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Sabemos que concussões, lesões mais leves e algumas fatalidades não são tão difíceis de encontrar dentro da modalidade e todos deveriam estar minimamente preparados para quando essas possíveis lesões acontecer.
A CBRU proporcionou o curso First Aid da World Rugby – que apresenta procedimentos de primeiros socorros em caso de emergências na prática do esporte – em algumas regiões do Brasil. São Paulo contou com a ilustre presença de Luis Mendía, que ao longo da semana formou vários educadores médicos junto de Maurício Milliano, o Mille.
Luis Mendía começou a jogar rugby em Pamplona, na Espanha, enquanto cursava medicina. Foi para a Inglaterra em 1999 e, nesse ano, rompeu todos os ligamentos da perna que o forçou a interromper a carreira de jogador. Em 2003 surgiu a oportunidade de trabalhar na equipe médica da Federação Inglesa de Rugby. Desde então, trabalhou em muitos clubes importantes e hoje acompanha o Saracens, além de trabalhar com os serviços médicos dentro da World Rugby.
Nossa representante, Renata Martines, que também participou do curso, entrevistou Luis Mendía e conversou sobre a importância do pronto-atendimento durante uma partida. Confira:
RM: Qual sua mensagem sobre as concussões em nosso esporte?
LM: Todos precisam entender que concussão é um tema muito importante e que precisamos da colaboração dos médicos, jogadores e treinadores para que todos entendam que concussão é uma lesão grave e que deve ser tratada como qualquer outra lesão, com período de descanso, reabilitação e avaliação. O número de concussão diminuiu ao longo dos anos, mas, não podemos descuidar, pois, estaremos de olho nisso na Copa do Mundo deste ano.
RM: Qual a missão do árbitro quando acontece uma concussão?
LM: O árbitro pode reconhecer uma concussão e remover o jogador para ser avaliado. Em alguns países o cartão azul está sendo testado para que o jogador saia mesmo, assim como um amarelo, pois, sabemos que é difícil convencer alguém a sair se ela ‘sente-se bem’. O árbitro deve apoiar a decisão médica e pedir para o jogador se retirar pois, temos que cuidar da segurança de cada um dentro da partida.
RM: Qual a missão do atleta quando acontece uma concussão, já que muitas vezes eles não aceitam sair de campo?
LM: Vamos lembrar que o atleta está confuso, sofreu uma concussão e não está 100% são, ciente do que está acontecendo, por mais que para ele pareça. Então, a primeira mensagem vai para os amigos da pessoa que está com suspeita de concussão, pois, o companheiro deve chamar o atleta e dizer: ‘vamos, rapidinho você volta’… incentivá-lo a ser examinado ao invés de dizer ‘ah, não! Continua aqui, está tudo bem. A segunda mensagem vai para todos: eles precisam avisar ao árbitro, médico, técnico ou qualquer companheiro que há um caso de concussão no time, isso está diretamente ligado aos princípios do nosso esporte.
RM: Você quer deixar alguma mensagem para os médicos e fisios que acompanham os jogos?
LM: Vocês estão fazendo coisas muito boas e quanto mais estudarem e trocarem informações, mais faremos do nosso esporte seguro para todos, pois, é o que queremos!
Neste curso, a participante Lúcia Deibler foi a primeira mulher a receber o certificado Trainer First-Aid & Immediate Care da World Rugby. Agora, ela também tem o importante papel de formar educadores médicos em nosso país.
Caso tenha despertado interesse, o curso teórico sobre concussão e primeiro socorros para o rugby está disponível para qualquer pessoa fazer no site da World Rugby e todos os jogadores devem estar cientes do conteúdo escrito, além de imprimir as tarjetas com o que fazer caso passe por alguma situação grave.
Créditos texto e foto: Renata Martines