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Sábado Buenos Aires irá vibrar com All Blacks e Pumas frente a frente no Estádio José Amalfitani, casa do Vélez e dos Jaguares. O título do Rugby Championship de 2016 já é da Nova Zelândia, é verdade que faturou a taça com duas rodadas de antecedência. Mas, a briga pelo vice segue entre Argentina, África do Sul e Austrália, que estão embolados na corrida pelo segundo lugar – e pela proeza de enfim quebrarem a invencibilidade de 15 jogos dos neozelandeses, que não perdem desde a derrota para a Austrália na decisão do Rugby Championship de 2015, antes da Copa do Mundo.
Agora, Argentina e África do Sul serão os mandantes nas duas rodadas derradeiras. Além do confronto entre Pumas e All Blacks, os Wallabies visitarão os Springboks, indo à “altitude” de Pretória (1300 metros), de olho também no Ranking Mundial (hoje, a Austrália está em 3º e a África do Sul em 4º).
É possível vencer os All Blacks?
Essa é a pergunta que o mundo todo se faz. E, claro, que os argentinos se fazem. Afinal, os Pumas jamais venceram os All Blacks na história, tendo no currículo apenas o empate histórico de 21 x 21 em 1985, no estádio do Ferrocarril (ali perto do estádio do Vélez), em Buenos Aires. O crescimento do time argentino é evidente e nunca os Pumas estiveram tão fortes no Rugby Championship como agora, mas pela frente está a Nova Zelândia que conquistou incríveis 100% de aproveitamento em quatro rodadas do torneio até aqui, somando quatro tries ou mais em todos os jogos até aqui.
Para a partida em Buenos Aires, o técnico Steve Hansen optou por rodar seu poderoso elenco, o que não significa um time mais frágil. No pack, Sam Whitelock teve um descanso dando lugar a Patrick Tuipulotu, enquanto na linha a camisa 9 será de TJ Perenara. O jovem Anton Lienert-Brown voltará a estar no centro, fechando as três mudanças no time titular. No banco, finalmente Damian McKenzie ganhou uma oportunidade e estará à disposição de Hansen, tornando-se o 1154º jogador a vestir a camisa dos All Blacks em partidas oficiais.
Já Daniel Hourcade, técnico dos Pumas, fez três mudanças em seu XV, com a entrada de Moyano na ponta no posto de Amorosino, Landajo de scrum-half no lugar de Cubelli e Guido Petti voltando à segunda linha, em alteração crucial dada a perfeição atual do lateral neozelandês, que vem se notabilizando pela capacidade de somarem pontos após formações.
Os All Blacks estão plenamente conscientes do perigo que os Pumas impõe, sobretudo após 60 minutos de alto nível no jogo passado entre os dois times, quando os argentinos mantiveram o jogo equilibrado até o poderio neozelandesa fazer a porta se abrir na reta final. O jogo rápido e vertical dos Pumas, de busca constante de espaços, talvez seja hoje o que mais se aproxima do jogo neozelandês, mas ainda não tem a mesma capacidade de sustentar o nível os 80 minutos. Os argentinos já traçaram a estratégia de colocar os All Blacks sob pressão desde o início da partida, cientes de que é preciso capitalizar ao máximo no período em que o equilíbrio é maior na partida. Mesmo sem Hernández, a genialidade da linha argentina já foi comprovada e a força de seu pack é inegável. Mas, para jogar contra um time irrepreensível como a Nova Zelândia a Argentina precisará de um jogo perfeito.
A corrida contra o prejuízo
Em Pretória, Austrália e África do Sul irão colidir mais uma vez em jogo que chama a atenção dos analistas para verem como será a evolução dos dois gigantes que seguem em reconstrução. A Austrália vai à partida após vencer a Argentina em casa por 36 x 20, enquanto a África do Sul sofreu nas mãos dos All Blacks, perdendo por 41 x 13 em solo neozelandês.
A África do Sul terá três mudanças no XV, com o técnico Alister Coetzee “dando um tempo” à dupla de 9 e 10 Faf de Klerk e Elton Jantjes e apostando em Rudy Paige com a 9 e o veterano Morné Steyn com a 10. Já Pat Lambie voltou ao time principal, agora com a 15, sendo que Willie Le Roux será opção no banco. A Austrália, por sua vez, lamentou a perda por lesão de David Pocock, que será substituído na terceira linha por Sean McMahon, sendo a única troca do time do técnico Michael Cheika entre os titulares.
Os Springboks, neste momento, estão mais pressionados que os Wallabies, e entraram em uma espécie de “modo de sobrevivência”, com Coetzee apostando em opções mais ortodoxas para encerrar o torneio longe do último lugar, que seria desastroso para um país tão orgulhoso. Outra última colocação jogaria mais pressão sobre seus atletas, a vitória é necessária. Para tal, Coetzee não prescindirá dos penais de Lambie ou Steyn e provavelmente voltará às origens e buscará um rugby mais ortodoxo sul-africano.
A Austrália, por sua vez, mostrou evolução diante da Austrália, em especial em um início avassalador de jogo em Perth, tendo o trio Genia, Cooper e Foley encaixando seu jogo. Mas, se a linha australiana mostrou melhoras, a questão da partida estará no jogo da terceira linha, agora sem Pocock. McMahon tem tudo para desempenhar bem, mas jogar em jogo sul-africano é sempre certeza de desafio físico e o jogo poderá ser decidido justamente ali, no breakdown. É esperar para ver.
The Rugby Championship
5ª rodada – sábado, dia 1º de outubro
12h00 – África do Sul x Austrália, em Pretória – ESPN+ AO VIVO
Árbitro: Wayne Barnes (Inglaterra)
África do Sul: 15 Patrick Lambie, 14 Bryan Habana, 13 Jessie Kriel, 12 Juan de Jongh, 11 Francois Hougaard, 10 Morne Steyn, 9 Rudy Paige, 8 Warren Whiteley, 7 Teboho Mohoje, 6 Francois Louw, 5 Pieter-Steph du Toit, 4 Eben Etzebeth, 3 Vincent Koch, 2 Adriaan Strauss, 1 Tendai Mtawarira.
Suplentes: 16 Bongi Mbonambi, 17 Stephen Kitshoff, 18 Julian Redelinghuys, 19 Lood de Jager, 20 Willem Alberts, 21 Jaco Kriel, 22 Willie le Roux , 23 Lionel Mapoe.
Austrália: 15 Israel Folau, 14 Dane Haylett-Petty, 13 Samu Kerevi, 12 Bernard Foley, 11 Reece Hodge,10 Quade Cooper, 9 Will Genia, 8 Sean McMahon, 7 Michael Hooper, 6 Dean Mumm, 5 Adam Coleman, 4 Rob Simmons, 3 Sekope Kepu, 2 Stephen Moore, 1 Scott Sio.
Suplentes: 16 James Hanson, 17 James Slipper, 18 Tom Robertson, 19 Kane Douglas, 20 Scott Fardy, 21 Lopeti Timani, 22 Nick Phipps, 23 Tevita Kuridran.
Histórico: 82 jogos, 45 vitórias da África do Sul, 36 vitórias da Austrália e 1 empate. Último jogo: Austrália 23 x 17 África do Sul, 2016 (The Rugby Championship);
19h00 – Argentina x Nova Zelândia, em Buenos Aires – ESPN AO VIVO
Árbitro: Jaco Peyper (África do Sul)
Argentina: 15 Joaquin Tuculet, 14 Santiago Cordero, 13 Matías Moroni, 12 Santiago González Iglesias, 11 Ramiro Moyano, 10 Nicolás Sánchez, 9 Martín Landajo (c), 8 Facundo Isa, 7 Javier Ortega Desio, 6 Pablo Matera, 5 Matías Alemanno, 4 Guido Petti, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy, 1 Nahuel Tetaz Chaparro.
Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Lucas Noguera, 18 Enrique Pieretto, 19 Juan Manuel Leguizamón, 20 Leonardo Senatore, 21 Tomás Cubelli, 22 Jerónimo De la Fuente, 23 Matías Orlando.
Nova Zelândia: 15 Ben Smith, 14 Israel Dagg, 13 Anton Lienert-Brown, 12 Ryan Crotty, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett, 9 TJ Perenara, 8 Kieran Read (c) 7 Ardie Savea, 6 Liam Squire, 5 Brodie Retallick, 4 Patrick Tuipulotu, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody.
Suplentes: 16 Codie Taylor, 17 Wyatt Crockett, 18 Ofa Tu’ungafasi, 19 Samuel Whitelock, 20 Elliot Dixon, 21 Tawera Kerr-Barlow, 22 Lima Sopoaga, 23 Damian McKenzie.
Histórico: 23 jogos, 22 vitórias da Nova Zelândia e 1 empate. Último jogo: Nova Zelândia 57 x 22 Argentina, 2016 (The Rugby Championship)
País | J | P | País | J | P | |
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Grupo A | Grupo B | |||||
Austrália | 3 | 8 | Nova Zelândia | 3 | 9 | |
Fiji | 3 | 7 | França | 3 | 7 | |
EUA | 3 | 6 | Espanha | 3 | 5 | |
Colômbia | 3 | 3 | Quênia | 3 | 3 | |
Grupo C | ||||||
Grã Bretanha | 3 | 9 | ||||
Canadá | 3 | 7 | ||||
Brasil | 3 | 5 | ||||
Japão | 3 | 3 | Veja mais |
Foto: Getty Images
Jogar rugby com os All Blacks é como lutar boxe com Shiva, vc se defende de punho, mas tem outros 3 para te socar.
Terá reprise do jogo Nova Zelândia e Argentina?