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Nesse sábado, os Touros do Curitiba receberam o São José em seus domínios pela última rodada do Super 8 e o jogo tinha clima de decisão, uma vez que o vencedor se classificaria para enfrentar o Desterro na grande final da cométição. Com recente histórico de confrontos decisivos entre as duas equipes, que disputaram a final da elite do rugby no país em 2014 (vencida pelo Curitiba) e 2015 (vencida pelo São José), e a paridade de pontos na tabela entre as equipes dava tons dramáticos ao embate. Em suma, a barulhenta torcida curitibana enfrentou o frio e empurrou o time para mais uma vitória: 32 x 30 em mais um jogão entre dois dos mais poderosos clubes brasileiros.

 

Em campo estavam jogadores que mostraram desempenhos excepcionais na temporada a nível nacional: o São José contava com os irmãos Sancery e Moisés Duque nos backs, além de Carlão e Nelson nos forwards. Já o Curitiba trazia em seu elenco a habilidade do abertura “Chicho”,  a forte dupla de centros com Eduardo “Duka” e Filipe Bicudo e a contundência de Michael, segundo maior anotador de tries dessa edição da competição – atrás apenas de Ige, do Desterro – nos forwards.

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Como de costume, o Curitiba começou a partida em um ritmo acelerado, com muita explosão física e contundências nas ações ofensivas e defensivas, não dando chances do adversário estudar o jogo e se organizar em campo.  O placar foi inaugurado logo aos 7’ com try do oitavo Endy, que aproveitou penalidade após um scrum, cobrou rápido e apoiou a bola no in-goal entre os forwards joseenses. “Chicho” converteu. 10 minutos depois, o Curitiba aumentou a vantagem com penal convertido por “Chicho”. O São José diminuiu com penal convertido por Matheus Duque, mas em menos de 2 minutos os Touros chegaram a mais um try, após bela corrida do terceira-linha Leandro “Rasta”, que ainda conseguiu passar de off-load a bola para Michael, que correu em velocidade e só foi parado dentro do in-goal adversário, try sem conversão.

 

Atrás no placar, o São José foi buscar o resultado, começou a manter a posse de bola e apostar na velocidade de seus backs. O resultado disso foi o try de Daniel Sancery que, aos 33 minutos, encontrou espaço na ponta após a movimentação de bola. Moisés converteu e deu ânimo para os visitantes, mas ainda no primeiro tempo “Chicho” converteu mais um penal, encerrando assim a primeira etapa com o Curitiba vencendo por 18 a 10.

 

O segundo tempo prometia. A pressão de virar o placar era da equipe visitante, porém, o Curitiba queria garantir a tranquilidade, e logo no primeiro minuto da etapa final, Michael marcou mais um try para o Curitiba, convertido por “Chicho”. Nesse momento o Curitiba tinha 15 pontos de vantagem sobre o São José, até que Moisés diminuiu para 12, convertendo mais um penal para os visitantes. A partir disso, os joseenses começaram a tomar conta do jogo, impondo um ritmo veloz e atacando pelos lados do campo até que, em um desses ataques, bem próximo do in-goal curitibano, “Chicho” conseguiu interceptar um passe e atravessou o campo em velocidade para anotar o quarto try do Curitiba no jogo, convertido por ele mesmo.

 

Ainda restavam 20 minutos de jogo e o placar marcava 32 x 13. Com isso, o Curitiba relaxou em campo, o que é extremamente perigoso quando se enfrenta uma equipe acostumada a vencer como o São José, que se aproveitou disso com Moisés convertendo mais uma penalidade. Para ajudar os joseenses, o ponta curitibano Lucas “Mussa” recebeu cartão amarelo do árbitro Ricardo Sant’Anna, por aplicar um tackle perigoso em Moisés. Com um a mais em campo, só deu São José. A equipe visitante tentou buscar o resultado com mais uma penalidade cobrada por Moisés, que aceitou chutar de muito longe e viu a bola caprichosamente bater na trave duas vezes antes de sair, para sorte do time da casa. Ainda embalados pelo bom momento, aos 32’ o São José comemorou o try do pilar “Nelson” convertido por Moisés e já com o cronometro estourado, a garra joseense foi compensada com try de Luis “Dentinho”, novamente convertido por Moisés, acabando a partida com vantagem de apenas 2 pontos para o time da casa. Fim de jogo, Curitiba 32 x 30 São José.

 

A torcida foi agraciada pelo belo espetáculo proposto pelas duas equipes, que fizeram um jogo limpo, deixando apenas dentro das quatro linhas a rivalidade crescente nos últimos anos. Agora o Curitiba se prepara para enfrentar o Desterro na grande final deste ano, no próximo dia 5, a primeira sem a presença de equipes paulistas, demonstrando o crescimento do rugby no sul do país nos últimos anos.

 

Pouco antes de o jogo começar, o atleta Yan Machado, do Curitiba, recebeu a triste notícia do falecimento de seu avô, Leocádio. O Portal do Rugby presta seus sinceros sentimentos a ele e a toda sua família.

 

Placar Final: Curitiba (18) 32 X 30 (10) São José

 

Curitiba:

Tries: Endy Willian, Michael Oliveira (2) Alberto Nunez “Chicho”.

Conversões: Alberto Nunez “Chicho” (3).

Penais: Alberto Nunez “Chicho” (2).

 

São José:

Tries: Daniel Sancery, Wilton “Nelson”, Luis “Dentinho”.

Conversões: Moisés Duque (3).

Penais: Matheus Duque, Moisés Duque (2).

 

ClubeCidade (UF)PJVED4+-7PPPCSP
Desterro Florianópolis (SC)62141301100437198239
CuritibaCuritiba (PR)4914100472374246128
São JoséSão José dos Campos (SP)4814100471412288124
Farrapos Bento Gonçalves (RS)33146084532928742
PasteurSão Paulo (SP)291450927210227-17
SPAC São Paulo (SP)231450921230437-207
NiteróiNiterói (RJ)2214401033279451-172
Band SaracensSão Paulo (SP)2114301136300437-137
Vitória = 4 pontos;
Empate = 2 pontos;
Derrota = 0 pontos;
Fazer 4 ou mais tries = 1 pontos extra;
Derrota por 7 ou menos pontos de diferença = 1 ponto extra;

- Dois primeiros colocados = classificação à final

 

Texto: Jean Bettega

Foto: Susi Baxter-Seitz

1 COMENTÁRIO

  1. Desterro x Curitiba. A grande final do Super 8. Parabéns aos finalistas. Realmente jogo limpo dentro de campo. Estive lá e gostaria de deixar um Alerta !! CBRU e Curitiba !! Vi uma cena muito chata por parte da torcida do Curitiba. O jogo ainda estava no intervalo e alguns torcedores do Curitiba pegaram um chapéu de palha e atearam fogo, mostrando para quem estava dentro de campo e gritando muito. Nem tanto pelo fato de ser o chapéu o Símbolo dos Caipiras ( São José ), mas essa atitude (coisa de torcida organizada de futebol). Dessa atitude para a violência na arquibancada está muito próximo e esse não é o Espírito do Rugby. Sei que é uma pequena parte da Torcida do Curitiba, mais cuidado que podem contaminar o resto. Fica o Alerta. Péssimo exemplo para as crianças (é tinha muitas la nesse dia) e quem esta chegando agora nesse esporte. Convivo com o Rugby a quase 20 anos e foi um dos momentos que fiquei mais chateado com o adversário. Geraldo Duque