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ARTIGO COM VÍDEOS – Foram três anos de frustrações, mas a Nova Zelândia voltou em 2015 a comemorar o título do Campeonato Mundial Junior, o máximo troféu do M20 mundial. Na grande decisão, em Cremona, na Itália, os Junior All Blacks – ou Baby Blacks, como historicamente são chamados – se impuseram sobre a então bicampeã Inglaterra, que chegava à sua terceira decisão consecutiva – e a quinta em oito edições do Mundial Junior. O resultado foram 21 x 16 nada folgados para os neozelandeses, que chegaram a seu quinto título do M20.
O jogo começou em ritmo forte, muito físico, e melhor para os ingleses, que chegaram ao primeiro try logo aos 3′, com o segundo centro Clark quebrando a linha defensiva neozelandesa pelo meio para arrancar para um belo try inaugural, que dava boas perspectivas para os ingleses.
Desde pequenos os neozelandeses aprendem a serem frios, e este time de 2015 dos Baby Blacks não é diferente. A Nova Zelândia pode não ter enchido os olhos durante boa parte do torneio, mas na final soube ter paciência para se impor, consertando suas deficiências nas formações, sobretudo no scrum, diante de uma forte Inglaterra que havia dado sérios problemas à África do Sul na semifinal. A consistência neozelandesa foi premiada na final e, após saírem atrás, não tardaram a dar o troco. Primeiro, Otere Black e Rory Jennings trocaram penais e, aos 25′, Tavae-Aso, que acabara de entrar no time, escapou dos tackles e furou a defesa branca para cravar o primeiro try dos Baby Blacks. A virada não veio pela falha na conversão, mas antes do intervalo Otere Black arremato chute preciso para por em vantagem a Nova Zelândia, 11 x 10.
Na segunda etapa, o protagonista inicial foi o imparável Akira Ioane, que somou o segundo try neozelandês logo aos 45′, achando o espaço na base do ruck inglês para atropelar e fazer seu quinto try no campeonato. Contudo, aos 48′, Ioane levou cartão amarelo e a Inglaterra se recompôs, tendo boas chances na sequência, com Jennings chutando com precisão dois penais e com os ingleses tendo um try anulado, por impedimento de Pier O’Connor após chute em grande jogada de Packman. A resposta da Nova Zelândia foi na medida, com penal certo de Black, para frear a reação inglesa. 21 x 16.
Os ingleses pressionaram no fim, Jennings perdeu um penal precioso, assim como Black para os homens de preto, e no fim foram os neozelandeses que souberam administrar a vitória e assegurar seu quinto título mundial. Sob o comando de Scott Robertson, o “Razor”, ex-técnico do Brasil, os Baby Blacks reencontraram a confiança e a constância, voltando aos trilhos das vitórias. Título invicto e 21 x 16 na decisão.
Itália sobrevive e se salva do rebaixamento – Por Giorgio Vuerich
Além da decisão do título, o outro grande jogo realizado em Cremona se deu entre Itália e Samoa, no qual o perdedor seria rebaixado ao Troféu Mundial Junior, a segunda divisão mundial, para 2016.
Nos primeiros 30 minutos, a seleção italiana jogou muito mal, permitindo a Samoa marcar seu try com Tiatia, aos 15′, e levando o jogo ao intervalo em 13 x 6 a favor do time dos samoanos. O placar podia ter sido maior, com três erros em chutes de penal do lado de Samoa. Ao 31’, Samoa marcou outro try, mas o samoano havia pisado fora e o TMO anulou a jogada, salvando a Itália. Os Azzurrini também tiveram um primeiro try anulado, com o árbitro pegando um soco do oitavo italiano no maul. No último minuto da primeira etapa o juiz concedeu un penal, mas a Itália errou ao mão chutar aos paus, perdendo seu scrum.
No início da segunda etapa Samoa marcou um outro penal, 16 x 6, mas o time do Pacífico Sul passou a pecar pela indisciplina. O pack italiano cresceu e Samoa teve dois amarelos em sequência, com a Itália arrancando um penal try aos 59′, para reduzir a diferença. Samoa respondeu com um penal, mas, aos 66′, os Azzurrini pressionaram com seu scrum e outro penal try foi conquistado, no maul, com a Itália virando o placar para 20 x 19, e com um jogador a mais. No último lance, no entanto, Samoa teve um penal nos pés de Falaniko para garantir a vitória, e o chute para fora salvou o time da casa e rebaixamento a equipe do Pacífico Sul. No ano que vem, a Geórgia substituirá Samoa na elite, com um grande revés para o rugby das ilhas do Pacífico, pois Fiji e Tonga já estavam no Troféu Mundial Junior, o que significa que um deles sequer terá vaga na segunda divisão mundial em 2016.
Vitórias de África do Sul, Austrália, Irlanda e Argentina
Nas demais partidas, despedidas muito positivas de África do Sul, Austrália, Irlanda e Argentina.
Os sul-africanos ficaram com o terceiro lugar após grande vitória sobre a aguerrida seleção francesa: 31 x 18, com destaque para os dois tries do asa Dan Du Preez. Os Bleuets arrancaram três tries, com seu pack sempre causando estragos na defesa rival, mas os Baby Boks foram mais eficientes e levaram vantagem na hora das definições, em jogo brutal fisicamente.
A Austrália superou Gales na decisão do quinto lugar, 28 x 23, em jogo aberto e ofensivo. Já a Irlanda superou a Escócia no embate pelo sétimo lugar, 17 x 9 que deixou a desejar, ao passo que a Argentina assegurou o nono posto vencendo a surpresa Japão, suados 38 x 21, com os japoneses revelando grande qualidade ofensiva e um futuro promissor. O décimo lugar geral foi a melhor classificação da história do Japão no torneio.
World Rugby U20s Championship – Campeonato Mundial Junior 2015 – na Itália
Finais
Itália 20 x 19 Samoa, em Cremona – Decisão do 11º lugar
Argentina 38 x 21 Japão, em Viadana – Decisão do 9º lugar
Escócia 9 x 17 Irlanda, em Viadana – Decisão do 7º lugar
Austrália 28 x 23 Gales, em Viadana – Decisão do 5º lugar
França 18 x 31 África do Sul, em Cremona – Decisão do 3º lugar
Nova Zelândia 21 x 16 Inglaterra, em Cremona – FINAL
Classificação final: 1 Nova Zelândia (campeã), 2 Inglaterra, 3 África do Sul, 4 França, 5 Austrália, 6 Gales, 7 Irlanda, 8 Escócia, 9 Argentina, 10 Japão, 11 Itália, 12 Samoa (rebaixada)
Lista de campeões do Campeonato Mundial Junior (desde 2008)
1 – Nova Zelândia – 5 títulos (2008, 2009, 2010, 2011, 2015)
2 – Inglaterra – 2 títulos (2013, 2014)
3 – África do Sul – 1 título (2012)