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O assunto do futuro do calendário do rugby mundial é quente há alguns anos. O maior problema atual é a harmonização entre a relação entre seleções e clubes profissionais, com as ligas europeias tendo rodadas que conflitam com as datas dos jogos entre seleções, gerando insatisfação sobre a liberação dos atletas, já sobrecarregados com longas temporadas.

 

Na França, das 26 rodadas da temporada regular do Top 14, seis acontecem no período de jogos entre as seleções, sendo 3 durante os amistosos de novembro e 3 durante o Six Nations. Na Inglaterra, a Premiership tem 3 rodadas nesses dois períodos também, por exemplo.

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Outra questão importante é o momento do ano em que os principais torneios de seleções e os períodos de amistosos ocorrem, por conta da ausência de um calendário comum entre Hemisfério Sul e Hemisfério Norte. Um dos problemas mais claros é a pausa de três semanas para amistosos no meio do Super Rugby, em junho, quando a temporada regular do torneio está em seu momento agudo.

 

Nesta segunda e terça, em São Francisco, nos EUA, o World Rugby reuniu representantes das seleções dos chamados primeiro e segundo escalões mundiais, que são as nações mais afetadas pelo calendário global atual, da IRPA (Associação Internacional dos Atletas Profissionais de Rugby) e das ligas profissionais, isto é, LNR (Top 14), PRL (Premiership), PRO12 e SANZAAR (Super Rugby), com o intuito de discutir um calendário global que harmonize as relações entre Norte e Sul e entre federações e ligas, sem prejudicar os interesses dos atletas. O World Rugby não revelou os resultados da reunião, mas o presidente Bill Beaumont se disse otimista sobre os resultados a fim de uma resolução ser encontrada a ser discutida na reunião do Conselho do World Rugby em maio.

 

Gales abre mão de acordo com Irlanda sobre sede da Copa do Mundo

Em 1999, quando Gales foi nomeado sede da Copa do Mundo, um acordo entre a federação galesa e as federações de Inglaterra, França, Irlanda e Escócia previa que as partidas do Mundial fossem repartidos entre os cinco países, com as finais ocorrendo em Gales. Pelo acordo, os galeses dividiriam os lucros do Mundial, mas quando os seus parceiros recebessem uma Copa do Mundo Gales teria direito de sediar algumas partidas. Desse modo, em 2007, a França recebeu a Copa do Mundo e deu a Gales 4 partidas, ao passo que em 2015 a Inglaterra recebeu a competição e deu aos galeses a sede de nada menos que 8 jogos.

 

Para 2023, tanto Irlanda como França são candidatas a sede. Os franceses não têm mais obrigações contratuais com os galeses, por conta de 2007, mas os irlandeses deveriam ceder jogos a Gales. Entretanto, com a mediação do World Rugby, desejoso de terminar com os seguidos Mundiais com jogos em Cardiff, a União Galesa de Rugby concordou que o acordo de 1999 já havia tido suas intenções satisfeitas com 2007 e 2015 e o deu por encerrado, não pleiteando receber jogos em 2023.