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Quando o Rugby Championship retornar nesse sábado, dia 10, para as disputas de sua terceira rodada, a pergunta que todos se farão é: alguém tem condições reais de bater os All Blacks. As duas primeiras rodadas, que tiveram somente os confrontos regionais, com os australianos sofrendo duas pesadas derrotas diante dos neozelandeses e com sul-africanos e argentinos trocando vitórias apertadas, a impressão nítida que ficou é que hoje a Nova Zelândia está sensivelmente acima de seus concorrentes do Rugby Championship.
Mas, trata-se apenas de uma impressão, por enquanto. Nos dois próximos finais de semana, neozelandeses e australianos receberão argentinos e sul-africanos e um diagnóstico mais preciso poderá ser apreendido antes da “perna final” do torneio, quando, em outubro, sul-africanos e argentinos receberão seus rivais da Oceania.
Nesse sábado, a terceira rodada será inaugurado com a Argentina perseguindo uma primeira vitória em sua história sobre a Nova Zelândia, que não perde em casa de 2009, enquanto Austrália e África do Sul jogarão em Brisbane sob intensa pressão: quem perder dará adeus às pretensões de título. A ESPN exibirá as duas partidas.
Pumas vão à caça dos invencíveis All Blacks
Nunca na história a Argentina venceu qualquer partida contra a Nova Zelândia no XV (o melhor resultado argentino é um distante e único empate por 21 x 21 em 1985, em Buenos Aires). Mas, essa frase “nunca na história” é aquela que os argentinos mais adoram ouvir nos últimos tempos. Os Pumas vem se notabilizando por quebrarem tabus atrás de tabus, tendo inclusive deixado para trás no mês passado o tabu de jamais terem vencido a África do Sul em solo argentino. Será que a viagem a Waikato será brindada com outro resultados histórico para os Pumas?
A resposta é que a tarefa argentina é dificílima e a própria Nova Zelândia prova que tem respeito absoluto e cautela com os Pumas ao colocar em campo praticamente sua força máxima. O técnico Steve Hansen tem plena consciência da gana argentina pela vitória e da evolução do oponente, que mostrou que o descanso de quatro semanas entre o fim da campanha dos Jaguares no Super Rugby e a largada do Rugby Championship para os Pumas teve um efeito revigorante e curativo no time argentino, que apresentou melhoras em todos os setores.
Os All Blacks atropelaram os Wallabies. Mostraram muita força no pack, sobretudo com uma segunda linha devastadora de Retallick e Whitelock dominando por completo as ações, enquanto sua linha é cada vez mais brilhante, com Beauden Barrett se entrosando perfeitamente com Aaron Smith e os centros provando-se promissores – a volta de Crotty tende a melhorar ainda mais o setor. Do lado argentino, a força do pack também foi notável contra a África do Sul, e os Pumas voltaram a mostrar um rugby ousado com a bola em mãos, sempre com a velocidade na linha. Achar os pontos frágeis da Nova Zelândia onde os Pumas poderão ganhar terreno é uma tarefa dificílima. Fato: os Pumas precisarão fazer um jogo perfeito para terem algum chance. Em casa, os All Blacks não são derrotados desde 2009, quando perderam justamente em Hamilton para a África do Sul. São 7 anos de invencibilidade.
Sobrevivência em jogo para Wallabies e Springboks
Austrália e África do Sul irão a campo sob imensa pressão. Os dois times sofreram demais nas duas primeiras rodadas, mas as situações são diferentes. A Austrália caiu sim duas vezes contra o melhor time do mundo, mas mostrou muito pouco. A situação dos comandados de Michael Cheika é delicada, não pelas derrotas, mas pelo desempenho abaixo da crítica. Do lado sul-africanos, o time de Alister Coetzee ainda está em busca de uma identidade, fazendo experimentos, em fase de reconstrução. A derrota para a Argentina mostra que os Boks ainda estão longe de seu velho esplendor e que ainda não estão prontos para grandes ambições, mas certamente o peso é diferente do fraco desempenho dos Wallabies. Por jogar em casa e ser a atual campeã do Rugby Championship, a Austrália terá maiores obrigações para o jogo de sábado.
Defensivamente, a Austrália mostrou grandes deficiências contra os All Blacks. Seu pack ainda sofre demais nas formações fixas e sua linha já não defende como em 2015. Cheika fez apenas duas mudanças com relação ao time que mostrou alguma melhor no segundo jogo contra a Nova Zelândia, apostando no novato Reece Hodge na ponta (no lugar de Ashley-Cooper, que sofreu concussão) e na entrada de Dean Mumm na terceira linha, ao lado de Pocock e Hooper, jogando potência física ao breakdown. Mas, talvez a maior preocupação do torcedor aussie seja o sistema criativo, com a dupla de 9 e 10, Will Genia e Quade Cooper, não tendo mostrado nada até aqui. E a liderança de Matt Giteau segue ausente, por lesão.
A África do Sul também mudou pouco seu time, com apenas Lourens Adriaanse, com a 3, e François Hougaard, com a 11, sendo as novidades. A irregularidade da equipe ainda preocupa e a dupla de 9 e 10, Faf de Klerk e Elton Jantjes, ainda não entregou tudo o que deles se espera na seleção após a grande campanha dos Lions no Super Rugby. Os Boks ainda perseguem um padrão de jogo com uma execução regular. Contra os Wallabies, meio caminho para os Boks se imporem fora de casa será garantir o domínio nas formações. A partir desse controle e do jogo psicológico de aumentar a pressão sobre os australianos, a nova proposta de jogo sul-africano poderá ter terreno para se desenvolver e fluir. As vitórias em solo australiano para os Boks não têm sido tão frequentes, mas os sul-africanos têm a memória recente da vitória sobre os Wallabies na Austrália em 2013, por 38 x 12, justamente em Brisbane.
The Rugby Championship
3ª rodada – sábado, dia 10 de setembro
04h35 – Nova Zelândia x Argentina, em Hamilton – Watch ESPN AO VIVO / VT segunda-feira 21h00 na ESPN+
Árbitro: Craig Joubert (África do Sul)
Nova Zelândia: 15 Ben Smith, 14 Israel Dagg, 13 Malakai Fekitoa, 12 Ryan Crotty, 11 Julian Savea, 10 Beauden Barrett,
9 Aaron Smith, 8 Kieran Read (c), 7 Sam Cane, 6 Jerome Kaino, 5 Samuel Whitelock, 4 Brodie Retallick, 3 Owen Franks, 2 Dane Coles, 1 Joe Moody;
Suplentes: 16 Codie Taylor, 17 Wyatt Crockett, 18 Charlie Faumuina, 19 Luke Romano, 20 Ardie Savea, 21 TJ Perenara, 22 Aaron Cruden, 23 Anton Lienert-Brown;
Argentina: 15 Joaquín Tuculet, 14 Matías Moroni, 13 Matías Orlando, 12 Juan Martín Hernández, 11 Santiago Cordero, 10 Nicolás Sánchez, 9 Martín Landajo, 8 Facundo Isa, 7 Javier Ortega Desio, 6 Pablo Matera, 5 Matías Alemanno, 4 Guido Petti Pagadizabal, 3 Ramiro Herrera, 2 Agustín Creevy (c), 1 Nahuel Tetaz Chaparro;
Suplentes: 16 Julian Montoya, 17 Lucas Noguera, 18 Enrique Pieretto, 19 Marcos Kremer, 20 Leonardo Senatore, 21 Tomas Cubelli, 22 Santiago Gonzalez Iglesias, 23 Ramiro Moyano.
Histórico: 22 jogos, 21 vitórias da Nova Zelândia e 1 empate. Último jogo: Nova Zelândia 26 x 16 Argentina, 2015 (The Rugby Championship)
07h05 – Austrália x África do Sul, em Brisbane – ESPN+ AO VIVO
Árbitro: Nigel Owens (Gales)
Austrália: 15 Israel Folau, 14 Dane Haylett-Petty, 13 Samu Kerevi, 12 Bernard Foley, 11 Reece Hodge, 10 Quade Cooper, 9 Will Genia, 8 David Pocock, 7 Michael Hooper, 6 Dean Mumm, 5 Adam Coleman, 4 Kane Douglas, 3 Sekope Kepu, 2 Stephen Moore (c), 1 Scott Sio.
Suplentes: 16 Tatafu Polota-Nau, 17 James Slipper, 18 Allan Alaalatoa, 19 Rory Arnold, 20 Lopeti Timani, 21 Sean McMahon, 22 Nick Phipps, 23 Tevita Kuridrani, 24 Drew Mitchell (um será cortado ainda);
África do Sul: 15 Johan Goosen, 14 Bryan Habana, 13 Jesse Kriel, 12 Juan de Jongh, 11 Francois Hougaard, 10 Elton Jantjies, 9 Faf de Klerk, 8 Warren Whiteley, 7 Oupa Mohoje, 6 Francois Louw, 5 Lood de Jager, 4 Eben Etzebeth, 3 Lourens Adriaanse, 2 Adriaan Strauss, 1 Tendai Mtawarira;
Suplentes: 16 Bongi Mbonambi 17 Trevor Nyakane, 18 Steven Kitshoff, 19 Franco Mostert, 20 Pieter-Steph du Toit, 21 Jaco Kriel, 22 Morne Steyn, 23 Lionel Mapoe.
Histórico: 81 jogos, 45 vitórias da África do Sul, 35 vitórias da Austrália e 1 empate. Último jogo: Austrália 24 x 20 África do Sul, 2015 (The Rugby Championship);
País | J | P | País | J | P | |
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Grupo A | Grupo B | |||||
Austrália | 3 | 8 | Nova Zelândia | 3 | 9 | |
Fiji | 3 | 7 | França | 3 | 7 | |
EUA | 3 | 6 | Espanha | 3 | 5 | |
Colômbia | 3 | 3 | Quênia | 3 | 3 | |
Grupo C | ||||||
Grã Bretanha | 3 | 9 | ||||
Canadá | 3 | 7 | ||||
Brasil | 3 | 5 | ||||
Japão | 3 | 3 | Veja mais |