Foto: Sanzar

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ARTIGO COM VÍDEOS – Nova Zelândia contra África do Sul. Christchurch contra Joanesburgo. Crusaders contra Lions. É essa a grande final do Super Rugby 2018, com os dois clubes que têm as mesmas cores – vermelho, preto e branco – se encarando pelo segundo ano seguido na grande final da liga do Hemisfério Sul, com transmissão ao vivo da ESPN na madrugada de sábado, 04h35 – com reprise na ESPN+ às 21h00.

De um lado os Crusaders, donos da casa, melhor time de 2018, atuais campeões e maiores vencedores da história do Super Rugby, com 8 títulos. Quando no ano passado os rubronegros da Ilha do Sul da Nova Zelândia ergueram a taça um tabu longo havia sido quebrado, pois o último título do time havia sido em 2008, com Richie McCaw e Dan Carter na equipe. O oitavo Kieran Read, líder dos Crusaders, e o pilar Wyatt Crockett estavam naquele grupo de 2008 e também nos de 2017 e 2018.

Já os Lions jamais venceram o Super Rugby na era profissional e chegam a sua terceira final consecutiva, após serem derrotados nas finais de 2016 (pelos Hurricanes) e de 2017 (justamente pelos Crusaders). Nenhum time da África do Sul é campeão do Super Rugby desde o Bulls em 2010. E agora, será que o jejum acabará?

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Campeão em 1993 sim

Os Lions têm o título do Super 10 de 1993, temporada inaugural da competição que viraria o Super 12 profissional (atual Super Rugby) em 1996. Em 1993, a África do Sul saía do regime racista do apartheid e o boicote aos seus times esportivos era encerrado. Com isso, sul-africanos, neozelandeses e australianos decidiram criar um competição com 10 times, que juntasse os melhores de seus campeonatos nacionais, chamado de Super 10, que teve o Transvaal Lions (hoje apenas Lions) campeão, com François Pienaar como capitão (que depois capitanearia os Springboks no título mundial de 1995). Até 1995, o profissionalismo era proibido no mundo do rugby e quando o rugby se tornou profissional a competição foi transformada, com a criação de franquias regionais. Por isso, no histórico do Super Rugby o título de 1993 do Lions não é contado, mas os Leões de Joanesburgo têm essa glória no passado sim.

 

Nos últimos duelos…

Lions e Crusaders fizeram a grande final de 2017 do Super Rugby, em Joanesburgo, casa dos Lions, com os Crusaders levando a melhor fora de casa com uma vitória de 25 x 17 que teve um enredo bastante emocionante: os neozelandeses marcaram 3 tries sem resposta no primeiro tempo, que ainda teve os Lions reduzidos a 14 homens por cartão vermelho. Mas os sul-africanos reagiram nos 20 minutos finais, marcaram 2 tries, e flertaram com uma virada improvável.

Os Crusaders mantiveram o domínio em 2018. Os dois gigantes duelaram em abril uma vez, também em Joanesburgo, com o time da casa sendo derrotado por 14 x 08 apertados: Tambwe abriu o placar para os Lions com try no primeiro, mas os tries de Sam Whitelock e Goodhue na segunda etapa deram o triunfo aos Crusaders. O resultado incomoda o torcedor dos Lions, que não vê seu time bater o poderoso time de Christchurch desde 2016, quando os sul-africanos falaram mais alto nas quartas de final do Super Rugby.

E quem leva a final de 2018?

Em 2018, os Crusaders tiveram a melhor campanha disparada, com apenas 2 derrotas em 18 jogos (16 vitórias, contra apenas 11 dos Lions). As duas derrotas dos ‘Saders foram para neozelandeses e ambas fora de casa. Os rubronegros estão invictos em Christchurch desde 2016 e não perdem em casa para os Lions desde 2001.

Os ataques se equivalem, mas:

  • Os Crusaders contam com o segundo melhor ataque da liga – atrás somente dos Waratahs, por apenas 1 pont;
  • Apesar de terem feito menos pontos, os Lions marcaram mais tries que os Crusaders – 87, contra 86;

Os dois times apresentam força nas duas unidades, mas enquanto os Crusaders são uma equipe muito mais equilibrada, com avançados experientes aliados com uma jovem e abusada linha, os Lions costumam dominar seu oponentes no jogo de contato e aproveitam a capacidade acentuada de finalização de seus homens mais rápidos. Enquanto o maior artilheiro de tries dos Crusaders é o ponta George Bridge, com 15, o tryman dos Lions é o hooker Malcolm Marx, com 11 tries.

No comparativo:

  • Os ataques se equilibram, mas a defesa dos Crusaders é mais sólida, tendo sofrido 167 pontos a menos que os Lions, sendo a melhor da liga;
  • Os Crusaders quebraram mais linhas de defesa, com 40 a mais que os Lions;
  • Os Crusaders também ganharam mais metros no ano: 8311 contra 7792;
  • Mas os Lions superaram mais defensores em suas jogadas, com 487 contra 418;
  • Os Lions praticam um estilo mais comedido com a bola em mãos, sendo o segundo time com menos offloads da liga;
  • Os Lions são inferiorizados na taxa de tackles certos, com 82,2% (apenas o 12º da liga) contra 84,8% dos Crusaders (o 2º da liga). Porém, o maior tacleador do Super Rugby 2018 é dos Lions, Franco Mostert, com 214 tackles certos;
  • Os Lions dominam os laterais (melhores da liga com 90,6% de acertos, contra 86,6% dos Crusaders);
  • Os Crusaders são melhores scrum por sua vez, 93% de efetividade contra 91% dos Lions;
  • Nos rucks há equilíbrio, com os Crusaders liderando a estatística com 97% de aproveitamento, mas com os Lions na cola, 96%;
  • Por fim, a disciplina favorece os Lions, equipe com menos cartões amarelos da temporada, apenas 1, enquanto os Crusaders levaram já 9 amarelos, sendo os 3ºs da liga nesse quesito – mas melhorando, pois não sofreram cartões no mata-mata;

O embate promete:

  • Com as camisas 15, Havili, finalizar temível, contra Coetzee, um dos líderes de corridas na temporada;
  • Goodhue e Crotty contra Mapoe e Vorster, uma briga que promete nos centros entre jogadores em ascenção;
  • Mo’unga contra Jantjes com as camisas 10: Mo’unga em alta como uma das sensações da temporada contra Jantjies voltando a ser reconhecido;
  • Kieran Read, capitão dos All Blacks, contra Whiteley, capitão dos Lions: duelo chave nas terceiras linhas entre líderes;
  • Whitelock, capitão dos Crusaders, contra Mostert, jogador dominante dos Lions na segunda linha;
  • Marx, talvez o melhor hooker do mundo no momento, liderando a primeira linha sul-africana contra uma primeira linha toda All Black de Moody, Taylor e Owen Franks;

E ai, quem vence?

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04h35 – Crusaders x Lions, em Christchurch – ESPN AO VIVO / VT ESPN+ 21h00

Árbitro: Angus Gardner (Austrália) / *Hora de Brasília

Crusaders: 15 David Havili, 14 Seta Tamanivalu, 13 Jack Goodhue, 12 Ryan Crotty, 11 George Bridge, 10 Richie Mo’unga, 9 Bryn Hall, 8 Kieran Read, 7 Matt Todd, 6 Heiden Bedwell-Curtis, 5 Sam Whitelock (c), 4 Scott Barrett, 3 Owen Franks, 2 Codie Taylor, 1 Joe Moody;

Suplentes: 16 Sam Anderson-Heather, 17 Tim Perry, 18 Michael Alaalatoa, 19 Luke Romano, 20 Pete Samu, 21 Mitchell Drummond, 22 Mitchell Hunt, 23 Braydon Ennor;

Lions: 15 Andries Coetzee, 14 Ruan Combrinck, 13 Lionel Mapoe, 12 Harold Vorster, 11 Courtnall Skosan, 10 Elton Jantjies, 9 Ross Cronje, 8 Warren Whiteley (c), 7 Cyle Brink, 6 Kwagga Smith, 5 Franco Mostert, 4 Marvin Orie, 3 Ruan Dreyer, 2 Malcolm Marx, 1 Jacques van Rooyen;

Suplentes: 16 Corne Fourie, 17 Dylan Smith, 18 Johannes Jonker, 19 Lourens Erasmus, 20 Marnus Schoeman, 21 Dillon Smit, 22 Aphiwe Dyantyi, 23 Howard Mnisi;

 

Melhores momentos de Lions 08 x 14 Crusaders, em 01/04/2018

Melhores momentos de Lions 17 x 25 Crusaders, final de 2017