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No ano passado, o Brasil recebeu pela primeira vez um evento Mundial da World Rugby, um voto de confiança da mandatária do Rugby mundial para o país que receberá os Jogos Olímpicos em 2016, mesmo que nos Jogos em si, a CBRu não tenha nenhuma influência na organização.
Em 2015, o evento se repetiu, nesse fim de semana. Se o voto de confiança trouxe a Série Mundial, a competência o manteve aqui. A edição de 2013 teve muito mais acertos do que erros, e nesse fim de semana, vimos uma evolução clara em alguns pontos que deixaram um pouco a desejar na primeira edição, ou seja, a CBRu segue cada vez mais madura na realização de eventos.
Barueri fica na região metropolitana da capital, o estádio está a quinze minutos a pé da estação mais próxima. Vai de carro? A Castello Branco fica a 500m do estádio e local para estacionar não falta.
Algumas ações como, levar food trucks e criar um local específico para aquecimento eliminaram dois pontos críticos. Realmente existem poucas opções de alimentação na região, e as jogadoras aqueciam no estacionamento, na garagem, onde encontrassem espaço. De quebra, a posição bem na entrada do estádio, na avenida, poderia atrair curiosos para o evento. As instalações da imprensa tiveram o mesmo padrão do ano anterior, a área precisa de um pouco de manutenção, mas todos os meios de comunicação e estrutura auxiliar do campeonato foram bem atendidos.
Até o tempo ajudou (demais na verdade). No lugar da chuva forte de 2013, muito Sol, ideal para o clima festivo que caracteriza o evento.
Até o calendário ajudou! Mundo afora, é tradição a torcida comparecer fantasiada nos jogos. Em pleno início de carnaval, a fantasia ficou no armário.
E o público não apareceu.
As melhores jogadoras de Rugby DO MUNDO estão no quintal da sua casa e você não vai assistir?
Como assim?
Os estado de São Paulo detém seguramente pouco mais de 50% dos jogadores de Rugby do Brasil. A região metropolitana da capital, deve responder por metade disso. Fora os apoiadores, veteranos e amigos que giram em torno de cada clube, é um público que certamente poderia chegar facilmente a cinco mil pessoas por dia. Ao invés disso, o que se viu foram cerca de 1500 pessoas por dia.
No passado, não vimos divulgação adequada na cidade, não foi o caso esse ano. Estrutura de apoio havia.
Eu entendo o público leigo não se interessar mesmo assim, mas quem faz parte dessa pequena comunidade chamada Rugby precisa entender que o nosso papel vai além de treinar durante a semana e jogar no fim de semana.
É preciso apoiar a seleção com a nossa presença, ir muito além dos voluntários, senão jamais vamos ser tratados com o respeito que merecemos, e vamos dar motivo para comentários como o abaixo (sobre o fato do Grêmio Barueri, 3a divisão estadual perder de WO, por suposta culpa do Rugby).
CARA, É UM MUNDIAL QUE VAI ROLAR EM BARUERI, A SELEÇÃO DO SEU PAÍS!
Tropeços
O evento não teve pontos negativos graves, entendo como tropeços da organização, que realizou as iniciativas com boas intenções.
Ter Sebá, um dos grandes nomes do Rugby brasileiro, cantando no evento, é um privilégio, ainda mais pelo que ele representa para o esporte (mesmo não sendo o meu estilo favorito). Mas a forma como foi realizado o número, montado em uma arquibancada isolada do público que ele deveria entreter, ajudou a diminuir sua presença. Artistas como ele precisam do retorno do público perto para empolgar o pessoal. Mesmo ciente das dificuldades, colocá-lo no gramado com uma estrutura móvel seria muito melhor.
O torneio universitário é uma iniciativa salutar, mas encaixado no meio de um evento muito maior e num formato que não é o tradicional do Seven, deu cara de improviso. Ainda assim foi válido por mostrar equipes que não tem tanta visibilidade.
Agradecimentos
Certamente todos que atuaram como voluntários tem mérito, são os responsáveis por dar tudo certo e tem o meu agradecimento e respeito.
Mas aproveito para agradecer publicamente algumass dos voluntárias com quem trabalhei diretamente no fim de semana: Fernanda Arachevaleta, Letícia Olivares e Nívia Boz, que tornaram o fim de semana ainda mais divertido.
Quem venham mais etapas!
Foto por Bruno Ruas
