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ARTIGO ATUALIZADO – Hoje foi um dia glorioso para o rugby brasileiro. A Seleção Brasileira Feminina se sagrou campeão sul-americana pela 11ª vez na história, ao terminar novamente invicta o Sul-Americano! O torneio ocorreu no novo campo de Deodoro, ainda sem arquibancadas, mas com um gramado impecável, como parte do Aquece Rio, e contou com a presença de autoridades.
Brasil larga como sempre: imbatível
A Seleção Brasileira Feminina iniciou o Sul-Americano como sempre, muito superior às suas oponentes. No primeiro jogo do dia, estreando o novo campo de Deodoro, o Brasil passou pelo Peru por 59 x 0, mantendo a escrita de jamais ter sofrido tries das peruanas na história. Coube a Raquel a honra de fazer o primeiro try no campo novo, com Edna (3 vezes), Haline (2 vezes), Juka, Bu e Baby cruzando o in-goal para os tries do Brasil.
O segundo embate se deu ante o Uruguai, seleção que historicamente faz jogos mais parelhos com as Tupis. Mas, desta vez, não houve proximidade. O Brasil se impôs com louvor, 40 x 0, 21 x 0 no intervalo. Haline, 2 vezes, e Bruna Lotufo fizeram os tries no primeiro tempo, enquanto Patricia, Baby e Amanda Ricci anotaram mais 3 tries na segunda etapa para fechar o marcador.
O desafio maior apareceu mesmo no terceiro e último jogo contra a Venezuela. Em um jogo de muitos erros dos dois lados, com a Venezuela garantindo posse de bola considerável, a primeira etapa se encerrou em apenas 5 x 0 para as brasileiras, graças ao try isolado de Haline, após boa sequência de pressão venezuelana. A porta acabou se abrindo no segundo tempo, com o Brasil melhor fisicamente. Edna arrancou para o segundo try das Tupis no início do segundo tempo e Paulinha deu seu toque de brilhantismo para os dois tries finais, fechando o jogo em 22 x 0, talvez mais largos do que a dificuldade apresentada na partida.
Destaque também no sábado ficou para o jogo emocionante entre Argentina e Colômbia, que terminou com vitória argentina no sufoco, por 19 x 15, após as colombianas terem virado o marcador nos instantes finais. A Argentina acabou vencendo na última bola.
Domingo vitorioso
O domingo começou majestoso para as Tupis, que seguiram sem levar tries no torneio. As quartas de final foram contra o Chile e a vitória foi novamente tranquila: 41 x 0, com 2 tries de Bu, 2 tries de Edninha, 1 de Juka e 1 de Haline.
Na semifinal, nova vitória brasileira sem sustos. O jogo era esperado que fosse o mais difícil, contra a Colômbia, mas novamente as Tupis se impuseram com uma defesa impecável e controle total de posse de bola. Edna cravou 2 tries, enquanto Juka, Haline e Raquel cruzaram também o in-goal para assegurar 31 x 0 sobre as Tucanas, que também estarão nos Jogos Olímpicos.
No outro confronto de semifinal, a Argentina, da artilheira do campeonato Sofia González. O jogo foi duro, a Venezuela mostrou evolução com bom controle de bola, mas quem foi efetiva foi a Argentina, que ganhou por 22 x 5, em partida das duas seleções do continente classificadas para o Pré-Olímpico Mundial, em junho, em Dublin, na Irlanda.
Na grande final, o Brasil sofreu seu único try no torneio, de Fontanarossa, quando a Argentina parecia demonstrar chances de vencer o confronto. Mas, o Brasil não deu chances ao azar e se impôs, mostrando físico e experiência de campeão. Edninha brilhou na decisão com um hat-trick (3 tries), enquanto Raquel e Haline finalizaram a indiscutível vitória das Yaras. 27 x 5, para a festa da torcida, recheada de amigos e familiares das jogadoras.
“É muito gratificante conquistar mais um título, sendo ainda em evento “2 em 1”: evento-teste olímpico e o Sul-Americano. Ficamos muito contentes pelas estreias de algumas meninas, o retorno de algumas aos gramados após lesões e pelo fato de concretizarmos um feito que nunca imaginávamos: sermos a maior equipe de Sevens da América do Sul há mais de uma década”, afirma Paula Ishibashi, capitã da Seleção Brasileira.
“É importante ressaltar que esse torneio tem um valor significativo para nós, pois foi onde tudo começou. Foi importante também para verificar algumas das principais instalações, como área de aquecimento e campo de jogo. Os padrões estão bons. Algumas instalações ainda estão por vir, mas devem ser providenciadas em breve. Enfim, saímos felizes após mais um grande torneio e por fechá-lo com chave de ouro”, completa Paulinha.
“O fato de a Seleção Feminina ter ganhado o Sul-Americano com resultados elásticos, tomando só um try e considerando que parte do time estava jogando outro torneio em Las Vegas, é muito importante para nós, porque demonstra que não só a gente continua tecnicamente acima da região, mas também porque nosso trabalho continua dando resultados e que estamos criando a base sólida”, analisa Agustin Danza, CEO da Confederação Brasileira de Rugby.
Em Vegas…
Já em Las Vegas, o Brasil marcou presença com sua Seleção Feminina de Desenvolvimento, que jogou o Las Vegas Invitational Sevens Feminino. E o resultado acabou sendo módico, com 2 vitórias em 5 jogos. Os triunfos vieram sobre duas academias dos EUA, a Stars Rugby 2 (time B) e a Northeast Olympic Academy. Mas, contra os times mais fortes, o Brasil caiu, perdendo para a África do Sul e para as seleções de desenvolvimento de Estados Unidos e Japão.
XIIº Sul-Americano de Sevens Feminino – no Rio de Janeiro, Brasil
Grupo A: Brasil, Venezuela, Uruguai e Peru
Grupo B: Colômbia, Argentina, Chile e Paraguai
Sábado, dia 5 de março
10h00 – Brasil 59 x 00 Peru
10h22 – Venezuela 31 x 12 Uruguai
10h44 – Colômbia 22 x 00 Chile
11h06 – Argentina 32 x 00 Paraguai
12h30 – Brasil 40 x 00 Uruguai
12h52 – Venezuela 19 x 07 Peru
13h14 – Colômbia 32 x 00 Paraguai
13h36 – Argentina 41 x 00 Chile
16h00 – Brasil 22 x 00 Venezuela
16h22 – Uruguai 20 x 05 Peru
16h44 – Colômbia 15 x 19 Argentina
17h06 – Paraguai 10 x 05 Chile
Classificação final
Grupo A: 1 Brasil, 2 Venezuela, 3 Uruguai, 4 Peru
Grupo B: 1 Argentina, 2 Colômbia, 3 Paraguai, 4 Chile
Domingo, dia 6 de março
Quartas de final
10h00 – Brasil 41 x 00 Chile
10h22 – Colômbia 36 x 05 Uruguai
10h44 – Venezuela 17 x 00 Paraguai
11h06 – Argentina 38 x 00 Peru
Semifinais Bronze
12h30 – Chile 12 x 07 Uruguai
12h52 – Paraguai 19 x 12 Peru
Semifinais Ouro
13h14 – Brasil 31 x 00 Colômbia
13h36 -Venezuela 05 x 22 Argentina
Finais
16h00 – Uruguai 05 x 15 Peru – 7º lugar
16h22 – Chile 00 x 22 Paraguai – Final Bronze
16h44 – Colômbia 14 x 00 Venezuela – Final Prata
17h06 – Brasil 27 x 05 Argentina – Final Ouro
Brasil:
Amanda Boneti Ricci – Desterro
Beatriz Futuro Muhlbauer – Niterói
Bruna Pamela Lotufo – Band Saracens
Edna Santini – São José
Franciny Alves Amaral “Bu” – Curitiba
Haline Leme Scatrut – Curitiba
Julia Albino Sardá – Desterro
Juliana Esteves Santos – Band Saracens
Luiza Gonzales da Costa Campos – Charrua
Paula Harumi Ishibashi – SPAC
Patricia Anne Bodeman Campos – Delta
Raquel Cristina Kochhann – Charrua
Las Vegas Women’s Invitational Sevens
Grupo A: GB Select (Grã-Bretanha Desenvolvimento), Atavus All Stars, Quebec e México
Grupo B: França Desenvolvimento, Japão Desenvolvimento, Scion Sirens e Florida RDA
Grupo C: Amazonas (Brasil Desenvolvimento), USA Select (EUA Desenvolvimento), África do Sul e Stars Rugby 2
Grupo D: Stars Rugby 1, Maple Leafs (Canadá Desenvolvimento), Atlantis e Northeast ODA
*Horários de Brasília
Quinta-feira, dia 03 de março
13h40 – Amazonas 00 x 36 USA Select
16h40 – Amazonas 05 x 12 África do Sul
Sexta-feira, dia 04 de março
14h00 – Amazonas 36 x 05 Stars Rugby 2
18h00 – Amazonas 29 x 00 Northeast Olympic Academy – Quartas de final Taça Bronze (Bowl)
Sábado, dia 05 e março
14h00 – Amazonas 14 x 21 Japão Desenvolvimento – Semifinal da Tala Bronze (Bowl)
Brasil:
Mariana Ramalho “Mari” – SPAC
Angélica Gevaerd “Binha” – SPAC
Bianca Santos – São José
Amanda Macedônio – Band Saracens
Juliana de Menezes – Charrua
Maíra Behrendt – SPAC
Amanda Araújo – Niterói
Isadora Cerullo “Izzy” – Niterói
Juliana Michele Carneiro – Curitiba
Mariana Nicolau – São José
Carla Barbosa “Zazá” – São José
Cláudia Jaqueline – Niterói