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ARTIGO COM VÍDEOS – Em ritmo de festejar a entrada de 2017 não podemos nos esquecer: é ano de Copa do Mundo de Rugby! É, em agosto, a Irlanda receberá a 8ª edição da Copa do Mundo Feminina, com as 12 melhores seleções do XV feminino mundial em campo nas cidades de Dublin e Belfast.
Disputada de quatro em quatro anos, a Copa do Mundo Feminina entra em um novo capítulo em sua história.
Qual o tamanho da Copa do Mundo Feminina?
A pergunta é importante, pois desde a introdução do sevens nos Jogos Olímpicos o rugby feminino no mundo todo vem se voltando mais à modalidade de 7 do que de 15 jogadoras, pelos custos que favorecem o sevens e pela exposição que a Olimpíada proporciona. Mas, a história da Copa do Mundo Feminina se confunde com a própria história da internacionalização do rugby feminino e as perspectivas para o futuro, no saldo geral, são animadoras.
Até os anos 1970, o rugby feminino não tinha qualquer apoio oficial. Nenhuma federação de rugby do mundo fomentava a prática do rugby entre as mulheres e a resposta feminina foi a criação ao longo dos anos 80 de federações próprias para o rugby feminino na Europa, América do Norte, Ásia e Oceania, com a fundação em 1988 da Federação Internacional de Rugby Feminino (WIRB), não ligada ao IRB (atual World Rugby).
As barreiras começaram a ser quebradas nesse momento, com a federação francesa e a federação canadense chancelando as organizações femininas em seus países antes da virada da década, porém a resistência da maior parte das federações ainda prevalecia. Em 1991, foi lançada pela WIRB a Copa do Mundo Feminina, com sede em Gales, sem o apoio do IRB.
O sucesso levou à organização da segunda edição em 1994, na Escócia, mas com sérios problemas, pois nova negativa do IRB em apoiar a competição levou a dificuldades organizacionais e desistências. Foi somente com a aceitação do profissionalismo no rugby em 1995 e a remodelação das estratégias e objetivos do IRB que finalmente a incorporação do rugby feminino pela federação internacional aconteceu. Em 1998, a Copa do Mundo Feminina foi pela primeira vez organizada oficialmente pelo IRB, que validou as duas edições anteriores.
Tanto em 1998, na Holanda, como em 2002, na Espanha, a competição contou com 16 times, mas foi reduzida para 12 em 2006, no Canadá, a fim de se elevar o nível das disputas. Em 2010, na Inglaterra, a competição ganhou maior interesse na TV (chegando a 500 mil pessoas em audiência) e a grande final, no Twickenham Stoop, bateu recorde de público para jogos femininos entre seleções: 13.253 torcedores. Em 2014, o torneio foi disputado na França, com todos os seus jogos exibidos ao vivo para todo o mundo pelo site do World Rugby e com a final em Paris, na casa do Stade Français, passando da marca de 9 mil torcedores, mesmo sem a França.
A decisão de antecipar a Copa do Mundo Feminina de 2018 para 2017 se deu com o intuito de fazer com que o torneio ocorra dois anos após a versão masculina, dando maior ênfase ao torneio feminino. O modelo ainda será o mesmo das versões de 2010 e 2014: uma sede mais modesta na primeira fase para todos os jogos, desta vez com espaço para 3 mil torcedores, mas com as semifinais e a grande final em um estádio de primeiro nível. Neste ano, a decisão será na casa do Ulster, em Belfast, capital da Irlanda do Norte, com o Kingspan Stadium podendo abrigar mais de 18 mil torcedores.
Em campo, a competitividade cresceu de 2010 para cá. Excetuando o título dos EUA no primeiro torneio, em 1991, Nova Zelândia e Inglaterra dominaram a Copa do Mundo. A Inglaterra foi campeã em 1994, vencendo os EUA, em torneio que não teve as neozelandesas. Depois, em 1998, o título foi da Nova Zelândia, batendo também as americanas. As três finais seguintes – 2002, 2006 e 2010 – foram iguais: título da Nova Zelândia e vice para a Inglaterra. Até que em 2014 a Nova Zelândia perdeu invencibilidade que vinha desde 1991 caindo contra a Irlanda. A Inglaterra chegou à final diante do Canadá, novato em decisões, e levantou a taça, com as grandes campanhas de França e Irlanda chamando a atenção também. Para 2017, a expectativa é de ao menos cinco candidatas reais a título.
E o futuro?
Apesar do aumento do nível das seleções de ponta, com o profissionalismo já sendo realidade para atletas que se dividem entre o XV e o sevens, o Mundial de 2017 registrou menos participantes em suas Eliminatórias do que para 2014. África do Sul, Cazaquistão e Samoa, que estiveram em 2014, sequer disputaram as Eliminatórias para 2017. Por outro lado, o Japão seguiu investindo no XV e retornará ao torneio depois de 15 anos, enquanto Hong Kong fará sua estreia. Sendo o primeiro torneio pós Jogos Olímpicos, o sucesso do Mundial de XV feminino de 2017 será central para que a modalidade siga crescendo e atraindo apoio. Nós estaremos de olho!
Copa do Mundo Feminina de Rugby XV – Irlanda 2017
Grupo A: Canadá, Nova Zelândia, Gales e Hong Kong
Grupo B: Inglaterra, Estados Unidos, Itália e Espanha
Grupo C: França, Irlanda, Austrália e Japão
1ª rodada – dia 09/08, em Dublin
2ª rodada – dia 13/08, em Dublin
3ª rodada – dia 17/08, em Dublin
Semifinais – dia 22/08, em Belfast
Finais – dia 26/08, em Belfast
Clique aqui para saber sobre ingressos.
Seleção | P | J | V | E | D | 4+ | -7 | PP | PC | SP |
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Paraná | 19 | 4 | 4 | 0 | 0 | 3 | 0 | 155 | 32 | 123 |
Santa Catarina | 13 | 4 | 3 | 0 | 1 | 1 | 0 | 71 | 118 | -47 |
Rio Grande do Sul | 11 | 4 | 2 | 0 | 2 | 2 | 1 | 120 | 72 | 48 |
Rio de Janeiro | 7 | 4 | 1 | 0 | 3 | 1 | 2 | 77 | 76 | 1 |
Minas Gerais | 0 | 4 | 0 | 0 | 4 | 0 | 0 | 44 | 164 | -120 |
Sinceramente, encaixando um XV permanente no Brasil, não é difícil p entrar nos próximos mundiais.