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O Pan passou e as Tupis voltam a ter um desafio crucial pela frente: o torneio qualificatório para a Série Mundial de Sevens 2015-16. Nesse fim de semana, dias 22 e 23, Dublin, na Irlanda, recebe 12 seleções, de todos os continentes, que se enfrentam em busca das duas últimas vagas para seleções centrais do circuito mundial, isto é, para se tornarem umas das onze seleções que terão vagas garantidas em todos os torneios da Série Mundial de Sevens Feminina, que começa em dezembro. E você poderá assistir tudo AO VIVO pelo www.worldrugby.org!
Já estão classificadas como seleções centrais as nove melhores da temporada 2014-15: Nova Zelândia, Canadá, Austrália, Inglaterra, Estados Unidos, França, Rússia, Fiji e Espanha. O Brasil, décimo colocado do circuito, vai ao Qualificatório como um dos favoritos, por ter disputado cinco das seis etapas do circuito passado e terminado em dois torneios entre as oito melhores seleções. Porém, pela frente estão concorrentes duras, como Irlanda, que joga diante de sua torcida, China e África do Sul, que derrotaram o Brasil uma vez na temporada já, além de Holanda e Japão, que também têm histórico recente com vitórias, e Gales, cuja tradição no XV tem seu peso.
O torneio conta com 12 seleções divididas em 3 grupos com 4 equipes cada, sendo que as duas melhores de cada grupo e as duas melhores terceiras colocadas avançarão às quartas de final.
Brasil favorito, mas com cautela
A seleção brasileira é a favorita ao primeiro lugar do Grupo A, por conta do que fez recentemente no circuito mundial. Afinal, foram dois oitavos lugares na última Série Mundial, em São Paulo e em Atlanta, além de três vitórias sobre a China e duas vitórias sobre a África do Sul, concorrentes diretas no qualificatório, ao longo da temporada, contra apenas uma vitória contra cada uma delas (ambos na etapa final de Londres, a última disputada pelas Tupis). O Brasil teve uma temporada 2014-15 começando em alta, mas o rendimento nas etapas finais caiu, com a equipe não retornando às quartas de final após a terceira etapa, acumulando um novo lugar no Canadá e o último lugar na Inglaterra, com o time do técnico Chris Neill sofrendo com lesões.
A reviravolta veio no Pan, com a conquista histórica da medalha de bronze. Para Dublin, o Brasil poderá ter mais dificuldades no jogo físico, uma vez que perdeu duas atletas essenciais no pack, Juka e Bruna. Entretanto, o retorno de Luiza é muito positivo defensivamente, sobretudo nos tackles, que foram o calcanhar de Aquiles brasileiro ao longo do último circuito. Com Edninha voltando a encontrar seu melhor rugby, e jogadoras finalizadoras como Haline, Claudinha e Baby vindas de um Pan muito positivo, o Brasil deverá voltar a ser perigoso no ataque. No ano passado, o Brasil também disputou o torneio qualificatório, daquela vez em Hong Kong, e não conseguiu sua vaga como seleção central. Desde então, é verdade, o time evoluiu, e depois da moral ganha em Toronto o torneio de Dublin se apresenta como uma verdadeira prova de maturidade para a equipe, que terá que lidar com o peso de ser uma das favoritas com menos de um ano restando para os Jogos Olímpicos.
Gales não tem tradição no sevens feminino, tendo sempre se focado no XV. As galesas terminaram o Grand Prix Europeu Feminino no sétimo lugar, atrás das forças que jogam o circuito mundial (Inglaterra, França, Rússia e Espanha) e de Irlanda e Holanda, saindo sem nenhuma vitória de expressão. Entretanto, o time vem se preparando com força para o torneio e conta com atletas da seleção de XV, como a capitã Sian Williams. Será a primeira vez que as duas seleções se enfrentam.
O Japão tem histórico mais rico de confrontos com o Brasil, sempre com equilíbrio. Ao longo de cinco jogos em torneios oficiais, foram duas vitórias brasileiras e três vitórias japonesas, sendo a última no Qualificatório de 2014, o último confronto entre os dois times. Bem organizadas, hábeis e velozes, as japonesas tem grandes qualidades com a bola em mãos, além de um bom preparo físico, perdendo apenas no jogo de contato, que será a arma brasileira na partida, para tirar a bola das asiáticas. Por fim, Samoa aparece como a seleção com menos rodagem internacional, tendo maior foco no XV, no qual tem um time muito físico e que jogou a última Copa do Mundo da categoria. Resta saber como as samoanas se comportarão na transição para o sevens. Nos Jogos do Pacífico, em julho passado, Samoa foi mal, perdendo por 33 x 0 para Fiji e de 10 x 5 para a Papua Nova Guiné, indo para a insossa disputa de quinto lugar.
O Grupo A talvez o mais equilibrado, o que poderá custar a classificação à seleção que terminar em terceiro lugar, uma vez que a tendência é de não haver placares tão elásticos como nos outros grupos.
China e Holanda em batalha quente no Grupo B
As mais fortes seleções do Grupo B são China e Holanda. As chinesas começaram muito mal a temporada passada e não reencontraram a boa forma que tiveram no Qualificatório de 2014, apresentando muitas mudanças no elenco. Contudo, a equipe cresceu na reta final da temporada, vencendo o Brasil em Londres. A Holanda, por sua vez, decepcionou neste ano, perdendo todos os jogos em casa pelo único torneio que disputou da Série Mundial de Sevens, apesar de mostrar qualidades no preparo físico e manter partidas equilibradas contra seleções mais fortes. No Grand Prix Europeu, as holandesas voltaram a ter problemas, terminaram apenas em sexto lugar a temporada europeia e deixaram escapar a vaga no Pré-Olímpico Mundial. Ainda assim, a Holanda tem história no feminino e já jogou com mais força entre as grandes do mundo, colecionando inclusive vitórias contra o Brasil (em sete jogos, cinco triunfos das laranjas).
Colômbia e Quênia completam o grupo e não oferecerão problemas a chinesas e holandesas. As colombianas vão embaladas pela classificação ao Rio 2016, enquanto as quenianas têm por trás a tradição do masculino, mas ainda estão muito longe em termos de preparo e rodagem. Podem surpreender, contudo.
Irlanda e África do Sul ponto a ponto pelo Grupo C
A Irlanda tem o favoritismo no Grupo C, sobretudo pela péssima temporada da África do Sul no circuito mundial. As irlandesas jogam em casa e vem de um bom quinto lugar no Grand Prix Europeu, mas não apostaram em utilizar muitas de suas jogadoras do XV. Apenas três nomes que estiveram no último Mundial – na seleção irlandesa quarta colocada da Copa do Mundo, que fez história ao vencer as Black Ferns. São elas Jenny Murphy, Ashleigh Baxter e Alison Miller, que podem tornar as verdes muito perigosas. A meta é simples: ter um sevens com qualidade comparável a seu poderoso XV, sobretudo às portas do Pré-Olímpico Mundial. As sul-africanas, por outro lado, tiveram pífias 2 vitórias ao longo de 30 jogos na temporada da Série Mundial de Sevens, e têm muito a evoluir ainda. Contudo, tradição o país tem e condições de preparo igualmente.
Hong Kong e México fecham o grupo e não deverão ameaçar Irlanda e África do Sul. Hong Kong tem mais qualidade, enquanto o México foi o saco de pancadas do Pan.
Torneio Qualificatório para a Série Mundial de Sevens Feminina 2015-16 – em Dublin, Irlanda
Grupo A: Brasil, Gales, Japão e Samoa
Grupo B: China Holanda, Quênia e Colômbia
Grupo C: Irlanda, África do Sul, Hong Kong e México
*Horários de Brasília
Sábado, dia 22 de agosto
07h00: China x Quênia
07h22: Holanda x Colômbia
07h44: Brasil x Japão
8h06: País de Gales x Samoa
8h28: África do Sul x Hong Kong
8h50: Irlanda x México
09h54: Holanda x Quênia
10h16: China x Colômbia
10h38: País de Gales x Japão
11h00: Brasil x Samoa
11h22: Irlanda x Hong Kong
11h44: África do Sul x México
12h38: Quênia x Colômbia
13h00: China x Holanda
13h22: Japão x Samoa
13h44: Brasil x País de Gales
14h06: Hong Kong x México
14h28: África do Sul x Irlanda
Domingo, dia 23 de agosto
06h30: Quartas de final 1º x 8º
06h52: Quartas de final 4º x 5º
07h14: Quartas de final 3º x 6º
07h36: Quartas de final 2º x 7º
07h58: Semifinal Bronze 9º x 12º
08h20: Semifinal Bronze 10º x 11º
09h36: Semifinal Prata
09h58: Semifinal Prata
10h20: Semifinal Ouro
10h42: Semifinal Ouro
11h04: Disputa do 11º lugar
11h50: Final Bronze – Disputa do 9º lugar
12h20: Disputa do 7º lugar
12h42: Final Prata – Disputa do 5º lugar
13h12: Disputa do 3º lugar
13h38: FINAL
Seleção Brasileira:
Paula Ishibashi (c) – SPAC
Angélica Gevaerd “Binha” – SPAC
Beatriz Futur “Baby” – Niterói
Cláudia Teles “Claudinha” – Niterói
Haline Scatrut – Curitiba
Raquel Kochhann – Charrua
Thaís Rocha “Xuxu” – SPAC
Isadora Cerullo – Niterói
Mariana Ramalho – SPAC
Luiza Campos – Charrua
Edna Santini – São José
Juliana Michele – Curitiba