garantirão nada se o trabalho de desenvolvimento da modalidade nos clubes brasileiros (ou eventualmente seleções estaduais) não for devidamente feito.
De todo modo, como deverá ser o sistema de qualificação para a Copa do Mundo de 2025? Para o Mundial de 2021, a América do Sul não teve vaga direta e também não teve vaga assegurada na Repescagem Mundial. O vencedor da América do Sul (a Colômbia, que derrotou em 2020 o Brasil) terá que enfrentar o vice campeão da África (o Quênia) por uma vaga na Repescagem.
Para 2021, os classificados são 7 primeiros colocados do Mundial 2017 e 5 equipes vindas das Eliminatórias. Somando os dois tipos de classificados, a distribuição de vagas foi a seguinte:
- 4 vagas para a Europa;
- 3 vagas para a Oceania;
- 2 vagas para a América do Norte;
- 1 vaga para a África;
- 1 vaga para a Ásia;
- 1 vaga para a Repescagem Mundial;
Para 2025, ainda não foi conhecida a distribuição de vagas, mas creio que teremos algo próximo a:
- 7 vagas para a Europa;
- 3 vagas para a Oceania;
- 2 vagas para a América do Norte;
- 1 vaga para a África;
- 1 vaga para a Ásia;
- 1 vaga entre Ásia e Oceania;
- 1 vaga entre América do Sul e África;
Acho improvável que uma vaga direta seja já destinada à América do Sul, mas o caminho ao Mundial deverá ser encurtado e, certamente, o desafio diante da vice campeã africana (provavelmente a seleção do Quênia) não seria uma barreira intransponível.
O que realmente se torna uma possibilidade real é que haja efetivamente uma competição sul-americana para o XV feminino, que seja anual. Cabe agora à Sudamérica Rugby fazer jus à oportunidade que se abriu ao rugby feminino e criar um Campeonato Sul-Americano, que pode começar com apenas Brasil, Colômbia e eventualmente Argentina, mas que seja devidamente organizado, promovido e incentivado.
Sem rugby de clubes para o XV, o Brasil certamente sairá atrás da Colômbia, onde o XV feminino é praticado como a modalidade principal entre as mulheres, iniciadas primeira no XV. Só na cidade de Medellín, são ao menos 6 times de XV feminino, por exemplo. Tal diferença de experiência na categoria ficou claro nas partidas entre brasileiras e colombianas em 2019 e 2020. No entanto, é preciso começar de algum lugar.
Com isso, cabe a todos e todas cobrar a Sudamérica Rugby com relação ao rugby feminino. No último Sul-Americano de Sevens, a entidade chegou a dar o kickoff para a grande final da competição antes do horário anunciado e divulgado por ela própria, prejudicando o público que quisesse acompanhar a competição. Infelizmente, não foi a primeira vez que algo assim ocorreu. Esse tipo de falha sugere um compromisso nada ideal em promover o rugby feminino e isso é o que realmente preocupa e o que precisa mudar. O público precisa deixar claro à entidade que quer e exige mais para o rugby feminino sul-americano.