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ARTIGO COM VÍDEO – O tabu caiu e um clube inglês voltou a subir no lugar mais alto da Europa! O Saracens fez história em Lyon e conquistou seu primeiro título da Champions Cup, a Copa Europeia, ao vencer os franceses do Racing por 21 x 9, em jogo aberto até o fim, no qual o melhor ataque da competição prevaleceu sobre a melhor defesa do torneio em encontro sem tries e de poucos espaços.
No primeiro embate entre as capitais Londres e Paris em uma final da Copa Europeia, quem começou melhor foi Londres. O Racing teve a primeira chance aos 4′ para os parisienses, mas Machenaud jogou para fora penal fácil. Os Sarries cresceram e, aos 9′, pela força do scrum, os londrinos arrancaram um penal para Farrell abrir o placar, 3 x 0.
A chuva logo deu as caras na França e tornou o jogo complicado por 10 minutos, com os dois times cometendo muitos erros pelas condições da bola. Assim que “São Pedro” deu uma trégua, o Racing ganhou um penal de longa distância e o sempre preciso sul-africano Johann Goosen guardou 3 pontos para os Elefantes, 3 x 3.
A resposta de Farrell foi imediata, mas sem sucesso, com tentativa de drop goal que não se consumou. Porém, aos 24′, o poderoso contra-ruck inglês conquistou penal para Farrell devolver a frente aos rubronegros, 6 x 3. Os Saracens cresceram e quase chegaram ao try aos 30′, com Farrell colocando com os pés a bola no in-goal, mas Ashton não chegou a tempo de apoiar para o try. Os ingleses jogavam em vantagem e Farrell adicionou mais 3 pontos em penal. No fim do primeiro tempo, Goosen e Farrell trocaram mais dois penais e o placar foi em Saracens 12 x 6 Racing aos vestiários.
O segundo tempo voltou com domínio territorial do time do técnico Mark McCall, impondo a pressão no breakdown pela qual os Sarries são conhecidos, com Maro Itoje e Billy Vunipola fazendo uma partida monumental, com os ingleses conquistando quase o dobro de turnovers sobre os franceses. E a sorte logo se voltou por completo a favor dos britânicos, com Carter saindo de campo lesionado. Ainda assim, os azuis foram capazes de seguirem fortes no jogo, com a dupla renovada de 9 e 10, Mike Phillips e Remi Talès, fazendo boa partida. Quem marcou primeiro na volta, entretanto, foi o Saracens, com Farrell chutando novo penal para impor uma vantagem mais confortável de 15 x 6.
A partir dos 55′, a vantagem territorial voltou a pender a favor do Racing, muito superior nos scrums. Aos 60′, Talès enxergou Dulin – o homem mais perigoso do lado azul, com seus chutes desde o fundo do campo – e colocou com os pés a bola no in-goal, mas sem sucesso. O penal já estava assinalado e Goosen recolocou os franceses na cola no placar, 15 x 9. A pressão dos franceses se intensificou e o Racing emplacou longas fases, sem conseguir passar pela competente e agressiva defesa de McCall, que induziu os parisienses a muitos erros com a bola nas mãos e penais ofensivos.
O desfecho do embate se deu somente no apagar das luzes, com a tensão a pico. Se o scrum favoreceu o Racing ao longo da partida, que reduziu a efetividade dos Sarries na formação para menos de 60%, os laterais levavam perigo e eram verdadeiras armas do lado londrino. Aos 75′, o Saracens apostou no lateral e Itoje foi perfeito, garantiu a posse, formou o maul e o penal da vitória foi conquistado. Farrell não titubeou em noite segura e impecável fazendo o 18 x 9 que fez a torcida francesa sentir o golpe. Sem forças para reagir, o Racing ainda cedeu um último penal para Farrell, que pôs números à decisão: 21 x 9, Sarries campeões! Os franceses foram duros, 92% de tackles corretos e 54% de posse de bola, mas a perfeição tática e clínica dos rubronegros, sobretudo no corpo a corpo dos rucks, fez a diferença.
Pela primeira vez desde 2007 um clube da Premiership inglesa se tornou campeão europeu, quebrando a série de três conquistas francesas consecutivas. E, com a vitória, o Saracens se tornou o primeiro clube campeão com 9 vitórias em 9 jogos na Copa Europeia. Até hoje, três outros clubes já haviam vencido de forma invicta a competição (Toulouse, em 1996, Brive, em 1997, e Leinster, em 2012), mas nenhum deles havia atingido 9 triunfos. O neozelandês Dan Carter perdeu a chance de entrar para o seleto grupo dos atletas “campeões de tudo”. Ao menos, por enquanto.
Rugby Champions Cup 2015-16 – Copa Europeia de Rugby
Final
Racing (França) 09 x 21 Saracens (Inglaterra), em Lyon (França)
Árbitro: Nigel Owens (Gales)
Racing
Penais: Goosen (3)
15 Brice Dulin, 14 Joe Rokocoko, 13 Johann Goosen, 12 Alexandre Dumoulin, 11 Juan Imhoff, 10 Dan Carter, 9 Maxime Machenaud, 8 Chris Masoe, 7 Bernard Le Roux, 6 Wenceslas Lauret, 5 François van der Merwe, 4 Luke Charteris, 3 Ben Tameifuna, 2 Dimitri Szarzewski (c), 1 Eddy Ben Arous.
Suplentes: 16 Virgile Lambombe, 17 Khatchik Vartanov, 18 Luc Ducalcon, 19 Manuel Carizza, 20 Antonie Claassen, 21 Mike Phillips, 22 Remi Talès, 23 Henry Chavancy.
Saracens
Penais: Farrell (7)
15 Alex Goode, 14 Chris Ashton, 13 Duncan Taylor, 12 Brad Barritt (c), 11 Chris Wyles, 10 Owen Farrell, 9 Richard Wiggleworth, 8 Billy Vunipola, 7 Will Fraser, 6 Michael Rhodes, 5 George Kruis, 4 Maro Itoje, 3 Petrus Du Plessis, 2 Schalk Brits, 1 Mako Vunipola.
Suplentes: 16 Jamie George, 17 Richard Barrington, 18 Juan Figallo, 19 Jim Hamilton, 20 Jackson Wray, 21 Ben Spencer, 22 Charlie Hodgson, 23 Marcelo Bosch.
Lista de campeões da Champions Cup/Heineken Cup:
1 – Toulouse (França) – 4 títulos
2 – Toulon (França) – 3 títulos
Leinster (Irlanda) – 3 títulos
4 – Leicester Tigers (Inglaterra) – 2 títulos
Munster (Irlanda) – 2 títulos
Wasps (Inglaterra) – 2 títulos
7 – Bath (Inglaterra) – 1 título
Brive (França) – 1 título
Northampton Saints (Inglaterra) – 1 título
Saracens (Inglaterra) – 1 título
Ulster (Irlanda) – 1 título
Lista de títulos por país:
1 – França – 8 títulos
2 – Inglaterra – 7 títulos
Irlanda – 6 títulos
Concordo. Como pode a final do campeonato de Rugby mais rico do Mundo ser um jogo tão chato
Esse jogo foi chato demais.