Tempo de leitura: 3 minutos
Não é de hoje que a CBRu demora, quando simplesmente não divulga a escalação da seleção Brasileira e convocados para treinamentos. O público percebeu, e constantemente cobra por meio de comentários no Portal do Rugby, afinal ,todos querem saber quem são os jogadores defendendo as cores de seu país, e em um esporte pequeno como o nosso, não raro são conhecidos e até amigos nossos, o que torna saber quem são os jogadores, um momento ainda mais especial.
A CBRu, desde seu primórdio, vem tentando seguir os passos de sucesso do vôlei brasileiro, que saiu das sombras do futebol para o centro das atenções da mídia e do público, especialmente quando o assunto é seleção brasileira. Uma das metas comuns nesse trajeto, é a formação de ídolos, para inspirar as gerações mais novas a seguir o caminho do esporte. Dentro dessa premissa, o primeiro ídolo do Rugby brasileiro foi (ainda é) Fernando Portugal, jogador de grande qualidade e capitão da seleção brasileira de Sevens e que não poupa esforços para carregar a bandeira do Rugby nacional em lugares que ele ainda não desbravou. O ótimo desempenho no São José e seleção brasileira, que culminou na convocação para jogar pela seleção Sul-Americana (onde marcou dois tries contra os Pumas em dez minutos e saiu carregado pelos companheiros) fez de Lucas Duque “Tanque” um ídolo em campo, sem a mesma projeção de Portugal e com projeto de vida voltado para fora do Rugby, mas admirado por todos quando entra em campo.
E tem ainda…..
Não existem mais jogadores com grande projeção que podem receber a alcunha de ídolos, de reconhecimento nacional. Nem poderia. Como o público vai conhecer seus potenciais ídolos se só conhece os jogadores na véspera (no máximo). Tirando a comunidade em torno do seu clube, poucas pessoas reconhecem quem deveríamos admirar: os jogadores da seleção brasileira.
E me pergunto, qual o motivo disso? Esconder o jogo, ao melhor estilo do técnico de futebol escondendo o jogo do adversário? Não faz o menor sentido. Quem acompanha o Rugby internacional, seja entre as principais seleções do Mundo até o tier-2, incluindo aí nossos vizinhos Chile e Uruguai, pode saber os jogadores convocados com até uma semana de antecedência, e o grupo de titulares e reservas pelo menos dois dias antes. Não é escondendo a escalação que iremos alcançar Uruguai e Chile como força no Rugby sul-americano. Como bons jogadores de Rugby que são, vão entrar com o espírito para estraçalhar o adversário, seja o Diego Lopez ou o Richie McCaw em campo. As táticas dos times não variam em função da ausência de um jogador ou outro.
Com isso, estão escondendo a seleção não de seus adversários, mas sim de sua própria torcida. Não sei vocês, mas quero mais cenas bonitas como a que ilustra esse artigo, a futura geração do Rugby correndo atrás de seus ídolos, como aconteceu com o grande Jardel Vetoratto e tantos outros Tupis depois do jogo contra o Paraguai.
CBRu, vamos repensar essa política a partir do Sul-Americano, que está logo aí?