Chegou a hora do Americas Rugby Championship, o “nosso” Seis Nações!

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O torneio mais desafiador para a Seleção Brasileira de XV terá seu início nessa sexta. É o Americas Rugby Championship, que chega à sua segunda edição envolvendo os seis países mais fortes do continente: Argentina, Estados Unidos, Canadá, Uruguai, Chile e Brasil, que se enfrentam no sistema de todos contra todos, em turno único. Tudo com transmissão dos canais ESPN, detentores exclusivos dos direitos de transmissão do torneio.

Rodolfo Ambrosio contará com um elenco forte, a base da equipe do ano passado, com algumas alterações. Tanque, já veterano, Laurent, vindo do Circuito Sul-Americano de Sevens, e Gelado, revelação do ano passado, ficaram de fora da primeira lista, assim como Harvey, que dificilmente voltará a vestir a camisa dos Tupis. Entretanto, dois estrangeiros que são nomes importantes do rugby de clubes ganharam espaço no time de XV: o neozelandês Josh Reeves, do Jacareí (ex Band Saracens) e o sul-africano De Wet (Band Saracens).

Ige e Nativo, ambos aos 35 anos, seguem sendo referências para o elenco pela experiência, em parceria com o auxiliar técnico Daniel Gregg, que marcou época junto no começo da década com os Tupis. Nick, aos 31 anos, foi mantido como a capitão, por sua liderança, e Diegão, também veterano (30 anos), voltou ao time trazendo bagagem preciosa, ao passo que Moisés continua como jogador central na criação e sempre como esperança para momentos decisivos (como o penal que imortalizou o time do primeiro Americas Rugby Championship com a vitória sobre os Estados Unidos). Referências também são Monstro, que veio do rugby francês para o torneio, e seu parceiro de segunda linha Bruxinho, um dos mais regulares com a camisa verde e amarela. Entre os jovens, os irmãos Sancery já despontam desde o ano passado como referências técnicas da equipe na linha, ao passo que atletas como Blade, Texugo e Cruz não faz tempo que deixaram as categorias de base, galgando seu espaço no elenco principal.

Em 2016, o Brasil teve três partidas em casa e duas fora de casa, o que significa que para 2017 os Tupis jogarão apenas duas vezes em casa e viajarão três vezes. Equipe com pior Ranking entre os participantes, o Brasil no ano passado conseguiu seu objetivo de não terminar a competição no último lugar, o que foi possível graças a uma épica vitória em Barueri sobre os Estados Unidos. Desta vez, o Brasil terá a vantagem de receber o Chile, no duelo direto provavelmente da parte de baixo da tabela, mas o jogo a menos em casa poderá ser um obstáculo extra.

Com duas temporadas inteiras já sob o regime das academias (com a direção do australiano Paul Healy, aliás, ex treinador do Chile) e já sendo bem conhecidos por todos os adversários, os Tupis entrarão em uma nova fase: sem o efeito surpresa e com a cobrança de um sistema de alto rendimento mais maduro por trás.

E nossos adversários?

Novamente, o adversário mais próximo do Brasil na luta contra a última colocação será o Chile, que não perde para o Brasil desde o jogo de 2014 na Arena Barueri, quando os Tupis venceram os Cóndores pela primeira e única vez na história. No Americas Rugby Championship de 2016, os Cóndores jogaram em casa e suaram para vencer o Brasil por 25 x 22. Neste ano, a vantagem do mando de jogo será do Brasil, que irá encarar no Pacaembu os chilenos logo na abertura do certame.

Já o outro adversário direto do Brasil, o Uruguai, é talvez o grande objetivo da atual geração dos Tupis. O Brasil não tem uma vitória sobre os Teros desde 1964 e, em 2016, na Arena Barueri, passou perto de uma vitória, caindo por apenas 33 x 29 (conseguindo um bônus que fez a diferença ao final do campeonato, tirando o Brasil da “colher de pau”). O desafio contra os uruguaios em 2017 será em Punta del Este e os Teros também têm ambições. Apesar do fim de temporada ruim com derrotas pesadas na Europa, o Uruguai tem como meta realista derrotar novamente algum dos times da América do Norte, já que no ano passado o objetivo foi alcançando com um triunfo sobre os Estados Unidos, 29 x 25, além de um verdadeiro susto contra os argentinos, em derrota por apenas 24 x 21. Os Teros, no entanto, não terão no torneio seus poucos atletas que atuam profissionalmente na Europa, nem Nicolás Freitas, agora um Jaguar.

Como ocorreu no ano passado, a Argentina seguirá disputando o torneio com sua seleção de desenvolvimento, a “Argentina XV”, e seus jogos não valerão pontos no Ranking Mundial. Mesmo sem ter seus atletas de elite (que disputam a partir desde mês o Super Rugby com os Jaguares), a Argentina foi capaz de se sagrar campeã de forma invicta em 2016, com quatro vitórias e um empate contra os EUA, um memorável 35 x 35. A Argentina é novamente a favorita à taça, contando com a gana de seus convocados, que querem um lugar entre os Jaguares em 2018. No comando do time está a lenda dos Pumas como novo treinador, Felipe Contepomi.

Novamente, Estados Unidos e Canadá são os mais fortes concorrentes dos argentinos, mas ambos terão seus elencos baseados em atletas que atuam no rugby de seus países, com poucos nomes do exterior. É a opção dos dois países por usarem o Americas Rugby Championship também como laboratório de talentos. Porém, os jogos valerão pontos importante para o Ranking e algumas ausências poderão custar pontos preciosos para países como Brasil, Chile e Uruguai que, em condições normais, canadenses e estadunidenses não perderiam.

Historicamente, o Canadá é superior aos Estados Unidos, mas o momento é das Águias, que já embalam uma série de quatro vitórias seguidas sobre os Canucks, a maior série a favor dos estadunidenses na história. Contra os EUA pesa o desmonte recente da sua recém criada liga profissional, o PRO, que ainda poderá ser reativada, mas segue uma incógnita até a data de hoje.

A temporada 2017

Elencos

Brasil

Avançados: Daniel Danielewicz “Nativo” (Desterro), Yan Rosetti (CUBA, Argentina), Alexandre Figueredo Alves “Texugo” (Desterro), Jonatas Paulo “Chabal” (Band Saracens), Vitor Ancina “Vitão” (Curitiba), Wilton Rebolo “Nelson” (São José), Diego Lopez “Diegão” (Pasteur), Felipe Tissot (Curitiba), Lucas Piero de Moraes “Bruxinho” (Desterro), Luiz Gustavo Vieira “Monstro” (Villefranche-sur-Saône, França/4ª divisão), Matheus da Rocha “Blade” (Jacareí), André Arruda “Buda” (Desterro), Arthur Bergo (SPAC), João Luiz da Ros “Ige” (Desterro), Matheus da Cruz Daniel “Matias” (Jacareí), Nick Smith (SPAC) (c);

Linha: Beukes Cremer (Poli), Matheus Cruz (Jacareí),  Moisés Duque (São José), Joshua Reeves (Jacareí), Felipe Sancery (São José), Jacobus De Wet Van Niekerk (Band Saracens), Luan Soares Smanio (Desterro), Guilherme Coghetto (Desterro), Stefano Giantorno (Niterói), Daniel Sancery (São José);

Argentina XV

Avançados: Eduardo Bello (Atletico del Rosario/Buenos Aires*), Facundo Brarda (Tala/Córdoba), Francisco Ferronato (Belgrano/URBA), Nicolás Solveyra (CUBA/Buenos Aires), Cristian Bartoloni (Pucará/Buenos Aires), Alejo Brem (Los Tilos/Buenos Aires), Santiago Medrano (Regatas (Bella Vista/Buenos Aires), Lautaro Bavaro (Hindú/Buenos Aires), Tomás de la Vega (CUBA/Buenos Aires), Francisco Gorrissen (Belgrano/Buenos Aires), Santiago Montagner (Alumni/Buenos Aires), Rodrigo Bruni (San Luis/Buenos Aires), Mariano Romanini (Alumni/Buenos Aires), Gaspar Baldunciel (Alumni/Buenos Aires), Marcelo Brandi (Newman/Buenos Aires), Axel Zapata (SITAS/Buenos Aires), Juan Cruz Guillemain (Jockey Club de San Juan/San Juan), Franco Molina (Jockey Club de Córdoba/Córdoba), Pedro Ortega (Universitario de Rosario/Rosario);

Linha: Sebastián Cancelliere (Hindú/Buenos Aires), Juan Cruz González (CUBA/Buenos Aires), Domingo Miotti (Tucumán Lawn Tennis/Tucumán), Santiago Alvarez Fourcade (CASI/Buenos Aires), Juan Cappiello (Pucará/Buenos Aires), Bruno Devoto (CASI/Buenos Aires), Tomás Granella (Liceo/Cuyo), Segundo Tuculet (Los Tilos/Buenos Aires), Franco Cuaranta (Tala/Córdoba), Julián Dominguez (Pucará/Buenos Aires), Fernando Luna (Córdoba Athletic/Córdoba), Bautista Delguy (Pucará/Buenos Aires);

Uruguai

Avançados: Matías Benítez (Champagnat), Juan Echeverría (Old Christians), Felipe Inciarte (Old Christians), Mateo Sanguinetti (Los Cuervos), Facundo Gattas (Lobos), Diego Pombo (Old Boys), Diego Ayala (MVCC), Ignacio Dotti (Los Cuervos), Franco Lamanna (Pro Recco, Itália/2ª divisão), Diego Magno (MVCC), Rodolfo Garese (Carrasco Polo), Alejandro Nieto (c) (Champagnat), Juan Diego Ormaechea (Carrasco Polo), Gonzalo Soto (Carrasco Polo);

Linha: Santiago Arata (Old Christians), Guillermo Lijtenstein (Trébol Paysandú), German Albanell (Old Boys), Francisco Berchesi (Carrasco Polo), Juan Manuel Cat (Old Boys), Juan de Freitas (Champagnat), Gastón Gibernau (Old Boys), Leandro Leivas (Old Christians), Andrés Rocco (Old Boys), Rodrigo Silva (Carrasco Polo);

Chile

Avançados: Lucas Bordigoni (Viña), Vittorio Lastra (Old Mackayans), Gonzalo Martínez (Curupayti, Argentina),  José Tomás Munita (Universidad Católica), Claudio Zamorano (Stade Français), Tomás Dussaillant (Old Boys), Rodrigo Moya (Prince of Wales), Manuel Gurruchaga (COBS), Nikola Bursic (COBS), Mario Mayol (Old Boys), Manuel Dagnino (Old Mackayans), Cristóbal Niedmann (Prince of Wales), Eduardo Orpis (COBS), Arturo Seeman (Old Georgians), Nicanor Machuca (Old Reds), Anton Petrowitsch (COBS), Benjamín Soto (Stade Français);

Linha: Sergio Bascuñán (Old Mackayans), Jan Hasenlechner (COBS), Beltrán Vergara (Old Boys), Francisco Cruz (COBS), Jorge Castillo (ARUA), Francisco González Moller (Sporting), José Ignacio Larenas (Universidad Católica), Matías Nordenflycht (COBS), Simón Pardakhty (sem clube), Ricardo Sifri (Universidad Católica), Mauricio Urrutia (Sporting), Martín Fernández (COBS), Tomás Ianiszewski (Old Locks), Juan Pablo Larenas (Universidad Católica), Franco Velarde (Viña), Pedro Pablo Verschae (Viña), Martín Verschae (Viña), Rodrigo Fernández (COBS), Francisco Urroz (Old Reds);

Canadá

Avançados: Rob Brouwer (Lindsay), Cole Keith (James Bay), Ryan Kotlewski (Westshore), Djustice Sears-Duru (Glasgow Warriors, Escócia), Matt Tierney (Pau, França), Ray Barkwill (Castaway Wanderers), Eric Howard (Brantford Harlequins), Benoît Piffero (Blagnac, França/4 divisão), Liam Chisholm (UVic VIkes), Conor Keys (UVic Vikes), Reegan O’Gorman (Marist Albion, Nova Zelândia/clube amador), Matt Beukeboom (Pau, França), Admir Cejvanovic (Burnaby Lake), Ollie Nott (UVic Vikes), Clay Panga (Westshore), Lucas Rumball (Balmy Beach);

Linha: Phil Mack (James Bay), Gordon McRorie (UBCOB Ravens), Gradyn Bowd (UVic VIkes), Patrick Parfrey (James Bay), Robbie Povey (Bedford Athletic, Inglaterra/5ª divisão), George Barton (Clermont, França), Nick Blevins (Calgary Hornets), Conor Trainor (Vannes, França/2ª divisão), Dan Moor (Balmy Beach), Taylor Paris (Agen, França/2ª divisão), Brock Staller (UBC Thunderbirds), Rory McDonell (Brantford Harlequins), Carl Pocock (Calgary Rams);

Estados Unidos

Avançados: Demescus Beach (Old Blue), Anthony Purpura (Boston), Ben Tarr (Glendale Raptors), James Hilterbrand (Manly, Austrália/clube amador), Peter Malcolm (Wheeling Jesuit), Chris Baumann (Wellington, Nova Zelândia/Mitre10 Cup), Olive Kilifi (Seattle Saracens), Alex Maughan (Life University), Dino Waldrem (Blackrock College, Irlanda/clube amador), Nate Brakeley (New York Athletic Club), Nick Civetta (Newcastle Falcons, Inglaterra), Cam Dolan (Cardiff Blues, Gales), Matt Jensen (BYU), Siaosi Mahoni (Life West), Todd Clever (Austin Huns), Hanco Germishuys (Austin Huns), Tony Lamborn (Hawke’s Bay, Nova Zelândia/Mitre10 Cup), Al McFarland (New York Athletic Club), John Quill (Dolphin, Irlanda/clube amador), David Tameilau (Narbonne, França/2ª divisão);

Linha: Nate Augspurger (Old Blue), Shaun Davies (Life University), Ben Cima (Rocky Gorge), AJ MacGinty (Sale Sharks, Inglaterra), Will Magie (Glendale Raptors), Bryce Campbell (Indiana), JP Eloff (Chicago Lions), Ryan Matyas (Old Blue), Calvin Whiting (BYU), Spike Davies (Columbus 1823), Luke Hume (Old Blue), Zack Test (sem clube), Andrew Turner (sem clube), Blaine Scully (Cardiff Blues, Gales), Mike Te’o (Belmont Shore);

*Riscados estão os atletas que não enfrentarão o Brasil

A temporada 2016

Foto: João Neto/Fotojump